Cinema

Terror em Amityville [1979]

Terror em Amityville (1979)
Título original: The Amityville Horror
Ano: 1979
País: Estados Unidos
Duração: 119 min.
Gênero: Terror
Diretor: Stuart Rosenberg
Trilha Sonora: Lalo Schifrin (Algo em que Acreditar, Tango, A Hora do Rush)
Elenco: James Brolin, Margot Kidder, Rod Steiger, Don Stroud, Murray Hamilton, Irene Dailey, John Larch, Natasha Ryan, K.C. Martel, Meeno Peluce, Michael Sacks, Helen Shaver, Amy Wright, Val Avery, Marc Vahanian, James Tolkan
Distribuidora do DVD: MGM
Avaliação: 5

Conto de casa mal-assombrada alardeado como sendo baseado em fatos reais que bem mais tarde vieram a se revelar uma farsa, Terror em Amityville veio na esteira dos filmes sombrios e demoníacos surgidos na década de 70, tanto na estética quanto na execução. A música se parece muito com a de O Bebê de Rosemary (Roman Polanski, 1968) e o tema remete a O Exorcista (William Friedkin, 1973), mas o resultado não chega nem perto das duas obras-primas citadas. Ainda assim, o filme foi um relativo sucesso e gerou um sem-número de seqüências, além de uma refilmagem recente que supera por pouca coisa a obra original.

O casal Lutz (James Brolin e Margot Kidder) compra por uma pechincha uma velha casa na região adorável de Amityville, e para lá se muda com os três filhos pequenos, mesmo sabendo dos horríveis assassinatos que ali ocorreram algum tempo atrás. Sem que eles percebam, uma espécie de torpor sinistro começa a tomar conta do marido, enquanto eventos inexplicáveis passam a ocorrer com eles próprios e com os visitantes, entre eles um padre (Rod Steiger). Tudo aponta para algo assustador relacionado à casa, e à idéia de que ela tenha a característica de possuir e enlouquecer as pessoas que nela residam.

Se o cinema e a literatura de horror possuem ícones sagrados que reverberam atemporalmente como pilares do medo e do sobrenatural, o conceito da casa mal-assombrada com certeza é um deles. Infelizmente, Terror em Amityville falha em aproveitar as oportunidades suscitadas por um bom argumento, com um desenvolvimento deficiente de situações e personagens. O 'mal' associado à casa, cuja fachada chega até a lembrar um rosto em zombeteiro escárnio, jamais chega a ser satisfatoriamente espelhado pelas reações da família, em mais um caso em que a sugestão não chega a ser suficiente para estabelecer a atmosfera de medo desejada. Faltou ousadia, apesar de alguns raros momentos de perturbadora violência. O ritmo do filme é na maior parte do tempo problemático, só se encontrando mesmo durante a seqüência final, dotada de genuíno suspense.

A introdução da história tem alguns lances inusitados de edição, que talvez devessem ter sido utilizados com mais freqüência no restante do filme. Como não há um apoio excessivo de efeitos especiais, a precariedade dos poucos que aparecem não compromete o todo. O aspecto que mais deixa a desejar, no entanto, é o modo como a subtrama do padre é conduzida (e eventualmente ignorada) pelo roteiro. Os melhores momentos da película ocorrem quando Rod Steiger está em cena, e nem mesmo uma conclusão decente para a sua história é apresentada.

O trailer original do filme é o único extra presente no DVD lançado pela MGM.

Texto postado por Kollision em 2/Outubro/2005