Visto no cinema em 17-SET-2007, Segunda-feira, sala Cinemais 4 do Shopping Três Américas
Ganhador do prêmio de melhor filme e melhor ator no 14º Festival de Cinema de Vídeo de Cuiabá, Querô apresenta-se como uma crônica urbana na mesma linha bem estabelecida por Cidade de Deus (Fernando Meirelles, 2002) e Carandiru (Hector Babenco, 2003), guardadas as devidas proporções, obviamente. Querô (Maxwell Nascimento) é um adolescente cheio de ódio que foi abandonado pela mãe ao nascer. Criado num prostíbulo sem qualquer traço de afeto, o rapaz entra no mundo do crime ao ser encarcerado na Febem por um delito pequeno.
Às vezes tenho um início de revolta contra a esmagadora maioria dos filmes nacionais atuais, que insistem em mostrar um Brasil doente, sub-humano, feio, sujo, em que a sociedade se prostra diante de uma realidade marcada por uma barbárie que fica mais irreversível a cada dia que passa. Para o bem ou para o mal, trabalhos seminais como Querô – que primam por uma execução consistente e interessante – servem para abrir nossos olhos de vez em quando para aquilo que está debaixo dos narizes de todo mundo, mas ninguém é capaz de encarar de frente.
Afinal, quantos jovens acabam tendo um destino parecido com o do protagonista deste filme?