Lá se foram os prêmios da 77ª. edição do Oscar, o maior evento cinematográfico mundial. Eis os vencedores das principais estatuetas:
Minhas principais previsões se concretizaram, com exceção de uma: o prêmio de melhor diretor. É uma sensação ao mesmo tempo estranha mas de alívio, ver que a Academia de Artes e Ciências de Hollywood ainda é capaz de premiar os melhores, mesmo indo contra o hype ou a pressão coletiva ditada pela sociedade crítica e cinéfila em geral. Agora não parece tão óbvio mas, até um pouco antes dos prêmios serem anunciados, alguns tinham como certeza (inclusive este equivocado escriba) que Martin Scorsese finalmente receberia seu cobiçado troféu de melhor diretor.
A verdade é que Clint Eastwood e seu Menina de Ouro simplesmente destruíram O Aviador, que acabou levando apenas prêmios de caráter técnico, com exceção de Cate Blanchett em sua memorável performance como Katharine Hepburn. No fundo, todos sabiam que o filme de Eastwood era melhor, mais coeso e sólido, como uma verdadeira obra-prima deve ser. E, se é para espinafrar quem ainda está chorando pela derrota de Scorsese, minha opinião é que O Aviador é até mesmo inferior a Gangues de Nova York, o trabalho anterior do diretor. Este sim, poderia ter levado o Oscar, até mesmo o de melhor filme, num ano que teve como vencedores um musical (Chicago) e um diretor excluído de Hollywood (Roman Polanski).
A apresentação do Oscar, em si, pareceu-me de fato dinâmica, como prometeram os realizadores. Entregar alguns prêmios técnicos na platéia diminuiu o tempo morto, e até que o Chris Rock não encheu tanto o saco. Gisele Bündchen ao lado de Leonardo DiCaprio, Morgan Freeman aplaudido de pé por seu tão merecido e esperado prêmio, Sean Penn com a delicadeza que lhe é peculiar, e Rubens Ewald Filho (na TNT) e José Wilker (na Globo) destilando comentários por vezes equivocados. Independente disso, o ponto mais baixo da transmissão foi o desrespeito da Globo na transmissão do Oscar. Praticamente todo o começo da festa foi ignorado em detrimento do lixo emburrecedor conhecido como Big Brother Brasil. Um absurdo, e acima de tudo um desrespeito para com o telespectador.
Enfim, todo o rebuliço serviu pelo menos para confirmar que o Oscar ainda pode ser levado a sério. Eastwood entra definitivamente para a galeria de imortais da sétima arte. E, quem sabe, mais sorte para Scorsese no próximo ano...
Texto postado por Kollision em 28/Fevereiro/2005