Visto no cinema em 27-FEV-2009, Sexta-feira, sala 6 do Multiplex Pantanal
Apesar dos pesares e de todos os problemas envolvendo a produção de Operação Valquíria, é de se admirar que o filme não tenha saído uma porcaria completa. Indo contra o estabelecido para obras sobre a Segunda Guerra Mundial, este não é um filme de guerra, e sim um thriller tenso que a meu ver se mostra bastante simplificado. O máximo de fogos e explosões é visto logo na introdução, que mostra como o tenente Claus Stauffenberg (Tom Cruise) quase perde a vida na África e abraça de vez suas crenças anti-Hitler. Pouco depois ele é recrutado no grupo que planeja derrubar o ditador, vindo a liderar uma missão final que envolve a tal operação "Valquíria": uma série de procedimentos militares de restabelecimento da ordem no país diante de uma situação de caos. Cruise parece definitivamente gostar de interpretar tipos ruins que vêm a luz e lutam pelo bem (vide Jerry Maguire e O Último Samurai), e não faz feio na pele de Stauffenberg, com quem de fato compartilha uma semelhança assombrosa. Há uma atmosfera inerente dentro do filme que tenta suavizar todos os personagens, o que aliado à natureza algo superficial da história impede que o longa se torne pesado. Quem mais se destaca no elenco é Bill Nighy, talvez por este ser o primeiro papel em que o vejo completamente sério. Apesar de não atingir todo o potencial prometido, Bryan Singer parece ter entregue um thriller pelo menos interessante e válido como reconstituição histórica, e atenção ao corte em que o sangue de Stauffenberg deixa seu corpo e atinge o solo alemão que ele tanto amava – uma seqüência aparecentemente simples mas muito bela e, a meu ver, carregada de simbolismo.