Calma, não se trata de Jesus Cristo, e sim de Jesus (ou Jess) Franco, o prolífico diretor espanhol que recentemente teve várias de suas obras lançadas no Brasil em DVD pela Continental.
Franco sempre foi um cineasta marginal, geralmente conhecido (e incensado) somente no círculo mais hardcore de admiradores do cinema de horror. Com uma filmografia impressionante iniciada na década de 60, até hoje ele se mantém em atividade, desfrutando de um prestígio sem par entre aqueles que admiram o verdadeiro cinema – não só o de horror.
Muitos dos filmes lançados em DVD agora jamais tiveram qualquer divulgação oficial no país, o que lhes garante um inegável status de estréia junto aos aficcionados por obras obscuras. Os filmes de Franco, marcados quase sempre por orçamentos ridículos, adornos de bizarrice e flertes com o erotismo, possuem apesar de tudo um frescor de originalidade atemporal, o que é garantia de ótima diversão para quem procura algo diferente da pasteurização imbecil proporcionada pelo cinema americano e pelos blockbusters da vida. Considero a decisão da distribuidora nacional em incluir os lançamentos numa tal de Trash Collection uma coisa extremamente infeliz, mas a cavalo dado não se olha os dentes, não é mesmo?
Tive a sorte de ser apresentado ao cinema de Franco antes de sua invasão no mercado nacional de DVDs. Afinal, lá fora suas obras são largamente distribuídas e conhecidas, e meios para obtê-las por aqui existem aos montes. Abaixo está a relação dos filmes que já tenho em edições importadas, e que a Continental acabou de lançar no mercado nacional:
Na data de hoje, os demais filmes dele que possuo em meu acervo são Miss Muerte (1966), Der Teufel kam aus Akasava (1970), Drácula contra Frankenstein (1972) e La Mansión de los Muertos Vivientes (1983). Já estão na minha prateleira para degustação Garota do Rio (1969), Sadomania (1981), Sem Face (1988) e O Massacre das Barbys (1996), que são os demais filmes lançados no pacote da Continental, além do importado Macumba Sexual (1983). Como estes filmes representam somente a ponta do iceberg em se tratando de Jesus Franco, espero que os DVDs façam sucesso entre os colecionadores. Assim, a probabilidade de outros de seus trabalhos darem as caras por aqui será bem maior.
E, quem sabe, a porta talvez até se abra para outros cineastas da mesma geração e estirpe de Franco, como o francês Jean Rollin ou o italiano Lucio Fulci, que já tem um ou dois títulos lançados por aqui mas também é terrivelmente negligenciado pelas distribuidoras.
Texto postado por Kollision em 18 de Julho de 2007