Vozes do Além (Geoffrey Sax, 2005)
Com: Michael Keaton, Deborah Kara Unger, Ian McNeice, Chandra West, Mike Dopud
Horror sobrenatural que usa como ponto de partida o fenômeno de se gravar mensagens dos mortos – que ganham voz a partir do ruído de fundo existente – em meios magnéticos ou digitais. Na história, um arquiteto (Michael Keaton) desconsolado com a morte súbita da esposa é convencido de que pode contactá-la graças à insistência de um expert no assunto (Ian McNeice). Mas as coisas não são bem o que aparentam ser. A boa idéia inicial é desperdiçada num roteiro sem criatividade, que apela para saídas fáceis e em sua reta final não consegue corresponder à antecipação sobrenatural criada no início. O diretor até tenta fazer alguma coisa com o material fraco. O elenco, porém, não ajuda, já que Keaton não consegue segurar o filme sozinho.
Harry Potter e a Ordem da Fênix (David Yates, 2007)
Com: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Michael Gambon
A longevidade cinematográfica nem sempre faz bem a franquias de sucesso, mas o diretor televisivo David Yates aproveita-a com bons resultados no quinto filme adaptado da série de J. K. Rowling. Longe está a época inflada e vazia dos primeiros longas de Chris Columbus, e o que se vê na tela é uma aventura de mistério que rivaliza com o trabalho de Alfonso Cuarón em Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban. Desta vez, Harry é vítima de um complô que desacredita seus relatos sobre o retorno de Voldemort, o lorde das Trevas, e o único professor de Hogwarts que acredita em sua inocência é Albus Dumbledore. Dumbledore é de longe o personagem mais desenvolvido em A Ordem da Fênix, que traz ainda o retorno de vários outros rostos ausentes do último longa. A aura de rebeldia da história adorna a entrada dos moleques na franca adolescência, com muita mágica e efeitos reservados para o clímax.
Há vários pontos altos no filme, mas um dos mais bacanas é o olhar rápido sobre o passado do enigmático Severus Snape (Alan Rickman), um grande exemplo de como conferir um pouco mais de tridimensionalidade a um universo que ameaçava se tornar terrivelmente maçante (nunca botei os olhos em qualquer livro de Potter, e assumo que o mérito da passagem seja de Rowling).
O Alucinado (Luis Buñuel, 1953)
Com: Arturo de Córdova, Delia Garcés, Luis Beristáin, Carlos Martínez Baena, Aurora Walker
Trabalho instigante, O Alucinado é a história de um ricaço que se apaixona pela noiva de um amigo e termina por se casar com ela. A seguir ele é dominado por um ciúme doentio da esposa, o qual evolui para um incômodo quadro de paranóia. No papel de Gloria, o objeto de paixão e obsessão do protagonista, a atriz Delia Garcés lembra muito a saudosa Vivien Leigh. Com uma performance soberba de Arturo de Córdova no papel-título, Luis Buñuel retrata uma ótima espiral de auto-destruição que só não é mais contundente por não ter ido um pouco mais longe nos rompantes possessivos do protagonista. Obviamente, isso se justifica pela época em que o filme foi realizado – o que não diminui em nada seu valor dramático.
Garota do Rio (Jesus Franco, 1969)
Com: Richard Wyler, Shirley Eaton, George Sanders, Maria Rohm, Marta Reves
Viagem na maionese filmada em pleno Rio de Janeiro, na época em que a cidade ainda exalava uma beleza não maculada pela guerra do tráfico e pela chuva de balas perdidas. A maleta carregada de dinheiro de um ladrão gringo (Richard Wyler) torna-se o objeto de cobiça de uma gangue local liderada pelo dono de uma funerária (George Sanders) e de um bando de mulheres que agem sob o comando de uma loira megalomaníaca (Shirley Eaton). Enquanto elas planejam dominar o mundo a partir de uma cidade futurista chamada Femina, o gringo se alia a uma camareira fogosa (Maria Rohm) para escapar dos inimigos.
