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Uma Iluminação na Ponte Aérea

Em viagem de trabalho surpresa à cidade maravilhosa nesta última sexta-feira, quase fui vítima do caos que tem se estabelecido nos aeroportos do país devido à crise dos controladores de vôo. Foi no mesmo dia em que não parou de chover por quase nenhum minuto, e um alucinado prendeu a ex-esposa e mais um punhado de gente dentro de um ônibus em Nova Iguaçu.

Quem já voou pelo menos uma vez no período pré-desastre da Gol deve ter percebido que, por mais que o vôo atrasasse, sempre era possível notar algum resquício de cordialidade entre passageiros que embarcavam juntos, que decolavam juntos após alguns minutos ou mesmo horas de espera. Em suma, via-se que as pessoas conversavam. E não era incomum ser pego num papo trivial com algum vizinho de assento sobre qualquer assunto que fosse. Gracejos eram feitos aqui e ali, as pessoas se viravam na poltrona do avião para olhar o que estava acontecendo nas poltronas de trás. Voar era legal, mesmo que fosse de madrugada ou que a viagem de volta fosse longa e tediosa.

Na ponte aérea Rio São Paulo de número 3953, no entanto, notei algo inusitado. Ninguém conversou. Não ouvi um pio, tirando o cumprimento que fiz ao casal de idosos que se sentaram ao meu lado. Parecia até que as aeromoças serviram o tradicional "pão quente com queijo e presunto" (desta vez foi cheddar) em completo silêncio. A tensão e um certo mau humor pareciam exalar de dentro das pessoas como uma névoa invisível. Não era só porque o saguão de embarque do aeroporto Santos Dumont já estava fedendo de tanta gente amontoada esperando para decolar. E, obviamente, pelo fato do vôo estar terrivelmente atrasado, com muita gente correndo o risco de perder a conexão em Congonhas. Correndo o risco de perder compromissos, de chegar em casa de madrugada.

Era só o que faltava. A mesma sensação dos engarrafamentos de trânsito agora dentro de um avião.

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Desde a última vez em que escrevi na página principal, fui ao cinema somente três vezes. Não consegui manter a idéia da maratona de 2 filmes na segunda-feira... Deles, o que posso dizer rapidamente é que a refilmagem O Sacrifício (Neil LaBute, 2006) é de uma tristeza canhestra, infelizmente. Já a aventura com cara de Pearl Harbor bregamente intitulada Flyboys (Tony Bill, 2006) mostrou-se melhor que a encomenda. Experiência ainda melhor foi, de fato, a tensão absurda que caracteriza Vôo United 93 (Paul Greengrass, 2006).

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Finalmente meu pedido feito no tópico -3- deste post de fevereiro foi atendido. Aproveitando os últimos lançamentos da Universal, todos os filmes remanescentes das linhagens de Drácula, Frankenstein e do Lobisomem já estão na fila para a devida apreciação. Para completar a festa, estão integrados à pilha uma seqüência de clássicos obscuros dos anos 60 e 70 em DVDs importados, devidamente ordenados para mais um intenso período de aprendizagem estilística e histórica. Podem apostar que (praticamente) todos os próximos filmes vistos e comentados terão cheiro de poeira sacudida.

Texto postado por Kollision em 13/Novembro/2006