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14º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá

14º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá

De 24 a 30 de Maio, a sala 8 do Multiplex Pantanal foi tomada por uma programação que soou como um sopro de variedade em meio ao domínio indecente dos blockbusters americanos em cartaz (para se ter uma idéia, as outras 7 salas do complexo exibiram no período somente Homem-Aranha 3 e Piratas do Caribe - No Fim do Mundo, com exceção de uma sessão tardia das 22h00 para Escola de Idiotas). Desta vez, todas as sessões do Festival tiveram entrada franca, o que deveria contar como um diferencial para atrair público. Pelo que pude observar e ouvir, no entanto, quase nenhuma das sessões teve lotação completa.

O humilde escriba e pretenso diretor que vos escreve acompanhou parcialmente o Festival, que teve a decência de reprisar os filmes exibidos durante a noite em sessões adicionais durante o dia seguinte. Foi assim que pude conferir, no fim de semana, Proibido Proibir (Jorge Durán), Cão Sem Dono (Beto Brant e Renato Ciasca) e Batismo de Sangue (Helvécio Ratton), longas que estão sendo regularmente exibidos somente nos grandes centros. Como trabalhador e assalariado que sou, as sessões dos dias úteis foram quase impossíveis de serem prestigiadas. No único dia em que pude comparecer, o filme Baixio das Bestas (Cláudio Assis) foi cancelado e excluído da competição porque a cópia não havia chegado a tempo. Os organizadores substituíram a projeção por Antônia (Tata Amaral), mas cá entre nós... isso não é material para se assistir às 11h30 da noite de uma Terça-feira, sabendo que é preciso acordar no dia seguinte para mais um dia cheio no trabalho.

O longa-metragem campeão do evento foi Querô, dirigido por Carlos Cortez, que levou também outros 5 prêmios. Entre eles, os de melhor direção, melhor roteiro e melhor ator. Uma pena que eu não pude vê-lo.

Como sempre acontece nesses casos, a qualidade do "enchimento" do Festival, na forma de vídeos em sua maioria sofríveis e alguns curtas que chamam a atenção, variou do execrável ao ótimo. Observações sobre alguns curtas que assisti (película):

Sobre os trabalhos em vídeo, tudo o que posso dizer é: medo, muito medo! OK, sabemos que é preciso valorizar as iniciativas dos jovens dispostos a pegar uma câmera e contar uma história. Mas não dá para se ter algo que preste sem estrutura e um pouco de conhecimento, e o nível geral (com raríssimas exceções) está muito longe de sequer render algo com um mínimo de qualidade.

Texto postado por Kollision em 1 de Junho de 2007