A palhaçada é até charmosa de início, e chega a empolgar quando Jesus Franco consegue tirar água de pedra para caracterizar a cidade das mulheres (usando como cenário o Museu de Arte Moderna do Rio). Trata-se de uma mistura bizarra de Barbarella (Roger Vadim, 1968) e Aeon Flux (Karyn Kusama, 2005), acreditem se quiser. Porém, nem tão estranho assim para um trabalho classe Z, os brasileiros de plantão que aparecem na história falam espanhol... E eu posso estar muito enganado, mas aquele caboclo magrelo que aparece de relance tocando violão na cena do bar não é outro senão o "rei" Roberto Carlos!
O elenco feminino é de uma beleza considerável, mas o diretor se absteve de imbuir aqui seu conhecido toque de erotismo. Do meio para o final o filme patina feio, com longas seqüências de montage que mostram cenas do carnaval carioca e um vai-e-vem maluco que cansa o espectador. Vale ressaltar que, no sub-gênero da aventura de espionagem de Jesus Franco, o subseqüente Der Teufel kam aus Akasava (1970) é bem mais movimentado e divertido.
Malena (Giuseppe Tornatore, 2000)
Com: Monica Bellucci, Giuseppe Sulfaro, Luciano Federico, Gilberto Idonea, Pippo Provvidenti
Um furacão de nome Malena (Monica Belucci) varre uma pequena cidadezinha da Sicília no meio da Segunda Guerra Mundial. Por onde ela passa, os homens babam e as mulheres se contorcem de inveja. A beleza da moça, cujo marido partiu para lutar na guerra, torna-se também o centro do universo para um garoto (Giuseppe Sulfaro) que está entrando na adolescência. Belucci é o objeto de fetiche e desejo tanto do protagonista mirim quanto de quem assiste ao filme, numa história de visíveis contornos metafóricos relacionados à guerra. Há momentos engraçados, ternos e mesmo trágicos, valorizados pela boa fotografia e por mais uma memorável trilha sonora do mestre Ennio Morricone. O resultado não é tão poético quanto Cinema Paradiso, de longe o trabalho mais conhecido de Giuseppe Tornatore. Porém, além do irresistível apelo plástico proporcionado pela Sra. Bellucci, o longa lida de forma bastante eficiente com temas como dignidade, intolerância e hipocrisia.
Sadomania (Jesus Franco, 1981)
Com: Ajita Wilson, Antonio Mayans, Gina Janssen, Ursula Buchfellner, Otto Retzer
Exploitation épico, cuja sinopse no DVD chega a taxá-lo como o Cidadão Kane de Jesus Franco. Sadomania é, sim, um pastiche despudorado coalhado de nudez feminina, torturas e sadismo, mas com uma história absurda, diálogos ridículos e níveis de interpretação claudicantes. Na "história" deste espetáculo do cinema underground, um casal em viagem de lua-de-mel é separado pelo rapto e encarceramento da noiva numa prisão feminina onde todas as mulheres fazem trabalho escravo seminuas. A diretora do lugar (Ajita Wilson) gerencia a saída das detentas para a satisfação de um governador local broxa (Antonio Mayans) e para um prostíbulo localizado nas redondezas, além de promover ela própria matanças e combates entre as prisioneiras. Mais tarde, o noivo expulso retorna para tentar libertar sua esposa.
Há quem tente enxergar algum significado dentro deste tipo de filme, mas o objetivo do diretor é para mim muito claro: presentear a platéia com um amálgama de perversões escapistas de cunho fetichista. Afinal, o que dizer de um filme que mostra mulheres nuas enjauladas, sexo lésbico, mulheres nuas duelando ao pôr-do-sol, mulheres nuas sendo comidas por crocodilos, mulheres nuas tendo os seios espetados por agulhas, mulheres nuas acorrentadas e violentadas, mulheres trabalhando em pedreiras com os peitos de fora em pleno meio-dia, mulheres nuas sendo vítimas de tiro ao alvo, mulheres nuas estupradas por um cão pastor... E o diretor, no papel do dono boiola do bordel, sendo coberto por um negão? Que não é outro senão a malvada Ajita Wilson, na verdade um ator que fez operação de troca de sexo nos anos 70 e depois seguiu carreira de sucesso em filmes pornográficos?
