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Filmes Vistos em Outubro - Parte 2

Resident Evil 4 - Recomeço (Paul W.S. Anderson, 2010) 7/10

Com: Milla Jovovich, Ali Larter, Wentworth Miller, Shawn Roberts, Boris Kodjoe

Revisto em projeção normal (sem 3D), Resident Evil 4 se mantém como uma boa aventura, sem muita conexão com o gênero ao qual originalmente pertence. Um ponto que se solidificou ainda mais em minha memória foi a ótima trilha sonora. E finalmente cheguei à conclusão do que não está muito certo com relação ao personagem Wesker (Shawn Roberts), o grande vilão por trás de tudo na série. O cara praticamente copia tudo a respeito do eterno agente Smith de Matrix, e isso fica muito evidente na luta final que ele trava com Alice, Claire e Chris dentro das câmaras do navio-refúgio. Ainda bem que a falta de carisma do cara não compromete o filme, mais uma vez sustentado pela figura magnética de Milla Jovovich. Desde já, a expectativa de acompanhar o embate dos heróis sobreviventes e da renovada Jill Valentine coloca o próximo capítulo da série como um dos títulos mais aguardados dentro de dois anos, pelo menos para mim. E isso porque eu nunca acreditei que Resident Evil chegaria tão longe nos cinemas...

O Olho do Mal (David Moreau e Xavier Palud, 2008) 4/10

Com: Jessica Alba, Alessandro Nivola, Parker Posey, Rachel Ticotin, Rade Serbedzija

Em matéria de refilmagens de longas de horror orientais, raríssimos são os casos de melhoria. Obviamente, O Olho do Mal não é um desses casos. Sem trilhar nenhum percurso que se distancie do conceito do original, o filme definitivamente perde a pouca força que tinha na tela pequena. O que ainda é capaz de manter um pouco do interesse é a carga de fetiche decorrente de um médico antipático e nerd (Alessandro Nivola), que provavelmente não vê mulher há duas décadas, inexplicavelmente cair nas graças de Jessica Alba, a música cega que recupera a visão com um transplante de olhos amaldiçoados. No mais, a menina-prodígio Chloe Moetz também marca presença como a garotinha com uma bola de golfe dentro da cabeça.

Sugestão? Não perca seu tempo com esse aqui, se você não ainda não o viu evite e vá direto à fonte: The Eye - A Herança, dirigido pelos irmãos Pang quando eles ainda não estavam contaminados com ambições ocidentais.

Gandhi (Richard Attenborough, 1982) 10/10

Com: Ben Kingsley, Rohini Hattangadi, Roshan Seth, Geraldine James, Ian Charleson

Um dos últimos grandes épicos cinematográficos filmados à moda antiga (leia-se: sem intervenções via cgi), Gandhi é um retrato dos principais momentos de um dos homens mais marcantes do século 20, um idealista cujos atos e liderança conduziram ao nascimento das nações independentes hoje conhecidas como Índia e Paquistão, que até após a Segunda Guerra Mundial ainda existiam sob o jugo do império britânico. Ganhador de 8 Oscars e testamento indelével do talento do inglês Ben Kingsley, o filme parte da morte trágica do líder e regride até o período que Gandhi passou na África do Sul, onde as sementes de sua doutrina pacifista se solidificaram. Com duração superior a três horas, o longa impressiona pela escala com que algumas cenas foram realizadas e pela fidelidade obtida na caracterização do guru indiano. A janela histórica resultante é de uma importância inegável, independente da crença da platéia. Infelizmente, é triste que o legado de Gandhi sobre a paz e a igualdade entre os homens tenha se diluído diante das tensões religiosas que ainda marcam uma das regiões mais pobres do mundo.

