Cinema

Star Wars Episódio III - A Vingança dos Sith

Star Wars Episódio III - A Vingança dos Sith
Título original: Star Wars Episode III - Revenge of the Sith
Ano: 2005
País: Estados Unidos
Duração: 140 min.
Gênero: Ficção Científica
Diretor: George Lucas (Loucuras de Verão, Star Wars Episódio IV - Uma Nova Esperança)
Trilha Sonora: John Williams (Guerra dos Mundos [2005], Memórias de uma Gueixa, Munique)
Elenco: Ewan McGregor, Hayden Christensen, Ian McDiarmid, Natalie Portman, Samuel L. Jackson, Christopher Lee, Jimmy Smits, Jay Laga'aia, Temuera Morrison, Frank Oz, Keisha Castle-Hughes, Silas Carson, Bruce Spence, Wayne Pygram, David Bowers, Oliver Ford Davies, Peter Mayhew, Joel Edgerton, Bonnie Piesse, Ahmed Best, Anthony Daniels, Kenny Baker
Distribuidora do DVD: Fox
Avaliação: 7/10

Revisto em DVD em 28-NOV-2015, Sábado

A hora da verdade na nova trilogia que na verdade deveria ser a velha, A Vingança dos Sith acaba sendo um filme que nasceu morto, sem qualquer chance de brilhar por seus próprios méritos já que deveria servir de ponte entre a juventude do jedi Annakin Skywalker (Hayden Christensen) e sua versão futura, já que em algum momento do filme ele deve abraçar o lado negro da força e se tornar a figura imponente e sombria de Darth Vader. Revendo o filme hoje, fica impossível não notar a atmosfera de novela televisiva que trava a primeira metade do longa com uma preparação espinhosa para a motivação que deve levar o personagem à sua inevitável queda. E dá-lhe política, vai-e-vem de personagens e sequências infindáveis de espaçonaves pousando e decolando – o que de longe foi o que mais me incomodou e terminou por tornar o Episódio II o meu preferido desta nova velha trilogia. No final das contas, os motivos para a queda do mais poderoso dos jedis faz sentido dentro da história, mas dada a magnitude do que acontece a seguir fica evidente que isso deveria ter sido trabalhado de forma mais intensa sob o ponto de vista dramático. O interessante mesmo é notar que, depois de tudo, o maior responsável por manter a tensão no filme é o grande Ian McDiarmid e seu insidioso imperador Palpatine.

Texto postado por Kollision em 24/Maio/2005 - Revisto em 19/Maio/2006

Corresponder à paixão de milhões de fãs, apresentar um bom espetáculo e amarrar as pontas narrativas entre um filme hoje clássico (o Episódio IV, de 1977) com outro nem tanto (o Episódio II, de 2002): eis a ousada tarefa de George Lucas no derradeiro capítulo da saga que conta a história de um grupo de poderosos guerreiros, os jedi. Quem viu a trilogia original sabe muito bem que, em algum ponto deste episódio, o jovem Anakin Skywalker se transforma em Darth Vader, um dos maiores vilões de toda a história do cinema. Um dos trunfos de Star Wars é que saber como este filme termina em nenhum momento implica em desinteresse pela história contada. Pelo contrário. Para quem já sabe o final, a queda de um dos mais poderosos cavaleiros jedi sempre foi aquilo que os fãs esperaram ávidos todos esses anos. Para quem não viu os episódios IV, V e VI, tudo é novidade, o que faz da experiência algo ainda mais arrebatador.

