Visto em DVD em 1-SET-2012, Sábado
Depois de dirigir vários longa-metragens escritos por outros profissionais, Ingmar Bergman finalmente assume controle total sobre um trabalho de cinema em Prisão. Nota-se claramente, em comparação com os trabalhos anteriores como o anterior Porto, que a estrutura narrativa abandona a linearidade sólida e ganha contornos existenciais logo em sua sequência de abertura, que termina com um ex-professor de matemática sugerindo a um jovem cineasta que realize um filme sobre o inferno. A história principal, no entanto, é outra, e reside na imaginação do que seria um filme tal qual descrito (ou não?) pelo enigmático professor. Nela, um escritor com impulsos de suicídio e assassinato (Birger Malmsten) se separa da esposa e se associa a uma prostituta (Doris Svedlund) cujo bebê foi tirado dela pelo ex-namorado cafetão. Infelizmente, a ambição temática de Bergman esbarra numa falta de sutileza cênica que inibe qualquer identificação positiva/negativa com relação aos personagens principais. Tudo é muito mundano, muito subentendido e, em última instância, simplesmente enfadonho. Talvez a censura da época tenha culpa sobre o resultado final do longa, que não está à altura nem mesmo dos trabalhos mais medianos do diretor e decepciona.
Os extras preguiçosos são os mesmos dos últimos discos da Versátil: biografia de Ingmar Bergman e uma extensa coleção de trailers de seus filmes: Vergonha, A Paixão de Ana, O Ovo da Serpente, A Hora do Lobo, Através de um Espelho, Luz de Inverno, O Silêncio, O Sétimo Selo, Persona e Sonata de Outono.