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Top 10 - Ano 2006
Cansei de esperar pelo resto da safra de 2006. Vários longas nem chegaram a ser vistos graças à miopia das salas de cinema próximas (Cartas de Iwo Jima, Maria Antonieta, O Último Rei da Escócia – para ficar nos hollywoodianos mais proeminentes, sem contar indústrias alternativas). Assim, minha lista dos 10 melhores é esta que vai abaixo.
10. Vôo United 93 (Paul Greengrass)
Um filme amargo de se ver. O tom documental e o desespero que Paul Greengrass conseguiu extrair de seu elenco prendem a atenção do primeiro ao fatídico último
frame. Aproveitador? Talvez. Mas ninguém poderá acusar o longa de não ser contundente e sério.
9. Apocalypto (Mel Gibson)
Como diria Jorge Olan, um amigo mexicano e versado nas comunidades maias que fiz há algumas semanas, as irregularidades históricas do filme de Mel Gibson são aberrantes. OK, eu não sabia disso quando escrevi sobre o filme. Historicamente ele pode ser uma merda, mas o espetáculo proporcionado pelo ex-Mad Max é de encher os olhos.
8. O Cheiro do Ralo (Heitor Dhalia)
Sarcástica, ácida e engraçada crônica sobre um dono de antiquário obcecado por uma bunda. Melhor longa nacional de 2006, o filme papou vários prêmios e elogios no circuito de festivais onde foi exibido.
6. Perfume - A História de um Assassino (Tom Tykwer)
Provavelmente o filme mais bonito de 2006,
Perfume só esbarra mesmo na resistência natural à estética surrealista que emana das páginas do livro que o inspirou, que toma conta do clímax da história e deixa todo mundo embasbacado. Trágico, engraçado, maquiavélico e religiosamente polêmico. Simplesmente fenomenal.
5. O Labirinto do Fauno (Guillermo Del Toro)
O melhor filme da carreira de Guillermo Del Toro, e decididamente a fantasia infantil mais macabra de toda a história do cinema. Assista e presencie a cena em que um monstro cor-de-rosa horrendo (mesmo!) come fadinhas vivas. Só daí já dá para ter uma idéia de que o filme não é para crianças, não mesmo.
4. Pecados Íntimos (Todd Field)
A degradação de dois adultos casados capturada com crueza e sutileza ímpares, se é que alguém mais é capaz de enxergar o filme como eu enxergo. Bem melhor que o superestimado
Entre Quatro Paredes (2001), trabalho que colocou o ex-ator Todd Field no mapa dos diretores badalados,
Pecados Íntimos incomoda de forma poeticamente incisiva.
3. Pequena Miss Sunshine (Jonathan Dayton e Valerie Faris)
Melhor comédia do ano passado, seja pelo roteiro absurdamente engraçado, pelo elenco acertadíssimo ou pela visível despretensão em querer se aparecer como uma comédia rasgada. A história é sobre uma família desestruturada que faz de tudo para realizar o sonho da caçulinha, a indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante Abigail Breslin.
2. X-Men - O Confronto Final (Brett Ratner)
No cinema de ação e puro entretenimento não teve para ninguém além da terceira parte da série
X-Men. Não que eu seja suspeito para opinar sobre os mutantes, mas Brett Ratner fez um trabalho estupendo ao dar continuidade às idéias cultivadas por Bryan Singer. É aqui que os X-Men se tornam X-Men, e que a série finalmente AGRADA tanto a quem é fã das HQs quanto a quem nunca pôs os olhos nelas.
1. Os Infiltrados (Martin Scorsese)
Se todos os filmes policiais tivessem o peso e a densidade deste trabalho oscarizado de Martin Scorsese, os cinéfilos seriam pessoas extremamente mais felizes. Cinematicamente impecável, com suspense arrasador e tensão em níveis quase insuportáveis,
Os Infiltrados é Scorsese em sua melhor forma e, o que é melhor, com um elenco que consegue substituir à altura os antigos medalhões scorsesianos Robert De Niro, Harvey Keitel e Joe Pesci.
Menções honrosas: 16 Quadras, À Procura da Felicidade, Anjos da Noite - A Evolução, A Conquista da Honra, Dália Negra, A Dama na Água, Déjà Vu, Diamante de Sangue, Filhos da Esperança, Missão Impossível 3, As Torres Gêmeas, V de Vingança, Ventos da Liberdade, Viagem Maldita.
Em breve, a lista dos piores de 2006.
Texto postado por Kollision em 3 de Maio de 2007