Cinema

Quem Quer Ser um Milionário?

Quem Quer Ser um Milionário?
Título original: Slumdog Millionaire
Ano: 2008
País: Inglaterra
Duração: 120 min.
Gênero: Drama
Diretor: Danny Boyle (127 Horas, Em Transe), Loveleen Tandan
Trilha Sonora: A.R. Rahman (Pinte de Açafrão, Provoked - Desejo de Liberdade, Elizabeth - A Era de Ouro)
Elenco: Dev Patel, Freida Pinto, Madhur Mittal, Anil Kapoor, Irrfan Khan, Mahesh Manjrekar, Ankur Vikal, Saurabh Shukla, Ayush Mahesh Khedekar, Azharuddin Mohammed Ismail, Rubiana Ali, Tanay Chheda, Ashutosh Lobo Gajiwala, Tanvi Ganesh Lonkar
Avaliação: 9/10

Visto no cinema em 12-MAR-2009, Quinta-feira, sala 4 do Multiplex Pantanal

Por que um garoto de uma das favelas mais miseráveis do mundo está na pergunta final de um programa de TV sobre conhecimentos gerais, prestes a ganhar uma fortuna? Esta é a pergunta básica deste trabalho, um verdadeiro conto de fadas moderno que teve a honra de levar o Oscar de melhor filme e melhor diretor para o inglês Danny Boyle. Trata-se provavelmente do mais famoso fruto ocidental influenciado por Bollywood, a meca do cinema indiano, e segue uma estética que muitos já compararam ao brasileiro Cidade de Deus, seja ela cenográfica ou narrativa. O adolescente Jamal (Dev Patel) começa o filme prestando depoimento sob tortura para confessar como conseguiu acertar todas as perguntas até ali, e é através de suas confissões que passamos a conhecer sua realidade ao lado do irmão (Madhur Mittal) e da melhor amiga e amor de sua vida (Freida Pinto). A motivação para a sua participação no programa pode ser decifrada a meio caminho, ponto a partir do qual o filme passa a se sustentar com o carisma de seus personagens e com a óbvia antecipação que precede o clímax. Todo o elenco, incluindo as crianças, exala um senso de realismo que só poderia ter vindo de atores indianos locais, e representa um dos pontos mais fortes da história. A trilha sonora, também ganhadora do Oscar, pontua a odisséia de Jamal ora com timbres tristes e ora com os necessários tons heróicos, sempre fiel às suas origens. O filme é ótimo em executar o que pretende, abusa de liberdades poéticas (especialmente na pergunta final) e atesta a versatilidade de Danny Boyle, um cineasta que tem transitado entre gêneros com uma excelência que surpreende.