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Filmes Vistos em Março

Tudo por uma Esmeralda (Robert Zemeckis, 1984) 8

Com: Michael Douglas, Kathleen Turner, Danny DeVito, Manuel Ojeda

Um dos clássicos mais bacanas da Sessão da Tarde. Nos idos da década de 80, Kathleen Turner era musa, e Michael Douglas ensaiava aqui uma afronta ao imbatível Indiana Jones. Os dois esbanjam química juntos, e realmente fazem o longa funcionar depois do início meio parado. A música-tema de Alan Silvestri é um deleite, e sinalizou aqui uma das melhorias parcerias diretor-compositor da história do cinema, cuja obra-prima conjunta seria lançada no ano seguinte em De Volta para o Futuro. Tudo por uma Esmeralda é símbolo do bom cinema de entretenimento dos anos 80, e diversão garantida.

Sangue & Chocolate (Katja von Garnier, 2007) 4

Com: Agnes Bruckner, Hugh Dancy, Olivier Martinez, Katja Riemann, Bryan Dick

Um trabalho conceitualmente de horror, só que com um pé enlameado de romance. Baseado em livro de sucesso, mas aparentemente radicalmente diferente do material original, pelo que andei lendo. O filme tem dois clímaxes e alguns bons momentos, mas se perde na falta de foco, nas baboseiras sobre a dicotomia homem-lobo, numa inevitável previsibilidade e nas arapucas narrativas que sobram para o final. Falta carisma à protagonista Agnes Bruckner, o que acaba sobrando no herói feito por Hugh Dancy. A trilha sonora da dupla Reinhold Heil e Johnny Klimek, alemães como a diretora, acaba sendo uma das melhores coisas do filme, cuja história se passa em Bucareste, capital da Romênia.

Turistas (John Stockwell, 2006) 6

Com: Josh Duhamel, Melissa George, Desmond Askew, Beau Garrett, Miguel Lunardi

A água parece ser o habitat natural do diretor John Stockwell, de A Onda dos Sonhos e Mergulho Radical. A praia agora é diferente, brasileira e cavernosa. E o tema é uma guinada de 180° em relação aos seus trabalhos anteriores. Para os brasileiros o filme soa ainda mais divertido, vendo tanta gente falando português carioca e inglês com sotaque. Outra faceta que chama a atenção é o fato do vilão, um médico carniceiro com boas intenções, ser interpretado por um ator de novelas (Miguel Lunardi).

O ufanismo bobo e mal-orientado dos brasileiros é infundado, uma vez que o filme ao menos fica na média como um trabalho de terror que segue a linha de O Albergue (Eli Roth, 2005), uma das crias mais famosas da onda deflagrada a partir da refilmagem O Massacre da Serra Elétrica (Marcus Nispel, 2003). O desenvolvimento de personagens é decente para os filmes americanos do tipo, e a única cena pesada mesmo não vai muito além do que os espectadores do canal Discovery Health vêem com freqüência. Os fanáticos sedentos por gore também não vão ficar insatisfeitos. Só aquele diálogo engraçadinho no final é que não encaixa, assim com a música de Adriana Calcanhoto que encerra o filme. Em tempo: outra figurinha brasileira fácil da trilha é Marcelo D2, que dá "a voz" com pelo menos umas 3 músicas.

Dreamgirls - Em Busca de um Sonho (Bill Condon, 2006) 7

Com: Jamie Foxx, Beyoncé Knowles, Eddie Murphy, Jennifer Hudson, Danny Glover, Keith Robinson

O musical tem como fonte o material desenvolvido para a Broadway, e como trunfo um elenco bem escolhido e carismático. Não é segredo para ninguém que a história é baseada na trajetória das Supremes, grupo liderado por Diana Ross. Só que as visíveis liberdades criativas, tomadas em nome do entretenimento e do espetáculo, fazem o seu papel em prover uma boa adaptação da história para a linguagem do cinema. As canções, que são 50% do que realmente importa nesse tipo de filme (os outros 50% são as performances) são ótimas, e isso já é meio caminho andado para garantir a empolgação de quem não é muito fã de musicais.