As 3 Faces do Medo (Mario Bava e Salvatore Billitteri, 1963) 8/10

Com: Boris Karloff, Michèle Mercier, Susy Andersen, Jacqueline Pierreux, Mark Damon

Três contos apresentados pelo cânone do horror Boris Karloff, baseados em material de Tolstói, Chekhov e Maupassant. No primeiro deles, O Telefone, uma mulher belíssima (Michèle Mercier) é ameaçada durante a madrugada, via telefone, por um homem que deseja matá-la. Em O Wurdalak, forasteiro (Mark Damon) chega a uma estalagem cujo patriarca (Karloff) retorna de uma campanha de cinco dias para matar o wurdalak - um nome mais estiloso para a criatura normalmente referida como vampiro. O Acerto de Contas é o último conto, estrelado por uma enfermeira (Jacqueline Pierreux) que atende um chamado no final da noite e tem uma surpresa nada boa quando volta para casa. Como são bastante diferentes, fica difícil eleger qual é a melhor das três histórias. A primeira representa o suspense puro e pseudo-fetichista derivado do giallo, a segunda homenageia o horror clássico com ótima ambientação e a última traz a premissa mais macabra e assustadora de todas. Perfeito para uma sessão noturna de terror à moda antiga, o filme é uma pequena pérola que merece ser mais conhecida entre os fãs do gênero, servindo ainda como boa porta de entrada para a filmografia do diretor italiano Mario Bava.

Fixação (John Polson, 2002) 6/10

Com: Jesse Bradford, Erika Christensen, Shiri Appleby, Kate Burton, James DeBello

Fixação é a versão adolescente para Atração Fatal, o clássico de 1987 que estabeleceu o molde definitivo para a mulher psicopata no mundo do cinema. Como esperado, o erotismo é devidamente atenuado para a faixa etária à qual o filme se destina. A vítima desta vez é o adolescente e aspirante a nadador profissional Ben (Jesse Bradford), que não resiste aos encantos da garota recém-chegada (Erika Christensen) apesar do relacionamento firme com uma namoradinha de longa data. A noitada do rapaz se torna um pesadelo quando ele percebe que a garota não larga do seu pé, decidindo transformar sua vida num inferno quando ele a rejeita. Eu gostei da escalação de Erika Christensen, que é bonita sem ser um estouro e assim consegue uma credibilidade extra ao retratar o descontrole afetivo de sua personagem. Infelizmente, Shiri Appleby é apagadinha demais como a namorada do protagonista. Em Atração Fatal, Michael Douglas tinha a belíssima Anne Archer como esposa, e ela sem dúvida colocava Glenn Close no chinelo - algo que não acontece em Fixação. Ainda bem que o filme ao menos entretém sem ser um desastre, com exceção da apressada, desnecessária e mal planejada cena do desfecho.

Máquina Mortífera (Richard Donner, 1987) 8/10

Com: Mel Gibson, Danny Glover, Gary Busey, Mitch Ryan, Tom Atkins

Clássico dos filmes policiais dos anos 80, daqueles que pertencem a um gênero bem particular que mistura comédia com ação em histórias sobre duplas de detetives/policiais, Máquina Mortífera é somente o primeiro de uma série de enorme sucesso. Foi um dos filmes que alavancou a carreira de Mel Gibson em Hollywood, além de colocar um então relativamente desconhecido Danny Glover em evidência. Gibson é Martin Riggs, um policial amargurado, suicida e à beira do colapso, que cai de bandeja como parceiro de Roger Murtaugh (Glover), um pai de família de longa carreira que está prestes a se aposentar. Ao investigar um assassinato envolvendo a filha do amigo de um deles, os dois se unem para desbaratar um pesado esquema de tráfico de drogas. Sejamos sinceros, em Máquina Mortífera a química entre Gibson e Glover funciona tão bem que a trama muitas vezes acaba caindo em segundo plano. O filme é repleto de piadas que funcionam e nunca perdem a graça, além de ajudar a relevar algumas das inúmeras maluquices completamente sem sentido do roteiro (como a luta final entre Riggs e o bandidão feito por Gary Busey). É nesse desprendimento e na simbiose perfeita entre os protagonistas que reside o charme deste filme e de praticamente toda a série.

