Revisto em DVD em 29-ABR-2008, Terça-feira
Rever Transformers numa tela de TV é uma experiência um pouco desanimadora, no sentido que agora ficou mais fácil visualizar as falhas da história, que estão lá basicamente para garantir sobrevida aos excepcionais efeitos especiais. O filme é uma obra atípica, pois o tema é tão único e os efeitos tão convincentes que eles praticamente soterram as suas falhas e o transformam numa experiência fascinante: ou seja, trata-se do cinema pipoca superlativo, obrigatório nem que seja para que se possa assistir a um admirável trabalho técnico injustamente preterido na última cerimônia do Oscar (o longa foi inexplicavelmente derrotado na categoria de efeitos visuais por A Bússola de Ouro). O excesso de personagens humanos em cena quase atrapalha o show dos robôs alienígenas – Autobots e Decepticons – mas a diversão é garantida.
A sequência da história está em Transformers - A Vingança dos Derrotados.
O DVD duplo da Paramount vem com uma faixa de comentários em áudio de Michael Bay acompanhando o longa no primeiro disco, que contém ainda um teaser da produção e o trailer de Homem de Ferro (acessíveis somente após o término do filme). O disco adicional tem cerca de 2 horas de material de making-of, além de um trecho de 8 minutos com ênfase na cena do Scorponok no deserto, uma galeria de desenhos de produção animada de dois minutos, dois trailers e o mesmo teaser que aparece no primeiro disco.
Visto no cinema em 22-JUL-2007, Domingo, sala 4 do Multiplex Pantanal
Arrebatador é um dos adjetivos que se aplicam sem restrição à versão em filme de Transformers, conceito originado de uma série de brinquedos mas que ficou bem mais famoso como um desenho animado de estrondoso sucesso na década de 80. Trata-se de um filme superlativo que merece todos os elogios possíveis nos departamentos técnicos, impecáveis ao darem vida aos robôs conscientes que se transformam em máquinas – carros e aviões, em sua maioria. Como é um filme de Michael Bay, o senhor absoluto da pirotecnia desvairada, pode-se esperar um colosso de ação e destruição, característica que quase sempre trilha o caminho inverso associado ao nível de cérebro da história.
O roteiro nem chega a ser o ponto mais fraco do filme, cujas deficiências aparecem somente em momentos isolados da narrativa. Como no final, que contém um série de concessões que abrem caminho descarado para uma continuação e ao mesmo tempo infantilizam uma história que até ali tinha se apoiado com bastante força em conceitos bélicos e logísticos de escopo global. Apesar disso, o apelo do escapismo de Transformers é irresistível e justifica bem os deslizes: sendo direto ao ponto, são grandes robôs que usam a Terra como campo de batalha numa luta apocalíptica entre o bem e o mal, com Nova York (mais uma vez) semi-destruída no confronto final. A ligação com a realidade humana é provida por um adolescente com os hormônios em ebulição (Shia LaBeouf) e sua namorada inspirada na MJ de Homem-Aranha (Megan Fox), que se tornam os protegidos de Bumblebee, um robô do bem transmutado num Chevrolet Camaro. O pivete é parte do motivo dos alienígenas terem vindo à Terra, e serve como identificação imediata diante da situação pra lá de fantástica criada pelo filme.
Que é, sem sombra de dúvida, o longa-metragem mais imperdível dos últimos tempos – pelos motivos mais "pipoca" possíveis.