Cinema

A Supremacia Bourne

A Supremacia Bourne
Título original: The Bourne Supremacy
Ano: 2004
País: Alemanha, Estados Unidos
Duração: 108 min.
Gênero: Policial
Diretor: Paul Greengrass (Domingo Sangrento, Vôo United 93, O Ultimato Bourne)
Trilha Sonora: John Powell (O Rei do Jogo, Alfie - O Sedutor, Sr. e Sra. Smith)
Elenco: Matt Damon, Brian Cox, Joan Allen, Franka Potente, Julia Stiles, Karl Urban, Tomas Arana, Gabriel Mann, Marton Csokas, Tom Gallop, John Bedford Lloyd, Ethan Sandler, Michelle Monaghan, Karel Roden, Oksana Akinshina, Jevgenij Sitochin, Marina Weis-Burgaslieva, Tim Griffin, Sean Smith
Distribuidora do DVD: Universal
Avaliação: 8/10

Revisto em DVD em 20-AGO-2007, Segunda-feira

Assistir aos filmes de Jason Bourne em seqüência é uma atitude que traz várias vantagens. Uma delas, obviamente, é acompanhar com um maior grau de discernimento a intrincada narrativa e as motivações dos personagens que habitam seu universo. A outra é constatar que Paul Greengrass conseguiu superar o resultado do filme original de Doug Liman, preservando sua identidade e desenvolvendo a trama com elegância. Eu tinha até me esquecido da espetacular cena de perseguição do clímax, que transforma as ruas de Moscou num palco de destruição sem precedentes.

Pergunto-me, no entanto, qual seria o porquê do título "Supremacia", adotado tanto no romance original de Robert Ludlum quando no longa-metragem. Será que é porque Bourne está sempre um passo à frente daqueles que querem vê-lo morto? Depois deste filme, a expectativa só pode ser a melhor para O Ultimato Bourne.

O DVD tem uma faixa de comentários de Paul Greengrass e vários especiais com duração média de 5 minutos na seção de extras: a seleção do elenco, a contratação de Greengrass com o objetivo de manter o senso de realismo da série, a seqüência da explosão do esconderijo do agente inimigo, locações, coreografia das lutas, a cena da perseguição em Moscou, o carro especial utilizado nas cenas perigosas, a fuga pela ponte e a trilha sonora de John Powell. Completam o pacote os trailers de Van Helsing - O Caçador de Monstros, Eclipse Mortal, A Batalha de Riddick e A Identidade Bourne.

Texto postado por Kollision em 4-OUT-2004 –

Há 3 anos, o diretor Doug Liman teve a capacidade de transformar o adulto ainda-com-cara-de-adolescente Matt Damon num espião perigosíssimo que dominava vários estilos de luta e falava inúmeras línguas, num filme de ação e espionagem que se tornou um inesperado sucesso: A Identidade Bourne. O filme pavimentou a carreira de ator sério de Damon, meio que cortando definitivamente o cordão umbilical que ainda o prendia ao colega Ben Affleck, que de certa forma começou a carreira junto com Damon mas seguiu um rumo de atuação diametralmente oposto ao do companheiro (Demolidor e Contato de Risco que o digam).

O espião Jason Bourne (Matt Damon) está agora vivendo na Índia com a namorada Marie (Franka Potente), longe dos perigos e da vida turbulenta mostrada em A Identidade Bourne. Porém, o passado insiste em assombrá-los, quando um perigoso assassino russo (Karl Urban) aparece de repente com a missão de eliminar Bourne. Após o confronto inicial, Jason se vê novamente envolvido num jogo perigoso envolvendo figurões da CIA e um mega-empresário russo, tendo que mais uma vez correr contra o tempo, lutar pela própria vida e, em última instância, tomar a iniciativa contra aqueles que colocaram sua vida em perigo. Incriminado e a seguir perseguido pela equipe de uma agente obstinada (Joan Allen) e por um enigmático figurão pelo ex-comandante de sua divisão secreta (Brian Cox), ele vai da Ásia à Itália, à Alemanha e depois à Rússia, numa desesperada corrida urbana para limpar o próprio nome.

Paul Greengrass abusa dos cenários urbanos numa estética frenética, que sempre mantém o espectador na ponta da cadeira. A sensação de suspense obtida é extremamente convincente, auxiliada por uma competentíssima trilha sonora de ação. A câmera nervosa nas cenas de luta e perseguição, no entanto, causa um certo desconforto pela edição algo rápida, tremida e entrecortada. É neste ponto que o desejo de realismo extremo do diretor parece se perder e exagerar na dose, cansando um pouco. O que é devidamente compensado pelo clima de tensão crescente, que explode num final eletrizante. O desfecho soa confuso, mas não diminui o impacto do filme, que é ainda assim bom o suficiente para garantir uma sessão de entretenimento bastante inteligente.

Matt Damon está ótimo como Jason Bourne, passando a integrar o panteão moderno de heróis de ação, ao lado de medalhões da espionagem como James Bond (com a vantagem de já ter protagonizado dois filmes que dão de dez a zero em qualquer exemplar de Bond, coisa incontestável pelo menos no quesito seriedade e realismo). Joan Allen também está bem, enquanto Brian Cox confirma que parece ter se especializado ultimamente em papéis de vilões malignos ou amargos (como em X-Men 2, Tróia e O Chamado).