Revisto em DVD em 8-NOV-2015, Domingo
Diante do festival de baboseiras que maculou o tão esperado Episódio I da saga criada por George Lucas, a atitude mais sensata que ele poderia tomar era entregar o roteiro nas mãos de alguém com um olhar mais atento a diálogos e caracterização. A entrada de Jonathan Hales na iteração final do Episódio II com certeza ajudou a dar um tom mais dinâmico à narrativa, que avança de um ponto a outro com mais velocidade e razoável dose de ação. Entre uma passagem e outra mais movimentada, o romance entre Annakin e Padmé ganha força. Não vejo este aspecto como uma fraqueza do filme, até porque mostrar a intensidade da união que resultará nos principais personagens da trilogia original é absolutamente preciso. Pontes narrativas envolvendo a ascensão de Palpatine ao poder máximo da república, a aproximação ideológica de Annakin com Palpatine e a criação do exército de clones funcionam melhor que a introdução abrupta do novo vilão, feito por Christopher Lee em participação de gala.
A nova trilogia se encerra com Star Wars Episódio III - A Vingança dos Sith.
Texto postado por Kollision em 21/Maio/2005
Segundo capítulo na mega-saga mais bem-sucedida da história do cinema, que foi até mesmo capaz de se tornar uma religião assumida por milhares de fãs ao redor do mundo, este Episódio II - Ataque dos Clones tem pelo menos o mérito de ser superior ao capítulo que mostrava o início da história, produzido três anos antes. É a antiga mágica de Star Wars dos anos 70 e 80 que começa a se recuperar (porém não totalmente), com uma trama um pouco mais movimentada e livre de pivetes irritantes (leia-se 'o terrível Jake Lloyd'). O odiado Jar Jar Binks continua à solta mas, felizmente, sua participação foi reduzida ao mínimo possível.
Dez anos se passaram desde os eventos mostrados em A Ameaça Fantasma, e Anakin Skywalker (Hayden Christensen) agora é um poderoso adolescente jedi que continua seu aprendizado ao lado do mestre Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor). As ondas separatistas disseminadas pela federação do comércio galáctico e alimentadas pelas idéias do ex-jedi conde Dooku (Christopher Lee) continuam a fazer com que cada vez mais planetas e sistemas abandonem a República, presidida pelo agora chanceler Palpatine (Ian McDiarmid). Padmé Amidala de Naboo (Natalie Portman) deixou de ser rainha para se tornar senadora da República e, após sofrer uma tentativa de assassinato, acaba recebendo a proteção do amigo Anakin, que não esconde os sentimentos mais fortes que nutre por ela. Obi-Wan é enviado numa investigação para capturar o autor do atentado contra a senadora, e acaba descobrindo um enorme exército de clones sendo desenvolvido a pedido da República, provavelmente para serem usados contra os insurgentes separatistas. É quando laços políticos, familiares e amorosos se entrelaçam para culminar num conflito que obriga todos os cavaleiros jedi da República a entrarem em ação para manter a paz na galáxia. Todos mesmo, até mestre Yoda.
Vê-se claramente que, se George Lucas não chegou a recuperar o toque de Midas que possuía na década de 70, pelo menos foi atingido por uma carga mais considerável de juízo. Ele contratou, por exemplo, um roteirista (Jonathan Hales) para ajudá-lo com os diálogos, o que garante a ausência de todas as coisas imbecis proferidas pelo elenco do Episódio I. Hayden Christensen não derrapa tanto, e ver Samuel L. Jackson e o mestre Yoda caírem no pau com seus sabres de luz já é incentivo mais do que suficiente para uma boa dose de diversão, principalmente para os fãs mais acalorados. Aliás, esta é a primeira vez em que o alienígena verde, declaradamente o mais poderoso dos cavaleiros jedi, é feito completamente em CGI. Se por um lado isso funciona, há alguns outros efeitos que, estranhamente, acabaram sendo um pouco toscos para o padrão da série (a senadora mordendo uma maçã que levita é o que mais chama a atenção).
O ritmo do filme começa bem, decaindo um pouco quando a história se divide em duas frentes (Anakin protegendo a senadora Amidala e Obi-Wan à procura do caçador de recompensas Jango Fett). Difícil reprovar completamente o roteiro neste ponto, já que era primordial mostrar o envolvimento amoroso entre o jedi Anakin e a bela Padmé. Mas bem que Lucas poderia ter deixado os clichês da lareira e da rolagem na grama para seus futuros projetos fora da ficção científica. A lenta introdução da impetuosidade latente no rapaz é eficiente, e a primeira vez em que o tema de Darth Vader invade as caixas acústicas pode até dar um frio na espinha. Se você ainda não sabe quem é Darth Vader, não se preocupe. É coisa de fã da trilogia original. Para você, uma sugestão: dê uma chance a George Lucas e continue assistindo aos demais capítulos da saga.
Os principais extras do segundo disco do DVD duplo são dois documentários de cerca de 50 e 25 minutos que se concentram nos processos de criação do filme e na substituição dos antigos bonecos pelos modernos efeitos visuais computadorizados. Há 8 cenas excluídas com comentários introdutórios dos realizadores, 12 featurettes curtos divulgados pela Internet, 6 outros diversos documentários menores, incluindo um hilário sobre a carreira do robô R2-D2, 3 galerias de fotos diversas, 3 teasers do filme, 1 trailer, 12 spots de TV e um vídeo musical baseado na faixa Across the Stars, composta por John Williams.