E o filme é bacana, olha só! Minha música preferida é I Love You, I Do. A produção é impecável, e a direção de Bill Condon eficiente. A impressão mais marcante, no entanto, é a de que Dreamgirls vai perdendo o gás à medida em que se aproxima do final. Condon (que também escreveu o roteiro) vai colocando timidamente as seqüências com diálogos cantados dentro da narrativa, que são a marca registrada do verdadeiro longa-metragem pertencente ao gênero musical, e as indicações ao Oscar de melhor ator para Eddie Murphy e atriz para Jennifer Hudson (coadjuvantes) foram nada menos que merecidíssimas. Boa diversão para fãs e não fãs, Dreamgirls é melhor que o superestimado Chicago, por exemplo, e definitivamente merece uma conferida.

Immagini di un Convento (Joe D'Amato, 1979) 7

Com: Paola Senatore, Donald O'Brien, Marina Hedman, Paola Maiolini, Marina Ambrosini, Angelo Arquilla

A.K.A. Images in a Convent – Este é, de longe, o nunsploitation mais abusado de todos os que tenho visto ultimamente, o que o coloca certamente no grupo dos melhores. O que mais impressiona, além da verve característica do diretor cult Joe D'Amato, é a beleza das atrizes. Não tem sequer uma mulher feia! Até a madre superiora tem lá seus encantos, sendo todas as moças devidamente utilizadas pelo diretor para orquestrar uma gema dos filmes de "prazer proibido".

Há o desenvolvimento mínimo de uma história, em meio à devassidão que rola solta no convento quando uma moça (Paola Senatore) é colocada no lugar contra a sua vontade, o capeta se materializa na pele de um forasteiro e um fogo de safadeza se acende debaixo dos hábitos das freiras. Mas vai aí um aviso: este não é um filme para ser visto por qualquer platéia. Além da óbvia profanação dos conceitos católicos e das passagens de elevado teor erótico, D'Amato não se faz de rogado e deixa sua marca registrada ao incluir uma cena explícita de estupro, que eleva o grau de marginalidade do filme e praticamente corrobora a afirmação da capa do DVD (the most explicit nunsploitation film ever made).

A Batalha do Planeta dos Macacos (J. Lee Thompson, 1973) 6

Com: Roddy McDowall, Claude Akins, Austin Stoker, Paul Williams, Natalie Trundy, Lew Ayres, John Huston

O final da saga, passado cerca de duas décadas após os acontecimentos de A Conquista do Planeta dos Macacos. Macacos e humanos mantêm uma trégua efêmera, que pode ir por água abaixo quando Caesar (Roddy McDowall) decide saber mais sobre o futuro do planeta na cidade radioativa que sobrou após a guerra nuclear. O budget pode ter sido consideravelmente reduzido, mas a diversão não é comprometida (sem entrar no mérito de como os macacos passaram a falar tão bem em tão pouco tempo). De brinde, uma parábola deveras inocente sobre as nefastas conseqüências da intolerância racial. O personagem Caesar ainda é a melhor coisa do conjunto, cujos três últimos filmes compõem uma trajetória escapista razoavelmente eficiente.

Shiryo No Wana (Toshiharu Ikeda, 1988) 2

Com: Miyuki Ono, Aya Katsuragi, Hitomi Kobayashi, Eriko Nakagawa

A.K.A. Evil Dead Trap – Um filme com status de cult, infelizmente não merecido por nenhuma de suas (escassas) qualidades. OK, é fato que há uma influência gritante de Lucio Fulci, Dario Argento e Sam Raimi (esqueçam, porém, qualquer associação do título americanizado com os filmes da série Uma Noite Alucinante). Tudo misturado num caldeirão doentio que só os japas poderiam conceber. A história envolve uma apresentadora de TV (Miyuki Ono) que investiga um snuff movie que recebeu pelo correio, levando sua equipe às garras de um assassino misterioso. A surpresa final é ridícula, mas o nível de gore é bom. Ao contrário do nível de cérebro, que é quase zero.

