Engraçado como, mesmo após essa cidade quente como o caldeirão do inferno receber 8 novas salas de cinema de boa qualidade, ainda não foi possível assistir a todos os concorrentes ao Oscar de melhor filme deste ano. Com as novas instalações são no total 17 salas (tá certo que as porcarias do Três Américas não deveriam contar), mas bem que os filmes poderiam ter sido mais bem distribuídos e programados.
Ray foi solenemente ignorado na programação pré-Oscar da cidade de Cuiabá, assim como Sideways - Entre umas e Outras. A esperança é que estas obras venham a entrar na programação um pouco depois, mas aí a expectativa já terá minguado, pois não terá sido possível fazer uma escolha justa dentre os cinco indicados antes da cerimônia. Pude conferir os outros três, pelo menos: Em Busca da Terra do Nunca, Menina de Ouro e O Aviador. Destes, meu preferido é Menina de Ouro, que supera os concorrentes com um história mais humana e enxuta, que não dá espaço a interpretações/ambientações líricas (Em Busca da Terra do Nunca) ou plásticas (O Aviador) demais. De quebra, Clint Eastwood levando o troféu de melhor diretor seria ótimo. Porém, como todos sabem, o injustiçado de anos anteriores Martin Scorsese é a mais provável aposta nesta categoria.
Portanto, são estes os meus chutes nas categorias principais: Menina de Ouro como melhor filme e Martin Scorsese (O Aviador) para melhor diretor.
Estas são as únicas opções que posso tentar antecipar, já que para as demais categorias não cheguei a assistir muitos dos filmes que concorrem. Obviamente, estou torcendo por Natalie Portman (Closer - Perto Demais) para atriz coadjuvante, muito embora no páreo esteja também Cate Blanchett em sua performance como Katharine Hepburn (O Aviador). Seria bacana ver Morgan Freeman receber a estatueta de ator coadjuvante, e eu digo isso muito mais pela simpatia que nutro pelo ator e seu trabalho, sem ao menos ter visto as interpretações dos demais concorrentes (com exceção de Clive Owen em Closer - Perto Demais).
Este será o primeiro Oscar que estarei acompanhando com uma expectativa mais, digamos, acentuada. Isso se deve muito provavelmente ao material que acrescentei ao site e a toda a dissertação que tenho feito sobre meu hobby de Junho do ano passado para cá, seja escrevendo minhas impressões rasteiras sobre filmes bons e filmes ruins, seja discutindo com a galera pessoal e virtualmente.
Tenho a consciência de que, já há algum tempo, o Oscar tem se tornado mais comercial do que deveria. Porém, tenho certeza que o verdadeiro cinéfilo, por mais insatisfeito que esteja com o Oscar, por motivo algum deixará a TV desligada na noite do próximo dia 27 de fevereiro.
Texto postado por Kollision em 24/Fevereiro/2005