A Lenda dos Guardiões (Zack Snyder, 2010) 7/10

Vozes: Jim Sturgess, Ryan Kwanten, Geoffrey Rush, Anthony LaPaglia, Emily Barclay

Animação primorosa adaptada de uma série de livros originalmente publicados a partir de 2003, A Lenda dos Guardiões é uma fábula estrelada por corujas. Imagine algo como um Senhor dos Anéis transposto para um universo onde as corujas são os seres dominantes do planeta. A história acompanha as aventuras da Soren (voz de Jim Sturgess), uma jovem coruja-da-torre que é levada do ninho junto com o irmão (voz de Ryan Kwanten) para servir a uma casta de corujas malvadas que desejam dominar o mundo. Enquanto o irmão é acolhido pela nova tribo, Soren faz novos amigos e foge para encontrar os Guardiões, super-corujas do bem citadas em lendas, para tentar fazer frente à ameaça de seus captores. Dotado de doses equivalentes de ação e humor, o filme abraça todos os valores morais e heroicos esperados da jornada de auto-descobrimento de Soren. Além disso, os comportamentos de cada espécie de coruja são retratados com um esmero fantástico. Aqui eu aprendi que, cerca de 8 a 10 horas depois de comerem, as corujas regurgitam um único aglomerado de material que não conseguiram digerir - uma pelota úmida e preta que geralmente contém coisas como ossos, dentes, restos de carapaças de invertebrados, penas e pêlos (fonte: wikipedia). Prepare-se para rir bastante com as palhaçadas sobre a "moela". Talvez a única coisa que eu gostaria de ter visto mais no filme é a casta dos demais animais, pois parece que o domínio das corujas é quase absoluto num universo onde a luz do dia parece nunca brilhar.

Máquina Mortífera 2 (Richard Donner, 1989) 9/10

Com: Mel Gibson, Danny Glover, Joe Pesci, Joss Ackland, Patsy Kensit

Visivelmente disposto a superar o primeiro longa, esta continuação começa a todo o vapor, com uma perseguição alucinada no centro de Los Angeles. Como não é mais preciso estabelecer quem são os personagens, o filme ganha em dinamismo e carrega uma atmosfera bem diferente do primeiro, já que o estourado Martin Riggs (Mel Gibson) não pensa mais em suicídio. Desta vez, Riggs e Murtaugh (Danny Glover) têm que desbaratar uma rede de narcotráfico dentro da cúpula sul-africana na embaixada de Los Angeles, comandada por um velhinho intocável (Joss Ackland). Além de ganhar um interesse amoroso (Patsy Kensit em participação de gala), Riggs tem que dar uma de babá ao lado de Murtaugh para proteger Leo Getz (Joe Pesci, memorável), uma testemunha matraca que passará a atormentar os dois pelo restante da série. Máquina Mortífera 2 é, com certeza, uma das melhores sequências da história do cinema, pois amplifica com competência o humor e a ação presentes no original, mantendo-se violento na medida certa. É claro que os absurdos ainda estão lá, mas eles são misturados a ideias interessantes como a questão do Apartheid e a cena que põe a boa índole dos policiais à prova. Imperdível para os fãs do gênero policial de qualquer época.

