Visto em DVD em 26-JUL-2008, Sábado
Há duas perspectivas quando se assiste a um filme como Juventude: a dos que conhecem a obra de Bergman (ou pelo menos os filmes mais famosos) e a daqueles que jamais tiveram contato algum com o diretor sueco. Se você faz parte da primeira categoria, como eu, certamente se deparará com uma amostra embrionária de muitos dos temas dos quais ele trataria de forma mais aprofundada em suas futuras obras-primas. Os espectadores pertencentes à segunda categoria vão provavelmente se espantar com a inocência injetada na história do primeiro amor da bailarina Marie (Maj-Britt Nilsson), numa série de memórias que a moça revive enquanto ela passa por um período conturbado de sua vida adulta. Não acredito que Bergman tenha sido completamente bem-sucedido na caracterização do rapaz, e a atmosfera de tragédia que paira sobre toda a história contrasta de forma dolorosa com a mensagem final, condensada na belíssima tomada que encerra o filme. Ainda assim, tirando um grave deslize na edição da cena do barco, Juventude é tecnicamente um deleite em sua simplicidade e seus enquadramentos bergmanianos.
Na seção de extras há uma biografia curta de Ingmar Bergman, uma série de críticas breves sobre o filme e os trailers norte-americanos de Através de um Espelho, Luz de Inverno, O Silêncio, O Sétimo Selo, Persona e Sonata de Outono.