Cinema

Fim dos Tempos

Fim dos Tempos
Título original: The Happening
Ano: 2008
País: Estados Unidos, Índia
Duração: 91 min.
Gênero: Suspense
Diretor: M. Night Shyamalan (O Último Mestre do Ar, Depois da Terra, A Visita)
Trilha Sonora: James Newton Howard (Batman - O Cavaleiro das Trevas, Um Ato de Liberdade)
Elenco: Mark Wahlberg, Zooey Deschanel, John Leguizamo, Ashlyn Sanchez, Betty Buckley, Spencer Breslin, Robert Bailey Jr., Frank Collison, Jeremy Strong, Alan Ruck, Victoria Clark, Alison Folland, Kristen Connolly, Cornell Womack, Curtis McClarin, Robert Lenzi, Derege Harding, Kerry O'Malley
Avaliação: 9/10

Visto no cinema em 15-JUN-2008, Domingo, sala 5 do Multiplex Pantanal

É engraçado como todo mundo que diz gostar seriamente de cinema vive pedindo por filmes mais originais, diretores mais ousados, histórias menos formulaicas. Mais engraçado ainda é o fato de que um monte de gente, depois de assistir a Fim dos Tempos, decidiu de uma hora pra outra rotular M. Night Shyamalan de arrogante, teimoso, egomaníaco. O que esse pessoal quer, afinal? Se um cineasta filma um roteiro de outro bancado por um grande estúdio, é um vendido. Se ele decide escrever, produzir e filmar sua própria história, é um arrogante. Sinceramente, tem gente que não vai se satisfazer nunca.

Fim dos Tempos é um longa que foge corajosamente do convencional, em todos os sentidos, enquanto usa como ponto de partida um medo cada vez mais presente na sociedade humana. Repentinamente, pessoas começam a perder as faculdades mentais e se suicidar como podem no coração de Nova York. O que é inicialmente considerado um ataque químico terrorista logo se alastra para outras localidades, sem explicação alguma. A história acompanha a fuga da família e do amigo de um professor ginasial (Mark Wahlberg), que tenta desesperadamente compreender o porquê de tudo isso.

Guardando similaridades como outro trabalho do diretor (Sinais), este novo filme é mais bem-sucedido no estabelecimento do suspense, particularmente devido ao nível mais elevado de violência e sangue. Não que Shyamalan tenha se entregado à sangueira desatada, longe disso – o cara é muito refinado para abandonar o próprio estilo. A característica que aparece mais acentuada, contudo, é o senso de humor, que por vezes beira o inconveniente mas não soa implausível. E o final, já bastante comentado por ser polemicamente enigmático e anti-climático, é extremamente condizente com a história e com o que nós, como espécie dominante deste planeta definhante, merecemos.