Máquina Mortífera 3 (Richard Donner, 1992) 7/10

Com: Mel Gibson, Danny Glover, Joe Pesci, Rene Russo, Stuart Wilson

E as patacoadas da dupla Riggs e Murtaugh no departamento de polícia de Los Angeles continuam. Em Máquina Mortífera 3, eles aprontam uma cagada espetacular na cena de abertura e são rebaixados a guardas de trânsito. Murtaugh está a apenas poucos dias de se aposentar, e Riggs se incomoda pela perspectiva de perder o parceiro. As ações explosivas da dupla, no entanto, os colocam no mesmo caso comandado pela agente externa Lorna Cole (Rene Russo), envolvendo um ex-policial (Stuart Wilson) que se voltou para o mal e está matando tiras. Riggs imediatamente cai de joelhos por Lorna, que acaba se tornando o quarto integrante da "equipe" - é claro que Leo Getz (Joe Pesci) está de volta. Diminuindo a carga de humor em prol de mais ação, esta continuação volta a se apoiar no carisma do elenco para manter o alto astral dos dois primeiros filmes. A fórmula usada é exatamente a mesma e funciona, mas é inevitável a sensação de que há um início de desgaste, principalmente com uma investigação tão barata e sem-vergonha jogada dentro do roteiro. Um detalhe interessante sobre esse filme, pelo menos localmente, é que os momentos mais tensos da trilha sonora são usados a rodo no programa Cadeia Neles, jornal matutino que faz a cobertura policial no estado de Mato Grosso. Para quem conhece, é impagável.

Os Tomates Assassinos Atacam Novamente (John De Bello, 1991) 4/10

Com: Rick Rockwell, Crystal Carson, John Astin, Steve Lundquist, J. Stephen Peace

O que antes era impensável aconteceu! A saga dos tomates assassinos chega ao seu terceiro capítulo! Ela continua firme e forte graças ao Dr. Gangreen (John Astin), que escapou da cadeia junto com o sobrinho desmiolado Igor (Steve Lundquist) e assume o papel de um apresentador de televisão e ídolo de milhões. O herói Finletter (J. Stephen Peace) agora é chefe de polícia, e um de seus subalternos (Rick Rockwell) se encarrega de investigar uma nova série de atentados envolvendo os temidos vegetais vermelhos. Ajudado por uma bela tomatologista (Crystal Carson), o incrédulo policial pula de pista em pista sem fazer ideia do perigo que corre. Em seu desejo de repetir o clima obtido no ótimo filme anterior, Os Tomates Assassinos Atacam Novamente erra na dose e não consegue suscitar pouco mais que algumas risadas amarelas. A maior parte do (parco) orçamento deve ter sido utilizada nos novos efeitos aplicados aos tomates do mal, que com suas feições sinistras acabam sendo as coisas mais marcantes do filme. Há um punhado de boas gags e a gatíssima Crystal Carson é com certeza um colírio para olhos cansados, mas Rick Rockwell é simplesmente um desastre como protagonista. Atrevo-me a dizer que ele é o grande culpado pelo resultado tão inferior desta sequência. Será que era tão difícil na época tentar trazer George Clooney de volta?

Máquina Mortífera 4 (Richard Donner, 1998) 9/10

Com: Mel Gibson, Danny Glover, Joe Pesci, Jet Li, Chris Rock

Mais de 10 anos depois do primeiro filme, a série Máquina Mortífera chega ao quarto episódio com um fôlego impressionante, recuperando-se com eficiência da leve queda de rendimento mostrada em Máquina Mortífera 3. De volta com todo o time e armado de um ótimo roteiro, Richard Donner fecha a saga de Riggs e Murtaugh com chave de ouro, colocando o filme no mesmo patamar de diversão mostrado pela segunda parte. Riggs (Mel Gibson) está prestes a se tornar o pai do filho de Lorna (Rene Russo), enquanto Murtaugh (Danny Glover) aguarda o primeiro neto, cujo pai é um policial novato que vive puxando seu saco (Chris Rock). O peso da idade se faz sentir tanto sobre Murtaugh quanto Riggs, que desta vez precisam lidar com as atividades da máfia chinesa, que tem interesses nada inocentes ao trazer um punhado de imigrantes ilegais para os Estados Unidos. O matraca Leo Getz (Joe Pesci) continua atormentando os policias, mas quem vai dar trabalho mesmo é um chinesinho invocado que parece mandar em toda a bandidagem (Jet Li, em seu primeiro papel de vilão, ganhando valiosíssima projeção no cinema ocidental). O filme é engraçadíssimo do início ao fim, sendo valorizado por aquele que é definitivamente o maior vilão da série e marcado por grandes momentos a cargo de todo o elenco. Rumores pululam na Internet sobre um eventual quinto episódio, mas fica difícil imaginar uma sequência mais divertida e coesa que esse Máquina Mortífera 4.