Pecados Íntimos (Todd Field, 2006) 9

Com: Kate Winslet, Patrick Wilson, Jennifer Connelly, Jackie Earle Haley, Noah Emmerich, Gregg Edelman

Excelente drama que esmiuça a natureza de duas pessoas (Kate Winslet e Patrick Wilson) casadas e aparentemente felizes, mas extremamente solitárias. Em meio ao ritual de acasalamento e adultério, um dilema sobre a aceitação de um ex-molestador de crianças (Jackie Earle Haley) de volta à sociedade. O longa lida com seus temas com uma maturidade que impressiona, prende a atenção do espectador e, em última instância, conduz seus personagens a uma redenção providencial, calcada em encruzilhadas emocionais capazes de definir vidas inteiras. Lembra um pouco o oscarizado Beleza Americana (Sam Mendes, 1999), com menos humor e mais seriedade.

Notas sobre um Escândalo (Richard Eyre, 2006) 8

Com: Judi Dench, Cate Blanchett, Bill Nighy, Andrew Simpson

Existe algo de ameaçador em ver a atriz inglesa Judi Dench interpretar uma professora solitária e sociopata. É a sensação provocada ao ver uma senhora idosa como ela dentro de um papel de contornos incômodos, cujo desconforto exala da tela como uma fragrância ocre. É a força de sua interpretação, assim como a entrega de Cate Blanchett no papel de vítima, que mantém acesa a tensão intimista deste thriller psicológico que poderia tentar ser mais contundente em sua reta final. Do jeito que está, trata-se pelo menos de um grande espetáculo de duas grandes atrizes. E, puxa, como ainda me surpreendo ao constatar a impressionante beleza de dona Blanchett.

A Casa dos 1000 Corpos (Rob Zombie, 2003) 5

Com: Sid Haig, Bill Moseley, Sheri Moon, Karen Black, Erin Daniels, Jennifer Jostyn

A estréia do roqueiro Rob Zombie na direção não é um desperdício completo. Mas também faz muito pouco para se colocar acima da média em sua trama requentada a partir dos slashers mais famosos do cinema americano, como O Massacre da Serra Elétrica e Halloween. O material mostra-se digno de uma conferida até o ponto em que os anormais mergulham duas de suas vítimas num labirinto subterrâneo que se transforma num show de horrores inútil e sem sentido. Não basta, afinal, que o elenco praticamente dê o sangue pela fita, é preciso dar algum sentido à loucura. Neste ponto Zombie, em Rejeitados pelo Diabo, a continuação, saiu-se bem melhor.

Norbit (Brian Robbins, 2007) 3

Com: Eddie Murphy, Thandie Newton, Cuba Gooding Jr., Eddie Griffin, Katt Williams, Clifton Powell

Norbit é mais um caso emblemático em que todas as boas cenas do filme estão em seu trailer de divulgação. A idéia geral é ótima, mas a execução jamais é capaz de gerar mais do que alguns risos amarelos na platéia. Eddie Murphy encarna três personagens diferentes, mas não é engraçado em nenhum deles, somente apelativo – no caso da baleia Rasputia. Se há alguma coisa que talvez seja algo inédito de se ver no mar de clichês em que o filme chafurda, trata-se de Cuba Gooding Jr. num papel de canalha antipático. E, em minha modesta opinião, Thandie Newton está numa condição clara de anorexia. Alguém precisa avisar essa dona para comer um pouco mais ou ela vai sumir.

Shiryo No Wana 2: Hideki (Izô Hashimoto, 1991) 4

Com: Shoko Nakajima, Rie Kondoh, Shino Ikenami, Shirô Sano

A.K.A. Evil Dead Trap 2 – Continuação de Shiryo No Wana (Evil Dead Trap). O tom agora é radicalmente diferente do espetáculo trash do primeiro filme. Percebe-se um senso mais apurado de estilo por parte do diretor, que tece uma história sobre uma serial killer gordinha (Shoko Nakajima) que parece estar influenciada pelo espírito de um moleque fantasmagórico, o tal Hideki do título (personagem "surgido" no desfecho do filme anterior). Ela faz um triângulo amoroso com uma amiga esnobe e o namorado dela, e daí logo surgem delírios mais violentos e até mesmo surreais. Indo bem até a metade, é uma pena que o filme não se sustente em seu trecho final, que enseba demais no conflito entre as amigas e falha ao estabelecer algo mais concreto com o que havia sido mostrado no primeiro filme.

