Arquivos de Posts

Sobre os Filmes que Assisti em Agosto de 2005

Old Boy A Rosa Púrpura do Cairo Kung-fusão

Para minha média pessoal, a quantidade de filmes assistidos no cinema ultrapassou o esperado. Foram 7 dos 16 vistos, sendo o melhor deles (e do mês também) o sul-coreano Old Boy (Chan-wook Park, 2003). O filme é um drama de suspense com toques de ação cinematograficamente acachapante, interessante e brutal, simplesmente imperdível. Iniciativa louvável a do novo Cinemais do Shopping Goiabeiras, que tem exibido filmes mais alternativos em horários especiais numa de suas duas salas. Do oriente também vem a loucura comédica de Kung-fusão (Stephen Chow, 2004), um deleite para os fãs de artes marciais, mangás e vídeo-game de briga. Como eu me incluo com orgulho nesta última categoria, dá para se ter uma idéia do quanto o filme me agradou. O bacana é que li em algum lugar, há alguns dias atrás, que Chow já está preparando a continuação!

Assisti a duas dobradinhas de diretores no período. A melhor delas é representada por dois filmes de Woody Allen: Melinda e Melinda (2004) chega para comprovar que o veterano cineasta continua em forma, num conto esquizofrênico com um desempenho memorável de Radha Mitchell. A Rosa Púrpura do Cairo (1985) ainda retém a magia, com todas as suas maluquices e final melancólico. A outra dobradinha é a do alemão Stefan Ruzowitzky com seus Anatomia e Anatomia 2. É cinema americanizado e produzido na terra da cerveja. Pelo menos cada um dos filmes tem uma identidade própria, coisa que muitas vezes falta aos pastiches originais e suas seqüências.

Ao contrário do que apregoava a maioria das opiniões da comunidade cinéfila, achei Água Negra (Walter Salles, 2005) um filme até razoável. Não dá para recriminá-lo com base nas similaridades da história com O Chamado (Gore Verbinski, 2002), pois há conteúdo e forma suficientes para garantir uma boa sessão macabra. Tenho consciência que a expressão 'conteúdo e forma' é um tanto quanto polêmica, mas contra ela não tenho nada. A forma mais primitiva do horror encontra uma nova encarnação pelas mãos do criador em Terra dos Mortos (George Romero, 2005), quarto capítulo da saga dos mortos-vivos iniciada em 1968. A fórmula se diluiu com o advento das cores e a evolução do modo de se fazer cinema, mas os zumbis continuam tão famintos quanto antes. Zumbis pensantes (e alguns belos) pululam também em A Ilha (2005), novo blockbuster de Michael Bay, que conseguiu tornar sua nova cria aproveitável, até determinado ponto.

No cinema assisti ainda a De Repente É Amor (Nigel Cole, 2005), comédia romântica de estrutura clássica com Amanda Peet e Ashton Kutcher. Assistível, assistível. A mesma coisa pode ser dita de Seabiscuit - Alma de Herói (Gary Ross, 2003), uma Sessão da Tarde anabolizada que chegou até mesmo a concorrer ao Oscar de melhor filme há uns dois anos atrás. Não era para tanto. Também não achei para tanto a idolatria cega de alguns loucos ao último filme do veterano diretor português Manoel de Oliveira. Um Filme Falado (2003) só pode agradar completamente a professores de história e fanáticos por John Malkovich. Ou seja, é chato até quase a última ponta.

Alas! Houve ainda mais quatro filmes de terror em agosto! Podreira absoluta, Ratos (Tibor Takács, 2003) nada mais é do que um atentado à sétima arte. Combustão Espontânea (1990) é de dar medo, mas de ruindade. Brad Dourif empresta o corpo a um pretendente a x-man que funciona como uma torradeira humana, num equívoco que afundou a carreira do diretor Tobe Hooper. Melhorzinho é o recente Cabana do Inferno (Eli Roth, 2003), variação em torno do tema do zumbi que não faz tão feio. Classudo mesmo, apesar da produção econômica, é o hoje clássico A Casa dos Maus Espíritos (William Castle, 1959), conto macabro estrelado pelo grande Vincent Price.

A média das notas de todos os filmes assistidos foi 6,06. Acho que a média está assim baixa porque ultimamente tenho tido alguns rompantes de assistir a (e comprar) podreiras, mas acho que os espasmos estão passando. Estou com uma pilha de DVDs novos que espero estar assistindo no mês de Setembro, e prometo que vou tentar me desviar das Lojas Americanas sempre que for ao shopping...

Texto postado por Kollision em 7/Setembro/2005