Comer Rezar Amar (Ryan Murphy, 2010) 5/10

Com: Julia Roberts, Javier Bardem, Richard Jenkins, Billy Crudup, James Franco

Filmes sobre jornadas de autodescobrimento existem aos montes. Comer Rezar Amar é mais um deles, desta vez baseado nos relatos verdadeiros da mulher aqui representada por Julia Roberts: uma norte-americana que se descobre infeliz no casamento e, assim, inicia uma viagem que a leva à Itália (para comer), à Índia (para rezar) e à Indonésia (para amar). Sim, é nessa ordem mesmo. Deixando para trás um marido com coração despedaçado (Billy Crudup), ela se envolve com um ator bem mais jovem (James Franco), faz uma amizade inesperada com um senhor ranzinza (Richard Jenkins) e por fim tem outra chance de encontrar o que quer junto a um empresário brasileiro (Javier Bardem). Embora o filme consiga evitar trilhar um percurso desinteressante, até porque a beleza das locações ajuda a manter um certo fascínio quando a história empaca, não é fácil relevar a trivialidade que a protagonista evoca com seu sofrimento pseudo-existencialista, que nunca parece chegar a desenlace algum. Se desenlaces ocorrem ou alguma evolução acontece, é quase que exclusivamente devido à presença do ótimo elenco de apoio, Richard Jenkins e Javier Bardem em especial - mesmo com o macarrônico português brasileiro a cargo deste último. É na falta de uma motivação mais consistente para a crise da dona que reside o calcanhar de Aquiles do filme, e é por causa disso que sua pretensa profundidade dramática não consegue ir muito além do folhetim diário de auto-ajuda encontrado na livraria ou banca de jornal mais próxima de você.

Jogos Mortais VI (Kevin Greutert, 2009) 6/10

Com: Tobin Bell, Costas Mandylor, Betsy Russell, Mark Rolston, Peter Outerbridge

Existem certos atores que aparecem do nada para fazer sucesso estrondoso, após anos e anos de obscuridade. Eu, particularmente, não conheço praticamente nada da carreira jovem de gente como Ian McKellen (na categoria dos mais famosos) ou, no caso de Jogos Mortais, Tobin Bell. Calma lá, a minha ignorância neste caso é exatamente isso, MINHA. E a minha curiosidade em conhecer trabalhos anteriores desses veteranos é proporcional ao meu grau de desconhecimento. Apesar de praticamente ausente das cenas do primeiro capítulo da mega-saga de Jigsaw, Tobin Bell veio com o tempo a se tornar a principal peça de uma mitologia única no moderno cinema de horror, a única série de horror recente capaz de se sustentar filme após filme e orgulhosa herdeira de clássicos longevos como Sexta-feira 13 e A Hora do Pesadelo. Bell, com sua carranca sinistra e sua ideologia extrema de correção para quem não dá valor à vida (própria ou de outrem), evoca na plateia um dilema quase surreal sobre o certo e o errado, transposto para a tela em emaranhados narrativos de sangue, tripas e sadismo gráfico. Jogos Mortais VI é apenas mais uma peça do quebra-cabeças. Não é a melhor, mas é tão digna quanto as demais em seu intento de entreter por meio de uma "tortura" visual que, queiramos ou não, já cravou seu nome com honra dentro da história do gênero.

Divagações postadas por Edward de 28-OUT a 3-NOV de 2010