Mesmo com todos os defeitos, porém, o esforço rende algo melhor que o longa original.

Extermínio (Danny Boyle, 2002) 8

Com: Cillian Murphy, Naomie Harris, Megan Burns, Christopher Eccleston, Brendan Gleeson

Este não é um filme de zumbis que se encaixe dentro dos moldes tradicionalmente conhecidos do gênero, estabelecidos por George Romero há quase 40 anos. É quase como se fosse um Resident Evil, só que sem uma heroína super-poderosa dando cabo dos mortos-vivos. A história parte da idéia de um vírus implacável incubado em chimpanzés que é liberado na sociedade por um grupo de ativistas. Transmitido pelo sangue, o vírus transforma as pessoas em zumbis e conduz toda a Inglaterra a um estado de horror total em apenas 28 dias. É aí que o protagonista (Cillian Murphy) desperta no hospital, sem saber de nada. Sem se concentrar em nada demasiadamente longo sobre os mortos-vivos e seus desdobramentos, o diretor Danny Boyle está visivelmente mais preocupado em realizar um thriller tenso e até certo ponto original, fornecendo uma visão incômoda da regressão da humanidade a um estágio de desespero e barbárie. O visual é frio e depressivo, mas capturado com uma finesse superior para trabalhos do gênero.

Les Deux Orphelines Vampires (Jean Rollin, 1997) 3

Com: Alexandra Pic, Isabelle Teboul, Bernard Charnacé, Nathalie Perrey, Anne Duguël

A.K.A. Two Orphan Vampires – Duas órfãs adolescentes e cegas somente durante o dia (Alexandra Pic e Isabelle Teboul), na realidade vampiras com sonhos de grandeza sobre serem deusas aztecas (!), vivem de atacar transeuntes e animais no cemitério perto do orfanato de freiras onde moram. Até o dia em que um médico chega para adotá-las e levá-las para viver em Paris. Alegoria vampírica decepcionante de Jean Rollin, que demonstra ter parado no tempo ao resgatar o que havia de mais descartável no estilo datado que ele demonstrara em seus primeiros trabalhos no cinema. Les Deux Orphelines Vampires é a prova de que a maioria de seus filmes é muito mais bonita de se ver do que de assistir, graças à sua obsessão por compôr pinturas cênicas, negligenciando lógica, narrativa e ritmo.

Na Mira da Morte (Peter Bogdanovich, 1968) 6

Com: Tim O'Kelly, Boris Karloff, Nancy Hsueh, Peter Bogdanovich, Arthur Peterson

Primeiro filme de Peter Bogdanovich, no início de carreira um discípulo de Roger Corman. A história co-escrita pelo próprio e co-inspirada no episódio real do atirador Charles Whitman é composta por duas linhas narrativas que lidam com as reações de dois homens diante da monotonia de uma rotina sufocante. Boris Karloff meio que interpreta a si mesmo, um astro do cinema de horror em fim de carreira. Tim O'Kelly é o americano médio aparentemente normal que desenvolve tanto um gosto mortal por armas quanto um desprezo anormal pela vida humana. O ritmo é muitas vezes lento demais, mas a condução de Bogdanovich é correta e culmina num desfecho com bom nível de suspense. Como bônus obscuro, há uma ou duas tiradas hilárias nos diálogos protagonizados por Karloff.

