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Um Top 10 para o Cinema de 2005
Bem, já estamos no final de Março e, como era de se esperar, acredito que a exibição da maior parte da safra de filmes lançados em 2005 finalmente chegou ao fim, descontando, é claro, aqueles cuja distribuição no circuito comercial é uma franca utopia.
Todo mundo sabe disso, mas quem é metido a crítico às vezes se esquece do seguinte: não importa o que a crítica especializada em geral diga, cada filme fala de forma diferente para cada um, e uma das coisas que torna esse universo tão fascinante são as diferenças de opinião que surgem a partir de cada novo trabalho exibido numa sala escura. Ou seja, a lista abaixo é a opinião de um fã, e não de um pseudo-entendido em cinema, que é na verdade a personalidade que mais transparece nos textos publicados por aqui.
Existe a probabilidade de estarem ausentes da lista abaixo alguns dos filmes aos quais eu gostaria de ter assistido mas, por problemas de atropelo profissional, doença ou falta de atenção, não me foi possível ver. Infelizmente, a esmagadora maioria dos filmes vistos pertence à categoria dominante do cinema norte-americano, o que é um fardo com o qual todos os cinéfilos fora do eixo Rio-São Paulo têm que conviver, infelizmente... Destes, as perdas de que consigo me lembrar agora são (está aqui fora de questão a qualidade presumida do filme) Marcas da Violência, Amaldiçoados, O Virgem de 40 Anos, Stealth - A Ameaça Invisível, A Luta pela Esperança, Capote, Hitch - Conselheiro Amoroso, A Noiva-Cadáver, A Intérprete, Plano de Vôo, Boa Noite e Boa Sorte, O Outro Nome do Jogo, Os Irmãos Grimm, Flores Partidas, Quatro Irmãos, Vozes do Além, e por aí vai...
Bem, paciência. Com o lançamento dos DVDs, vamos ver se consigo suprir essas deficiências. Está aí a lista, em ordem crescente de importância.
Brincadeiras maldosas à parte, este trabalho de Ang Lee é bastante tocante, e tem uma história capaz de sensibilizar todos os tipos de platéia. Pode até ser capaz de chocar, mas não dá para ficar indiferente diante do drama de Ennis (Heath Ledger) e Jack (Jake Gyllenhaal), dois cowboys apaixonados um pelo outro.
No quesito fantasia infantil, não teve para mais ninguém esse ano, nem mesmo para um tal bruxo de Hogwarts. A pequena Georgie Henley dá show como a caçula dos irmãos Pevensie, subitamente transportados para um mundo mágico onde eles são promovidos a guerreiros e precisam combater a maléfica Rainha do Gelo (Tilda Swinton, excelente).
Uma viagem em estilo e forma, filmada completamente no formato digital, e abrilhantada por um elenco superlativo de astros. Sem entrar nos méritos da história, é evidente que o filme possui um dos visuais mais inovadores dos últimos tempos.
Não liguem para o jeitão insosso do título ou da sinopse. É cinema de gente grande, e enorme fonte de orgulho para nós, brasileiros e conterrâneos do diretor Fernando Meirelles. Este trabalho seu combina thriller e romance como poucos já conseguiram fazê-lo.
Refilmagem de fã, homenagem de mestre e entretenimento de primeira grandeza. Depois de O Senhor dos Anéis e agora de King Kong, fica cada vez mais difícil imaginar Peter Jackson fazendo qualquer filme de aspecto mais modesto.
Se existe um filme de 2005 que merece ganhar no quesito beleza, trata-se de Memórias de uma Gueixa. Abocanhar os Oscars de melhor fotografia, direção de arte e figurino foi o mais merecido reconhecimento que este belíssimo trabalho do diretor Rob Marshall poderia receber. No geral, um filmaço injustamente menosprezado pela crítica especializada.
Magistral filme de Woody Allen, que retorna à velha forma com um suspense de visíveis contornos hitchcockianos. Outro trabalho que também foi em geral bastante subestimado, traz a presença nada menos que radiante de Scarlett Johansson, na pele de uma mulher fatal que interfere na vida de um professor londrino.
Só mesmo quem não é fã de Star Wars para espinafrar este filme fantástico, que não deixa a peteca cair nem por um segundo enquanto presenciamos o nascimento do maior vilão de todos os tempos no cinema de ficção científica. Darth Vader nasce em meio a fogo, morte e decadência, num conto sombrio como poucos.
Mais um caso de filme cujo apelo transcende a faixa etária abaixo dos 10 anos e atinge em cheio às platéias de todas as idades. Deleite visual (e musical) que continua a atestar o tino de Tim Burton para a concepção de histórias fantásticas. Depois desse, olhem só, fiquei até com vontade de assistir ao filme original.
Histórias de gente comum e gente importante que se cruzam em meio à balbúrdia urbana do mosaico humano que é a cidade de Los Angeles. Difícil ficar indiferente aos dilemas de seus protagonistas, e praticamente impossível não se identificar com algum deles. Os detratores acusam o filme injustamente de várias coisas (manipulação, estereótipos, clichês), mas a sensação que o ele provoca vai muito além de baboseiras técnico-narrativas.
Melhor filme de 2005. Opinião corroborada pelo Oscar na categoria.
Últimos filmes vistos:
As Patricinhas de Beverly Hills (1995) - Revisto em DVD em 11-MAR, Sábado
Bobinho, mas extremamente valorizado pela patricinha deslumbrante Alicia Silverstone.
Ponto Final (2005) - Visto no cinema em 14-MAR, Terça-feira, sala 8 do Multiplex Pantanal
Excelente drama carregado de suspense. Bônus: Scarlett Johansson com o sex appeal (muito) bem aproveitado.
De Olhos Bem Fechados (1999) - Revisto em DVD em 15-MAR, Quarta-feira
Eis o filme que mudou minha opinião a respeito de Nicole Kidman. Um trabalho memorável no final da carreira do maior cineasta de todos os tempos.
Ziegfeld - O Criador de Estrelas (1936) - Visto em DVD em 18-MAR, Sábado
Cinebiografia bastante premiada na época de seu lançamento. Um pouco longo demais, mas bastante agradável.
Aeon Flux (2005) - Visto no cinema em 18-MAR, Sábado, sala Cinemais 6 do Shopping 3 Américas
Charlize Theron parece perdida, num mar de idéias que não chegam a ser bem aproveitadas. Ah, para os fãs do desenho, tem a cena da mosca presa nos cílios da heroína!
Anjos da Noite - A Evolução (2006) - Visto no cinema em 19-MAR, Domingo, sala 6 do Multiplex Pantanal
Uma melhoria considerável em relação ao primeiro filme, com efeitos melhorados e maior ênfase no lado "terror" da coisa toda.
Firewall - Segurança em Risco (2006) - Visto no cinema em 22-MAR, Quarta-feira, sala 7 do Multiplex Pantanal
Thriller com nuances de ação que traz Harrison Ford em plena forma, apesar de seus mais de 60 anos de idade.
Texto postado por Kollision em 24/Março/2006