Em meio a todo o suposto baixo nível que o parágrafo acima evoca, Sadomania é permeado por um humor não intencional (como na cena do ataque dos crocodilos de plástico), e em vários momentos apresenta ótima cinematografia e um bom trabalho de câmera por parte do diretor, tudo obviamente engolido pela ambientação trash do todo e pela abundante nudez feminina – com certeza a característica mais marcante do longa. Algumas atrizes passam TODO O FILME com os seios de fora, sem vestir uma blusa sequer! A propaganda de divulgação faz alusão à presença da playmate Ursula Buchfellner (a primeira loira a ir de barco para o bordel), mas o verdadeiro colírio da história é Gina Janssen, que faz a esposa do político broxa. A morena Ajita Wilson, por sua vez, representa a força e o ponto de coesão dentro de toda a bagunça, e por nenhum momento passa qualquer impressão de já ter sido um homem.
Transformers (Michael Bay, 2007)
Com: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, Jon Voight, John Turturro
Arrebatador é um dos adjetivos que se aplicam sem restrição à versão em filme de Transformers, conceito originado de uma série de brinquedos mas que ficou bem mais famoso como um desenho animado de estrondoso sucesso na década de 80. Trata-se de um filme superlativo que merece todos os elogios possíveis nos departamentos técnicos, impecáveis ao darem vida aos robôs conscientes que se transformam em máquinas – carros e aviões, em sua maioria. Como é um filme de Michael Bay, o senhor absoluto da pirotecnia desvairada, pode-se esperar um colosso de ação e destruição, característica que quase sempre trilha o caminho inverso associado ao nível de cérebro da história.
O roteiro nem chega a ser o ponto mais fraco do filme, cujas deficiências aparecem somente em momentos isolados da narrativa. Como no final, que contém um série de concessões que abrem caminho descarado para uma continuação e ao mesmo tempo infantilizam uma história que até ali tinha se apoiado com bastante força em conceitos bélicos e logísticos de escopo global. Apesar disso, o apelo do escapismo de Transformers é irresistível e justifica bem os deslizes: sendo direto ao ponto, são grandes robôs que usam a Terra como campo de batalha numa luta apocalíptica entre o bem e o mal, com Nova York (mais uma vez) semi-destruída no confronto final. A ligação com a realidade humana é provida por um adolescente com os hormônios em ebulição (Shia LaBeouf) e sua namorada inspirada na MJ de Homem-Aranha (Megan Fox), que se tornam os protegidos de Bumblebee, um robô do bem transmutado num Chevrolet Camaro. O pivete é parte do motivo dos alienígenas terem vindo à Terra, e serve como identificação imediata diante da situação pra lá de fantástica criada pelo filme.
Que é, sem sombra de dúvida, o longa-metragem mais imperdível dos últimos tempos – pelos motivos mais "pipoca" possíveis.
Macumba Sexual (Jesus Franco, 1983)
Com: Lina Romay, Ajita Wilson, Antonio Mayans, Jesus Franco, Lorna Green
Reparem bem na capa do DVD. O que parece ser uma dupla de cães é, na realidade, um homem e uma mulher, os escravos de uma princesa africana misteriosa (Ajita Wilson) que assombra os sonhos de uma corretora de imóveis (Lina Romay) em férias com o marido (Antonio Mayans). Os pesadelos da dona são infestados por coisas que variam de rituais de feitiçaria à consumação de fantasias carnais, compondo um mistério oculto típico das obras mais bizarras de Jesus Franco. O horror inerente toma forma devagar, cadenciado pelo desfile constante da "estrela" Lina Romay como veio ao mundo e por interrupções eróticas não muito eficientes. Com belíssimas locações nas Ilhas Canárias, o filme é fotografado com competência, e exige alguma paciência para que mais este universo peculiar criado por Franco possa ser apreciado.