A Jóia do Nilo (Lewis Teague, 1985) 7

Com: Michael Douglas, Kathleen Turner, Danny DeVito, Spiros Focás, Avner Eisenberg

A continuação do divertido Tudo por uma Esmeralda aposta numa história mais movimentada e na produção de Michael Douglas para manter o pique de uma série que tinha tudo para ir mais longe porém, não sei porquê, parou neste segundo filme mesmo. O carisma da dupla Douglas e Turner é o que garante a diversão, e torna suportável o romantismo pontuado por uma trilha sonora constrangedoramente melosa. No geral, o filme não consegue superar o original, mas também não faz feio diante do monte de diversão rasteira similar que proliferou como água na década de 80. Mesmo sem um copo de água do Nilo e com todos os exageros culturais no modo com que o povo africano é retratado.

Atirador (Antoine Fuqua, 2007) 8

Com: Mark Wahlberg, Michael Peña, Danny Glover, Kate Mara, Elias Koteas, Ned Beatty

Atirador de elite (Wahlberg) afastado da ativa é convocado por um coronel (Glover) para trabalhar na defesa do presidente americano contra um futuro atentado, mas é incriminado e foge para se vingar mais tarde, com a ajuda de um agente do FBI novato (Peña). O terreno não é estranho para o diretor Antoine Fuqua, que volta a orquestrar a saga do protagonista acuado em situação desesperadora. As explosões foram feitas para serem espetaculares, e o nível de cérebro não claudica mas também não complica demais. É entretenimento puro, tenso e marcado por um suspense bem arquitetado, com um elenco bem escolhido que inclui alguns medalhões meio sumidos. E a mocinha sulista Kate Mara é colírio para os olhos.

La Fiancée de Dracula (Jean Rollin, 2002) 7

Com: Cyrille Iste, Denis Tallaron, Jacques Orth, Magalie Aguado, Sandrine Thoquet, Céline Mauge

A.K.A. Fiancée of Dracula – Que filmes como esse continuem a ser realizados em pleno século 21 é algo digno de comemoração, pois o cinema (e, por conseguinte, os cinéfilos) sente a falta de mais cineastas que não se mostram confortáveis com a linearidade, com a rotina. Neste filme, o francês Jean Rollin finalmente reencontra seu estilo, após o inexplicavelmente insosso Les Deux Orphelines Vampires.

Fugindo da verborragia inútil, um dos pontos fracos de sua filmografia, Rollin não hesita em concatenar elementos bizarros dentro da jornada de dois nada convencionais caçadores de vampiros em sua busca pelo conde Drácula. Os dons mediúnicos de um dos heróis os conduzem até a prometida (Cyrille Iste) do vampiro, que se refugia num convento e causa efeitos colaterais nada sutis no comportamento das freiras. O resto da história é puro Rollin, que mescla antigas obsessões suas, como o relógio de parede e uma desoladora praia deserta, com toques de nunsploitation e extremos de bizarrice que deixariam David Lynch orgulhoso.

A tal noiva do dentuço não é feia, mas tem a cena completamente roubada pela ogra devoradora de bebês interpretada por Magalie Aguado. Sem nada de explícito na tela e recorrendo somente a breves cenas de nudez que exalam bom gosto (a caracterização da vampira albina é uma das melhores coisas nos filmes de vampiro em muito, muito tempo), La Fiancée de Dracula é uma experiência rara cujas falhas são perfeitamente abonadas pela visão única do diretor francês e pelo clima gótico-onírico que faz cada vez mais falta a um gênero que parece ter esquecido a importância da sutileza e do senso estético.

Harry Potter e o Cálice de Fogo (Mike Newell, 2005) 7

Com: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Brendan Gleeson

Com a revisão, vem uma constatação mais clara acerca das arapucas existentes dentro da adaptação do livro para o cinema. Como a introdução do filme, por exemplo, de longe seu ponto mais fraco. A história demora para encontrar seu ritmo, o que deixa o filme com uma duração excessiva. Não gosto da idéia de um epílogo longo demais após o clímax (este é bem-arquitetado, por sinal), mas pelo menos ele não é tão inútil quanto a rasgação de seda que Chris Columbus aprontou nos dois primeiros longas da série.

Divagações postadas por Kollision entre 17-MAR e 2-ABR de 2007