As guerras clônicas, que tiveram início no clímax do filme anterior, chegam a um momento decisivo quando o chanceler Palpatine (Ian McDiarmid) é seqüestrado pelos separatistas e os jedis Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) e Anakin Skywalker (Hayden Christensen) recebem a missão de resgatá-lo. Segue-se um novo confronto com o conde Dooku (Christopher Lee), porém a mais nova ameaça ao império, o robótico general Grievous, acaba escapando. Enquanto Palpatine manipula o conselho jedi e o jovem Anakin, Obi-Wan segue atrás de Grievous e mestre Yoda parte em missão ao planeta Kashyyk, lar dos wookies, uma raça de humanóides peludos ameaçada pelos separatistas. O conflito interno do jovem Anakin assume contornos cada vez mais negros após seus sucessivos pesadelos com a amada Padmé (Natalie Portman) e as promessas de poder e conhecimento da força feitas pelo seu mentor político, Palpatine. Quando o lorde Sith Darth Sidious se revela, tudo o que fica entre a paz e a morte da República e conseqüente ascensão do Império Galáctico é o jovem Anakin. Aquele que, sim, todos já sabem e não adianta esconder, tornar-se-á o terrível Darth Vader.

O que nos dois episódios anteriores foi apenas ensaiado culmina neste terceiro capítulo em um conto pesado sobre como a tentação e a fraqueza são capazes de corromper uma alma em nome do mais nobre dos sentimentos. Parece contraditório, mas não é. Toda a lenga-lenga entre Padmé e Anakin mostrada no Episódio II cede espaço a uma tensão crescente desde o primeiro momento em que os pombinhos se juntam em cena. A preocupação primordial do roteiro era fornecer um motivo eficiente para que o nobre Anakin abraçasse o lado negro da força. Este motivo está lá, e é alimentado, lapidado e corrompido pela mente do maléfico chanceler Palpatine, um político de fala mansa que esconde muito mais do que qualquer um de seus pares ousaria imaginar. Darth Vader e Luke Skywalker podem ser os astros da história, mas tudo o que o Episódio III consegue ser é devido à presença nefasta de Palpatine.

E o filme consegue ser simplesmente arrebatador. A ação é quase ininterrupta, e a seqüência de abertura é provavelmente a melhor dos seis filmes. Efeitos especiais bombásticos e duelos de sabre de luz mais numerosos constroem a atmosfera mais pesada de toda a série. Acreditem, quando Anakin cede sua lealdade ao lorde Sith, o brutal massacre perpetrado pelo ex-jedi nos faz entender porque Vader será o pior vilão de toda a galáxia. O embate entre ele e seu mestre Obi-Wan num planeta em chamas é um dos melhores momentos da saga. O cavaleiro Mace Windu (Samuel L. Jackson) faz jus ao seu lugar de honra no conselho jedi, enquanto mestre Yoda usa de toda sua sabedoria para enfrentar Darth Sidious e preservar a memória dos jedis remanescentes do massacre.

Representando o fim de mais uma era mágica (pelo menos neste terceiro capítulo, sem sombra de dúvida), A Vingança dos Sith termina sendo uma ponte competente entre a paz da República e o domínio nefasto do maligno Império Galáctico, que começa no hoje denominado Episódio IV - Uma Nova Esperança, mas que em 1977 era simplesmente referido como Guerra nas Estrelas. O legado de Darth Vader já aparece de relance no final do Episódio III, na figura de seus filhos gêmeos, e não deixa dúvidas de que ainda há muito a ser contado sobre a luta entre o bem e o mal num universo que existiu há muito tempo atrás, numa galáxia muito, muito distante...

O primeiro disco da edição dupla do DVD vem com uma faixa de comentários legendada de George Lucas e vários outros membros da equipe técnica. O disco extra tem como carro-chefe um making-of de mais de uma hora que se concentra sobre o processo de concepção da luta entre Obi-Wan e Anakin no planeta de lava, trazendo ainda um especial de 10 minutos sobre os efeitos especiais, outro de 14 min. enfocando a natureza do "escolhido" (trata-se de Anakin ou Luke?), seis cenas excluídas com comentários de George Lucas e do produtor Rick McCallum, 15 documentários da web que descrevem o making-of mais globalmente e duram 5 min. em média, dois trailers do filme, trailers dos jogos Star Wars Battlefornt II e Star Wars - Empire at War, três galerias de fotos de produção e pôsteres, uma colagem de cenas em forma de vídeo-clipe intitulada A Hero Falls e nada menos que 15 spots de TV.