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Top 10 - Ano 2008
Antes que me perguntem, esta é minha lista dos melhores longa-metragens cujo lançamento inicial foi em 2008, não importa se foi aqui, no Afeganistão ou em Guiné-Bissau. Jamais tive preconceito contra cinema-pipoca (muito pelo contrário), então quem vive dando nota 0 ou 1 para bons produtos do cinemão pode passar reto deste post e evitar pontadas de raiva internética!
E se algum rolo-compressor da crítica em geral não aparece por aqui é devido a 2 motivos: ou eu não o assisti ou ele é mais um produto de hype intelectualizado que na minha opinião não merece tanto crédito.
10. O Procurado (Timur Bekmambetov)
Momento "viagem na maionese" total. Só que trata-se de uma viagem bem-feita, muito bem-feita por sinal. Timur Bekmambetov faz bom uso de seu estilo explosivo, e o roteiro brinca com elementos de identificação irresistível: jovem
nerd descobre que é fodão e pode dar uma de Neo sem estar na Matrix, com o brinde de poder mordiscar Angelina Jolie entre um heroísmo e outro. Ótimo entretenimento de ação, sem dúvida alguma.
9. Arquivo X - Eu Quero Acreditar (Chris Carter)
Depois da empreitada não muito empolgante do primeiro filme,
Arquivo X retornou aos cinemas com o mesmo espírito que consagrou a série de TV, num suspense de tirar o fôlego que coloca Mulder e Scully diante de um mistério que envolve paranormalidade, assassinato e uma boa dose de violência. Aqui os fãs se sentem em casa, e os não-iniciados são agraciados com um relance do que um dia já foi considerado o melhor material de ficção científica da televisão.
8. Fim dos Tempos (M. Night Shyamalan)
Nadando contra a maré de críticos que tentam afundar sua reputação, Shyamalan mostra que ainda domina o suspense como ninguém, sem fazer concessões dramáticas e sem dar o braço a torcer na transposição de suas idéias - quase todas muito particulares e, por isso mesmo, fadadas a serem interpretadas das formas mais absurdas possíveis, para o bem e para o mal. Como minha percepção de mundo parece estar alinhada com a dele, considero
Fim dos Tempos um dos melhores e mais injustiçados suspenses do ano passado.
7. Cloverfield - Monstro (Matt Reeves)
Eis o título mais subestimável desta lista. Eu mesmo não tinha expectativa nenhuma quando entrei na sala de cinema para ver
Cloverfield. Na linha de
REC e
A Bruxa de Blair, o estilo "câmera da mão" ganha uma nova dimensão quando um grupo de jovens é engolido no desespero que surge quando um monstro descomunal começa a demolir Nova York. É um filme que traz momentos impressionantes, e que merece ser mais conhecido e menos subestimado.
6. Trovão Tropical (Ben Stiller)
Atores afetados perdidos numa floresta densa à mercê de traficantes de ópio e acreditando piamente (até certo trecho do filme) que estão num
set ultrarrealista de um longa de guerra. Idéia ótima, aproveitamento idem, com elenco afiadíssimo e momentos hilariantes, quase sempre a cargo de um Robert Downey Jr. em fase altamente inspirada.
5. Queime Depois de Ler (Ethan Coen, Joel Coen)
Se há algo em que os irmãos Coen são imbatíveis é a tal da comédia de erros. A mais recente delas é um deleite que traz gente como Brad Pitt e George Clooney protagonizando cenas tão bizarras quanto hilariantes, num filme que dá gosto de assistir. Isso sim deveria ter sido indicado a um Oscar, com muito mais merecimento que o pesado e pretensioso
Onde os Fracos Não Têm Vez.
4. Quem Quer Ser um Milionário? (Danny Boyle)
O apelo universal da história de Jamal Malik é inegável, e o modo como Danny Boyle conduz o filme faz com que seja difícil não se importar com os personagens. Soa até natural que tanta virtude surja em meio a um ambiente de extrema miséria e opressão social, mas a base de tudo neste caso é um amor que trascende barreiras. E o resultado é um dos melhores
feel good ../../movies dos últimos tempos.
3. Ensaio Sobre a Cegueira (Fernando Meirelles)
Minha opinião é que a crítica em geral foi bastante injusta com Fernando Meirelles. Para um livro considerado por muitos como "infilmável",
Ensaio Sobre a Cegueira, o longa-metragem, aparece como um trabalho fenomenal, sólido e mesmerizante. É um soco no estômago da sociedade por meio de um ensaio que parte do surreal mas jamais se recusa a abandonar a realidade – algo como uma mistura modernizada de Luis Buñuel e George Romero.
2. O Lutador (Darren Aronofsky)
O retorno definitivo de Mickey Rourke ao cinema (desconsideremos
Sin City) é um drama contundente e elogioso, que coloca o ator num grande papel autorreferencial. Além de discorrer com sutileza sobre questões como velhice, auto-estima e culpa, temos ainda como bônus Marisa Tomei num desempenho pra lá de desinibido – e digno da indicação ao Oscar que ela recebeu!
1. O Curioso Caso de Benjamin Button (David Fincher)
Um filme fascinante, que utiliza um conto fantástico para transmitir valores humanos universais. A trajetória do homem que nasce velho e morre jovem (e de todos aqueles que cruzam o seu caminho) é não somente poética, mas esmagadoramente triste em sua eloquência. Ela nos mostra quão efêmeros somos e quão importante é aproveitar cada momento que temos. Para quem valoriza a juventude e tem medo de envelhecer, como eu, não houve longa melhor em 2008.
Menções honrosas: Otis - O Ninfomaníaco, Batman - O Cavaleiro das Trevas, A Troca, O Signo da Cidade, Homem de Ferro.
Texto postado por Kollision em 26 de Maio de 2009