Cinema

Todo Mundo em Pânico 4

Todo Mundo em Pânico 4
Título original: Scary Movie 4
Ano: 2006
País: Estados Unidos
Duração: 83 min.
Gênero: Comédia
Diretor: David Zucker (Top Secret, Corra que a Polícia Vem Aí, Todo Mundo em Pânico 3)
Trilha Sonora: James L. Venable (O Balconista 2, Voltando para a Escola, Super-Heroi - O Filme)
Elenco: Anna Faris, Craig Bierko, Regina Hall, Bill Pullman, Carmen Electra, Chris Elliott, Cloris Leachman, Anthony Anderson, Kevin Hart, Michael Madsen, Henry Mah, Leslie Nielsen, Charlie Sheen, Molly Shannon, Phil McGraw, Shaquille O'Neal, Garrett Masuda, Beau Mirchoff, Conchita Campbell, Edward Moss, Champagne Powell
Avaliação: 6

A longevidade da série iniciada com Todo Mundo em Pânico (2000) parece longe de esmorecer. Principalmente depois que David Zucker, o maior nome da comédia besteirol-satírica junto aos outros dois integrantes do famoso trio ZAZ (David Zucker, Jim Abrahams e Jerry, irmão de David) assumiu as rédeas da franquia no terceiro filme. Este quarto longa não é em nada diferente dos demais, apresentando um fiapo de história como desculpa para o desfile de reconstituições engraçadinhas dos filmes americanos de maior sucesso lançados após Todo Mundo em Pânico 3. Assim, o público-alvo se mantém concentrado em duas vertentes: aqueles que, por natureza, curtem esse tipo de humor, e aqueles que porventura tenham assistido aos filmes "homenageados".

Quem está no centro dos eventos é a recorrente loira Cindy Campbell (Anna Faris), que desta vez decide tentar ser enfermeira ao se candidatar a uma vaga de assistente social e encarar a tarefa de cuidar de uma senhora senil numa sinistra casa de subúrbio. Seu vizinho, o operador de guindaste Tom Ryan (Craig Bierko), tem problemas na educação dos filhos e é uma das principais testemunhas do extermínio iniciado por terríveis naves alienígenas conhecidas por tripods. Enamorados, os dois fazem o que podem para combater as ameaças dos aliens, investigando pistas malucas deixadas por japinhas fantasmagóricos, se aventurando dentro de uma vila esquisita com um monte de gente esquisita e encarando as assustadoras entranhas das naves alienígenas.

O fiapo de roteiro deste pastiche se baseia principalmente nos filmes O Grito, Guerra dos Mundos, Jogos Mortais e A Vila, sendo que, para este último, recomendo que quem ainda não o viu não ponha os olhos em Todo Mundo em Pânico 4. Sobra ainda para filmes mais sérios como O Segredo de Brokeback Mountain, e para bizarrices recentes protagonizadas por nomes famosos da cultura americana, como o acesso de loucura de Tom Cruise no programa de Oprah Winfrey e a conhecida amarelada do presidente George Bush diante do maior desastre da história recente dos Estados Unidos. E, como não podia faltar, há mais uma tiração de sarro com o eternamente estigmatizado Michael Jackson. O caldeirão de referências queria incluir outras coisas como A Casa de Cera e King Kong (que inclusive aparece no pôster do filme), mas as sátiras a estes filmes não puderam ser realizadas.

É preciso admitir que a maioria das piadas funciona, e elas são bem mais engraçadas para quem tiver assistido aos filmes nos quais elas se inspiram. Um dos grandes trunfos dos produtores foi trazer para o elenco o ator Bill Pullman, presente também no filme O Grito. Participações marcantes são as pontas de Charlie Sheen e Leslie Nielsen, em meio ao retorno de atores coadjuvantes que tiveram destinos ou papéis distintos em filmes anteriores. Mas quem se importa com isso quando a proposta do longa é colocar o maior número de gags no menor tempo de projeção possível? Anna Faris é o arquétipo da loira bonitinha e burrinha e continua caindo como uma luva em seu papel, mas a vozinha sempre sussurrada da moça enche o saco depois de algum tempo de filme. Craig Bierko, seu par, faz o dever de casa com a necessária cara de idiota, enquanto só falta matar a filha com sua peculiar atenção paternal.

Uma pena que o quarto final da película seja tão ruim, apressando a resolução (e o filme precisa disso?) e dando um final fácil e idiota para o conflito. O filme termina funcionando como nada mais que uma palhaçada rasteira para os cinéfilos mais assíduos, sem trazer nada de relevante à já batida fórmula da série.

Texto postado por Kollision em 13/Junho/2006