Cinema

As Patricinhas de Beverly Hills

As Patricinhas de Beverly Hills
Título original: Clueless
Ano: 1995
País: Estados Unidos
Duração: 97 min.
Gênero: Comédia
Diretor: Amy Heckerling (Picardias Estudantis, Olha Quem Está Falando)
Trilha Sonora: David Kitay (Mal Posso Esperar, Os Estragos de Sábado à Noite, A Volta de Mary e Rhoda)
Elenco: Alicia Silverstone, Stacey Dash, Brittany Murphy, Paul Rudd, Donald Faison, Dan Hedaya, Elisa Donovan, Breckin Meyer, Justin Walker, Jeremy Sisto, Wallace Shawn, Twink Caplan, Aida Linares, Sabastian Rashidi, Herb Hall, Julie Brown
Distribuidora do DVD: Paramount
Avaliação: 7

Em meio ao monte de pastiches adolescentes que coalham a filmografia norte-americana de tempos em tempos, numa espécie de sub-gênero odiado pela crítica mas abertamente amado pela própria faixa etária que retrata, e muitas vezes secretamente adorado pelos pseudo-intelectuais que jogam o gênero no lixo, As Patricinhas de Beverly Hills tem, à primeira vista, muito pouco a acrescentar. Porém, debaixo da sempre presente camada de superficialidade e das inevitáveis bobagens estereotipadas, o que se vê é uma história agradável (ainda que bobinha), cujo maior destaque é a presença radiante de Alicia Silverstone, alçada à fama instantânea com o filme e futuramente relegada ao ostracismo típico das estrelas de vida efêmera.

Cher Horowitz (Silverstone) é uma adolescente de 16 anos que mora em Beverly Hills e freqüenta um cólegio local. Hostilizada pelo irmão de criação (Paul Rudd) de um casamento anterior do pai (Dan Hedaya), a rotina de Cher se divide entre as compras em companhia da melhor amiga (Stacey Dash), as atividades escolares e mais compras. O período crítico de sua adolescência se inicia com a chegada de uma nova colega (Brittany Murphy) e de um galã de outra escola (Justin Walker), o que desencadeia uma mudança comportamental e afetiva em sua forma pueril de ver o mundo. É daí que deriva o título original do filme (Clueless), que significa "perdido", "sem pistas", e se refere à noção que a mocinha acredita que tem do mundo ao seu redor.

O filminho de Amy Heckerling começa tímido, perdido, e passa a impressão de que não vai chegar a lugar nenhum. Como quem não quer nada, o carisma de uma então quase desconhecida Alicia Silverstone, cujos trabalhos anteriores de maior vulto haviam sido alguns videoclipes famosos da banda Aerosmith, toma conta da história, da tela e da atenção da platéia. Sua Cher pode ser bobinha, mas a personagem é retratada de forma inteligente, espirituosa e acaba convertendo-se numa ótima heroína adolescente. O jeitinho de lolita da moça é valorizado através do olhar de Paul Rudd que, no papel de seu irmão mais velho e careta, se descobre admirado pela inteligência, sagacidade e honestidade da irmãzinha cabeça-de-vento.

Alguns outros pontos que mantêm As Patricinhas dentro da parcela positiva de filmes adolescentes são a trilha sonora bacana e as citações generosas a outros filmes e aspectos da cultura pop da década de 90. Curiosidade é a presença de uma Brittany Murphy gordinha, quase irreconhecível, basicamente a única atriz do elenco adolescente que conseguiu se manter em atividade constante e desenvolver um trabalho mais consistente com o passar dos anos. Irônico que, com sua inegável beleza de padrão universitário, Alicia Silverstone tenha feito escolhas terríveis na carreira, como a Batgirl de Batman & Robin (Joel Schumacher, 1997), e tenha sumido do mapa completamente.

Os extras do DVD simples da Paramount se resumem a dois trailers.

Texto postado por Kollision em 15/Março/2006