Escravos do Rancor (Luis Buñuel, 1954)
Com: Jorge Mistral, Irasema Dilián, Lilia Prado, Ernesto Alonso, Francisco Reiguera
Escravos do Rancor é a interpretação de Luis Buñuel para o dramalhão Wuthering Heights, de Emily Brontë, mais conhecido em português como O Morro dos Ventos Uivantes. Tanto o título original do filme de Buñuel quanto o título brasileiro são extremamente mais condizentes que essa baboseira de "O Morro", uma vez que a história é uma das mais amargas que já vi em matéria de drama e romance. A ambientação é transferida para a zona rural mexicana, assim como todos os personagens principais e suas nuances degradantes. Para quem não sabe, a tragédia gira em torno de um rejeitado (Jorge Mistral) que retorna ao seio de sua família adotiva depois de ficar rico e a destrói completamente, seja por sua paixão pela irmã de criação já casada ou pela humilhação a que submete todos aqueles que no passado o destrataram. Na minha opinião são personagens extremamente antipáticos, e tal característica é acentuada por Buñuel sem dó nem piedade. Mais ou menos como os animais que ele maltrata de forma explicitamente sádica (uma borboleta, um sapo e um porco são mortos sem cerimônia diante da câmera).
Shrek (Andrew Adamson e Vicky Jenson, 2001)
Vozes: Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, John Lithgow, Vincent Cassel
Ganhador do primeiro Oscar de animação da história da Academia de Artes e Ciências de Hollywood, Shrek é um filme bonito e certinho, mas nem tanto. O "nem tanto" vai em oposição a algumas listas que andei lendo, que qualificam o filme como um dos mais "família" da história do cinema. Será que dá pra afirmar isso de um desenho cujo herói peida, arrota, tira cera da orelha e mata animais silvestres por diversão? A história de conto-de-fadas às avessas é superestimada, sendo centrada sobre um ogro ranzinza (voz de Mike Myers) que é obrigado a resgatar uma princesa (voz de Cameron Diaz) para ter seu pântano de volta, o qual foi invadido por milhares de personagens de outros contos-de-fadas a mando do rei nanico (voz de John Lithgow) que quer se casar com a moçoila. A sátira a inúmeros desenhos antigos é bacana, mas quem rouba a cena mesmo é o burro sidekick feito por Eddie Murphy, o único que consegue arrancar algumas gargalhadas. De resto, o lado açucarado do improvável romance entre Shrek e a princesa vai tomando conta de tudo, até o final esperado.
Sem Face (Jesus Franco, 1988)
Com: Helmut Berger, Brigitte Lahaie, Christopher Mitchum, Anton Diffring, Telly Savalas
Com aquela aura típica dos filmes de horror da década de 80, este é provavelmente o trabalho mais comercialmente acessível que eu já vi de Jesus Franco. Os valores de produção de Sem Face são completamente distintos daqueles que caracterizam o grosso da filmografia do diretor espanhol. O interessante é notar que, junto com a abundância de recursos, há uma influência clara do cinema norte-americano (o qual ele já declarava admirar e desejava absorver em seus filmes a partir da década de 80). O filme é carregado no gore, e aproxima-se bastante da estética demonstrada por seu conterrâneo contemporâneo italiano Lucio Fulci. Um cirurgião plástico misterioso (Helmut Berger) faz de tudo para restaurar o rosto deformado da irmã com a ajuda da assistente e amante (a favorita de Jean Rollin Brigitte Lahaie). Seu plano é fazer um transplante completo de rosto, mas a "abdução" de uma doadora americana coloca o pai da moça (Telly Savallas) no encalço dos carniceiros, pois ele envia um detetive particular (Christopher Mitchum) à sua procura.
Como visto, o elenco mais profissional é um dos diferenciais do filme. O trabalho de maquiagem nas cenas do transplante, comandadas por um médico alemão sinistro – caracterização fenomenal do ator Anton Diffring – é consideravelmente bem-feito. O que destoa por completo do conjunto é a trilha sonora pop, com uma canção-tema que parece ter sido cantada por George Michael, usada à exaustão do início ao fim do filme. Ninguém merecia isso, señor Franco...
