Cinema

Quarteto Fantástico [2005]

Quarteto Fantástico (2005)
Título original: Fantastic Four
Ano: 2005
País: Alemanha, Estados Unidos
Duração: 106 min.
Gênero: Ficção Científica
Diretor: Tim Story (Táxi, Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado)
Trilha Sonora: John Ottman (Superman - O Retorno, Invasores, Operação Valquíria)
Elenco: Ioan Gruffudd, Jessica Alba, Chris Evans, Michael Chiklis, Julian McMahon, Hamish Linklater, Kerry Washington, Laurie Holden, David Parker, Kevin McNulty, Maria Menounos, Michael Kopsa, Andrew Airlie, Stan Lee
Distribuidora do DVD: Fox
Avaliação: 7

Revisto em DVD em 8-JUN-2007, Sexta-feira

De todas as adaptações de HQs surgidas nos últimos anos, esta é com certeza uma das mais simpáticas em sua despretensão. O nível de diversão proporcionado pelo roteiro – que acerta grandemente ao retratar as personalidades dos heróis, vide a rixa entre o Coisa e o Tocha Humana – praticamente abona as pequenas falhas em alguns efeitos especiais e diálogos bregas. Foi somente nessa revisão, no entanto, que me dei conta de que, fora os cinco atores principais, quase ninguém mais tem papel relevante na história. A exceção é Kerry Washington como Alicia Masters.

O DVD duplo conta com uma faixa de comentários em áudio conjunta de Ioan Gruffud, Michael Chiklis e Jessica Alba. No primeiro disco há também 24 minutos de cenas de bastidores da campanha de divulgação do filme, os videoclipes de Everything Burns (Ben Moody e Anastacia) e Come On, Come In (Velvet Revolver), a propaganda de TV da trilha sonora e uma palhinha do produtor Avi Arad divulgando X-Men - O Confronto Final. O DVD extra tem um extenso making-of de mais de uma hora e meia, um especial de 6 minutos sobre a estrutura do edifício Baxter, 9 cenas de comparações com storyboards computadorizados, 4 cenas excluídas, material de divulgação do making-of, preparação da cena da ponte do Brooklyn, escalação do elenco, teaser, trailer e 3 propagandas de TV.

Texto postado por Kollision em 17/Julho/2005 –

Num projeto muitas e muitas vezes desejado, antecipado e adiado, finalmente a família mais famosa do universo Marvel encontra seu destino nas telas do cinema. Já houve um, algum dia no passado, que rapidamente converteu-se em lenda tanto para cinéfilos quanto para os fãs da HQ. Afinal, quem já teve a oportunidade de assistir à produção maldita dirigida por Oley Sassone (quem?) em 1994? Todos dizem que ela é simplesmente horrível, mas eu seria capaz de fazer um belo sacrifício por uma cópia em DVD da malfadada película.

A nova (e provavelmente definitiva, pelo menos por algum tempo) encarnação do Quarteto Fantástico acabou tomando forma sob o comando de um diretor não muito prestigiado, o que com certeza ajudou a manter as expectativas para o longa num nível bem mais modesto que as de arrasa-quarteirões como X-Men 2 ou Homem-Aranha 2. Querendo ou não, isso é sempre algo positivo, tanto para os fãs em geral quanto para a equipe de produção, que teve que se virar para fazer algumas modificações menores na origem dos heróis e adequar a história ao orçamento modesto, sempre com a obrigação primordial de se manter fiel às características básicas dos personagens.

Os quatro fantásticos são formados e eventualmente liderados pelo cientista Reed Richards (Ioan Gruffudd), cuja alcunha é Sr. Fantástico, devido à sua capacidade de esticar seu corpo como um elástico. A ele se unem a também cientista Susan Storm, a Mulher Invisível (Jessica Alba) e seu irmão piloto boa-vida Johnny Storm (Chris Evans), o Tocha Humana, além do piloto e melhor amigo de Reed, Ben Grimm, o Coisa (Michael Chiklis), um homem de pedra de força e peso descomunais. Seus poderes são 'herdados' de um acidente durante uma experiência no espaço sideral, em que eles e o financiador do projeto, Victor von Doom (Julian McMahon), são atingidos por raios cósmicos. Enquanto os quatro começam aos poucos a sofrer as mudanças decorrentes da experiência e a descobrir a verdadeira dimensão de seus poderes, von Doom também passa a sofrer alterações genéticas que deformam seu rosto e lentamente transformam sua pele num metal indestrutível. Acometido pela loucura, Doom passa a culpar Reed Richards tanto pelo acidente quanto pela falência de sua companhia, assumindo o codinome de Dr. Destino e estabelecendo como seu primeiro objetivo eliminar o Quarteto Fantástico.

Dou um crédito aqui ao diretor Tim Story, que soube aproveitar o máximo do orçamento reduzido e entregou um filme divertido. Como gênese e primeira aventura, é preciso admitir que Quarteto Fantástico funciona, apesar de alguns furinhos aqui e ali. Os efeitos não são sempre 100% convincentes e, com certa atenção, é possível identificar passagens filmadas em miniatura. Ainda bem que a insistência (e paciência) de Michael Chiklis em entrar dentro de uma roupa do Coisa mostrou-se mais acertada que fazer um monstro de pedra em CGI. Apesar dos pequenos pesares da parte técnica, o elenco bem escolhido soube transpor as personalidades marcantes de cada personagem, ainda que certas liberdades tenham sido tomadas, como o provável affair entre a Mulher Invisível e Victor Von Doom, a personalidade um pouco banana do Sr. Fantástico ou a origem alterada do Dr. Destino, sem dúvida alguma um dos maiores vilões do universo Marvel. Apesar disso, há uma deixa esperta para que o Destino de celulóide venha a se tornar, em possíveis continuações, bem mais próximo à sua contraparte da HQ.

O final também solidifica o conceito de uma 'família' com superpoderes, que não existe no início mas é desenvolvido junto com os conflitos que surgem durante a projeção. Por ser uma família de verdade e também por outros motivos, o Quarteto acaba sendo diferente de outras equipes de super-heróis como, por exemplo, os X-Men, já que são aceitos pela comunidade e são na maior parte do tempo adorados por todos. O maior diferencial da equipe é seu imenso berço de histórias centradas na mais pura ficção científica, que representam fonte inesgotável de material para eventuais continuações. Imaginar a saga de Galactus (um ser descomunal que devora planetas) sendo transposta para as telas de cinema já é coisa suficiente para deixar o mais fanático fã de HQs contanto os dias à espera de Quarteto Fantástico 2.