Cinema

Chicago

Chicago
Título original: Chicago
Ano: 2002
País: Alemanha, Estados Unidos
Duração: 113 min.
Gênero: Musical
Diretor: Rob Marshall (Memórias de uma Gueixa)
Trilha Sonora: Danny Elfman (Hulk), Perry Cavari, John Kander
Elenco: Renée Zellweger, Catherine Zeta-Jones, Richard Gere, John C. Reilly, Queen Latifah, Colm Feore, Christine Baranski, Dominic West, Taye Diggs, Lucy Liu, Susan Misner, Denise Faye, Deidre Goodwin, Ekaterina Chtchelkanova, Mýa Harrison, Chita Rivera
Distribuidora do DVD: Imagem Filmes
Avaliação: 5

Assim que o musical Chicago foi novamente colocado sob os holofotes da Broadway em 1996, o burburinho sobre a adaptação cinematográfica começou e só parou em 2002, sob o comando do diretor estreante Rob Marshall e acompanhado do Oscar de melhor filme. Coroado como o ápice do renascimento de um gênero outrora nobre em Hollywood, o filme deu ainda um merecido Oscar de atriz coadjuvante para Catherine Zeta-Jones. Sim, ela é a melhor coisa do longa, uma fantasia cravada de excessos que não chega a empolgar tanto assim.

A cidade de Chicago nos anos 20 é um caldeirão de pólvora não só pela bandidagem liderada por Al Capone, mas também pelos ímpetos assassinos das donas-de-casa e dançarinas de plantão. Após assassinar o amante que lhe havia prometido uma entrada no show business, a aspirante a vedete Roxie Hart (Renée Zellweger) vai parar na cadeia. Ajudada pela matrona da prisão (Queen Latifah), Roxie conhece o advogado especialista em tirar gente como ela da cadeia Billy Flynn (Richard Gere), um canalha que extorque o inocente marido de Roxie (John C. Reilly) pelos seus inestimáveis serviços. A ascensão de Roxie perante a imprensa não passa despercebida de Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones), uma estrela do vaudeville também presa por matar o marido e a irmã num rompante de ciúmes. A competição entre as duas se acirra cada vez mais à medida que se aproxima o dia do julgamento de Roxie.

Foi idéia do diretor transformar a maior parte dos números musicais em devaneios da protagonista Roxie, abrindo um leque avassalador de opções para os atos e transformando o filme numa alegoria gigante, exagerada e cínica. Onde quer que vá a mente da assassinazinha obcecada pelo sucesso, lá estarão os números encenados por todo o elenco principal. O estilo pode atrair quem já tem afinidade com a coisa mas, para mim, a esmagadora maioria das canções dá sono e vontade de acelerar a projeção até a próxima cena com diálogos de verdade. O único número que realmente emociona, para falar a verdade, é a performance solitária e triste de John C. Reilly. Isso não significa que os dotes de dança e canto dos demais não estejam à altura. Mas não há como negar que Catherine Zeta-Jones ofusca seus companheiros sem muita dificuldade.

A principal causa deste filme ser uma pérola para os aficcionados por musicais, mas um embuste para o cinéfilo regular, é o excesso de caricaturas em cena e a falta de uma conexão mais bem acabada com a realidade. As mulheres do filme não passam de seres desprezíveis com um só objetivo em mente (daí minha percepção de uma obra equivocadamente feminista), e os homens enveredam por uma caracterização extremamente imbecil (com exceção de Reilly). Toda a seqüência de julgamento de Roxie, por exemplo, é na realidade um picadeiro onde o palhaço-mestre é ninguém menos que o galã Richard Gere.

O DVD traz como extras uma coletânea de 25 minutos de cenas de bastidores, notas de produção, biografias do elenco principal e do diretor, entrevistas curtas com vários membros da produção, trailer, galeria de fotos, e os trailers de Confissões de uma Mente Perigosa e A Promessa (mostrados antes do menu principal do DVD), além de Frida, Madame Satã, Honra e Coragem e Cruzeiro das Loucas.

Texto postado por Kollision em 2/Março/2006