Espíritos - A Morte Está ao Seu Lado (Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom, 2004)
Com: Ananda Everingham, Natthaweeranuch Thongmee, Achita Sikamana, Unnop Chanpaibool
Filme tailandês que soa derivativo do hoje já batido cinema de horror japonês, mas que ainda assim possui um "algo a mais" que o diferencia do resto da safra de seguidores de Hideo Nakata e Takashi Shimizu. Esta revisão serviu mais para ratificar suas qualidades do que dirimir suas fraquezas. Mesmo perdendo um pouco do impacto quando visto em DVD, ele permanece como um dos bons longas do gênero a contar com um final surpresa. Para quem acredita em, ou se deixa influenciar por conceitos espíritas, a história consegue até mesmo fornecer algo importante para se pensar.
Se os americanos ousarem mesmo concluir uma refilmagem desta pérola, tomara que seus espíritos – e os de seus descendentes – sejam assombrados por muitos e muitos anos.
O Massacre das Barbys (Jesus Franco, 1996)
Com: Silvia Superstar, Aldo Sambrell, Santiago Segura, Mariangela Giordano, Charlie S. Chaplin
Os The Killer Barbies eram (não sei se ainda são, ou mesmo existem) uma banda punk espanhola que cantava em inglês. A aliança bizarra de seus integrantes e do cineasta Jesus Franco resultou nessa coisa disforme, um cruzamento bizarro de O Massacre da Serra Elétrica com Scooby-Doo, só que dotado de contornos vampíricos. A trama nada original segue a banda em seu trajeto para mais um show, quando seu furgão pifa e eles são convidados pelo serviçal sinistro de um castelo para lá passarem a noite. Depois, uma condessa decrépita se alimentará de seu sangue para rejuvenescer. Os únicos integrantes da banda que dão as caras no filme como atores são a vocalista Silvia Superstar (que por sorte tem uma forte presença cênica e praticamente dá ao filme um ar de mínima dignidade) e seu namorado baterista. Praticamente toda a trilha sonora é dos próprios e de uma outra banda, mas o uso repetido de aparentemente uma só música enche o saco lá pela metade da película, que padece de uma fotografia deficiente, atuações exageradas e caricatas dos vilões e uma visível rédea presa por parte de Franco no aspecto sensual da história. Esta até que começa bem, com um bom clima, que infelizmente não consegue se sustentar por muito tempo.
Shrek 2 (Andrew Adamson, Kelly Asbury e Conrad Vernon, 2004)
Vozes: Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, Antonio Banderas, John Cleese
Gráfica, musical e conceitualmente, esta continuação supera com bastante folga o original Shrek, um filme superestimado que caiu nas graças do mundo todo em 2001. Além da visível melhoria na qualidade da animação, que fica clara na princesa Fiona (em sua forma de ogro) e em todos os personagens humanos, trata-se de um longa muito mais divertido e engraçado. Os motivos não são muitos, basta mencionar a história mais dinâmica, a introdução do gato-de-botas e seu olhar meigo e as INÚMERAS referências a sucessos do cinema e do mundo do entretenimento em geral. O uso de canções de verdade consegue empolgar de forma genuína, e ajuda a construir a atmosfera descolada que não ficou muito bem estabelecida em meio à dengosidade melosa do primeiro filme.
Luzes do Além (Patrick Lussier, 2007)
Com: Nathan Fillion, Katee Sackhoff, Craig Fairbrass, Adrian Holmes, Teryl Rothery
É bem óbvio que o assassinato estúpido da mulher e do filho do protagonista logo no início do filme será um dos pivôs do conflito que surge assim que o cara tenta se suicidar e tem uma experiência de quase-morte (ou NDE, Near Death Experience – não Non Destructive Examination). Ele sai do hospital com a capacidade de enxergar auras de luz ao redor de algumas pessoas, ao mesmo tempo em que começa a ser assombrado por aparições de fantasmas putrefatos. Bem melhor que Vozes do Além, do qual é uma continuação indireta, Luzes do Além vem com um roteiro que desliza bastante na plausibilidade, mas é eficiente ao construir um ambiente opressivo e jogar algumas surpresas no meio do caminho. Há um punhado de referências a clássicos do gênero, o desempenho do elenco é decente, e a mocinha Katee Sackhoff lembra bastante Patricia Arquette. Muitos sustos forçados e o final confuso, no entanto, impedem que o filme atinja um resultado excelente.
Divagações postadas por Kollision entre 21-JUL e 1-AGO de 2007