Cinema

Horror em Amityville [2005]

Horror em Amityville (2005)
Título original: The Amityville Horror
Ano: 2005
País: Estados Unidos
Duração: 90 min.
Gênero: Terror
Diretor: Andrew Douglas
Trilha Sonora: Steve Jablonsky (A Ilha, O Massacre da Serra Elétrica - O Início)
Elenco: Ryan Reynolds, Melissa George, Jesse James, Jimmy Bennett, Chloe Moretz, Philip Baker Hall, Rachel Nichols, Isabel Conner, Brendan Donaldson, Annabel Armour, Rich Komenich, David Gee, Danny McCarthy, Nancy Lollar, José Taitano
Avaliação: 6

Horror em Amityville, para quem não sabe, é a refilmagem de um filme de horror B produzido no final da década de 70, que trazia no elenco Margot Kidder (a Lois Lane de Superman) num dos papéis principais. O nome Amityville, na época, ficou bastante associado à idéia de 'casa mal-assombrada', e o filme ganhou várias continuações que, como esperado, diluíram a idéia original em bobagens totalmente esquecíveis. Pegando carona na onda de recentes refilmagens, Michael Bay resolveu dar uma mordida no sempre rentável gênero do sobrenatural e se encarregou de produzir a releitura, comandada por um diretor estreante.

Procurando por uma residência permanente na região de Long Island, Kathy Lutz (Melissa George), seus três filhos e seu novo esposo George (Ryan Reynolds) encontram uma bela casa a um preço inacreditável. Eles não se prendem muito ao fato de que, neste mesmo local, uma família inteira foi assassinada por um de seus próprios membros, que alegou mais tarde ter sido coagido por vozes estranhas que ouvia dentro da casa. Não demora muito para que George comece a ter visões e passe a apresentar um comportamento estranho, enquanto a garotinha da família insiste em conversar um uma amiguinha imaginária que parece habitar o mesmo quarto que ela.

Não há muita substância na história, que sustenta-se basicamente com o bom e sempre bem-vindo conceito da casa mal-assombrada, neste caso associado à idéia de possessão demoníaca. Isso não é nenhuma novidade, já que o mesmo assunto foi levado às telas várias vezes, e de forma bem mais competente, por exemplo, em O Iluminado (Stanley Kubrick, 1980). A atualização da idéia original se inspira visivelmente em material recente para contar a mesma história e tentar ampliar a sensação de medo (é facílimo identificar as várias tomadas emprestadas de O Sexto Sentido e O Chamado, por exemplo). Associados à sensação um pouco forçada de claustrofobia há alguns bons sustos, mas nada que seja muito sutil ou visualmente acachapante. A edição ajuda bastante neste ponto, colaborando para aumentar a tensão latente de um roteiro que é descuidado ao acelerar demais a transformação demoníaca do personagem de Ryan Reynolds e lança mão de algumas passagens duvidosas, como a queda da esposa na água, na cena do barco.

O trocadilho com uma das revelações no trecho final do filme e a mensagem do além "katch'em & kill'em" soa simplesmente infame, e ajuda a diminuir o impacto de tudo o que havia sido construído até então. Ryan Reynolds não fede nem cheira no papel do pai de família que arruína sua nova vida à medida que se deixa influenciar pelas vozes estranhas. Philip Baker Hall tem uma pequena mas grata participação como o padre que tenta ajudar a família assombrada. A heroína da história, Melissa George, tem um rosto vagamente conhecido, talvez devido à sua rápida participação no intrincado Cidade dos Sonhos (David Lynch, 2001).

Na época do lançamento do filme original, os produtores apresentaram o material como sendo baseado em fatos reais. A família da história viria a desmentir a farsa alguns anos mais tarde, acabando com a aura mitológica envolvendo o nome Amityville. Mesmo assim, Michael Bay e cia. insistiram em manter o slogan 'baseado em fatos reais' nesta nova versão.

Texto postado por Kollision em 30/Abril/2005