Cinema
X-Men Origens - Wolverine
Ano: 2009
País: Austrália, Canadá, Estados Unidos
Duração: 107 min.
Gênero: Ficção Científica
Diretor: Gavin Hood (Ender's Game - O Jogo do Exterminador, Decisão de Risco, Segredos Oficiais)
Trilha Sonora: Harry Gregson-Williams (O Sequestro do Metrô 123, Twelve - Vidas Sem Rumo, Shrek Para Sempre)
Elenco: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Huston, Lynn Collins, Taylor Kitsch, Ryan Reynolds, William Adams, Daniel Henney, Tim Pocock, Kevin Durand, Dominic Monaghan, Scott Adkins, Julia Blake, Max Cullen, Tahyna Tozzi, Peter O'Brien
Distribuidora do Blu-ray: Columbia Pictures
Avaliação:
Revisto em Blu-Ray em 4-NOV-2011, Sexta-feira
HQs e cinema são mídias diferentes, e eu não sou contra o fato de um diretor querer dar sua própria visão a qualquer adaptação de quadrinhos. No caso de Wolverine, no entanto, tenho que expressar meu descontentamento com o tratamento dado à história e aos personagens (como dar poderes mutantes a quem nunca os teve originalmente), e também à idiotice de se manter uma censura para crianças que impede que uma única gota de sangue apareça na tela. Por mais que Hugh Jackman e Liev Schreiber façam cara feia, é difícil engolir os dilaceramentos limpinhos que eles promovem cena após cena. Além disso, a ação beira o ridículo em certas passagens. Tamanha é a bagunça com a história que X-Men - Primeira Classe praticamente desconsidera muitas das bobagens engendradas por Gavin Hood e cia, como a presença estúpida de Emma Frost (Tahyna Tozzi) na história. A única coisa boa mesmo é a caracterização dos protagonistas, e só. Triste, muito triste, e olha que tentei evitar reanalisar o filme sem levar em conta meu passado de leitor assíduo da HQ.
O segundo filme-solo do heroi, intitulado Wolverine Imortal, é uma aventura sem relação alguma com este filme, que se situa cronologicamente após X-Men - O Confronto Final.
Extras do Blu-ray: duas faixas de comentários em áudio, uma com o diretor Gavin Hood e outra com os produtores Lauren Shuler Donner e Ralph Winter, uma conversa de 16 minutos entre Stan Lee e Len Wein (co-criador de Wolverine), pouco mais de uma hora de arquivos completos sobre todos os personagens do filme, um making-of de 6 minutos sobre a sequência do helicóptero, quatro cenas excluídas com comentários opcionais do diretor, a estreia mundial do filme em Tempe, no Arizona, quatro modos adicionais de comentários para o longa (conexão com a trilogia X-Men, a visão do diretor, pré-visualização de cenas e fatos do universo mutante) e os trailers das edições em Blu-ray da trilogia X-Men e de Uma Noite no Museu 2.
Visto no cinema em 2-MAI-2009, Sábado, sala 5 do Multiplex Pantanal
Desde que X-Men - O Filme viu a luz do dia, ficou mais do que evidente que o mutante mais famoso no cinema era Wolverine, a exemplo do que acontecia nas HQs. X-Men Origens - Wolverine é a culminação das expectativas de fãs e do que era uma tendência inevitável, mas será que o padrão estabelecido com inegável eficiência por Bryan Singer foi mantido?
Por muito tempo o passado de Wolverine/Logan (Hugh Jackman no cinema) foi mantido em segredo, até o dia em que a mini-série Origens foi lançada. É a partir desta obra que o filme é construído, sendo que ele pega ainda elementos do clássico Weapon X e parte do material revelado em histórias mais recentes. Para o público em geral isso pouco importa, obviamente. Só que fica muito difícil, pelo menos para mim, dissociar toda a imagem que tenho de anos lendo HQs com o que Gavin Hood e seus asseclas acabaram colocando na trama, principalmente em relação àquilo que é mostrado no desfecho do filme.
Após vermos de relance como Logan descobre ser mutante, ainda criança, acompanhamos um fast forward de suas aventuras ao lado do irmão Victor (Liev Schreiber), vulgo Dentes-de-Sabre. O restante do filme utiliza a relação entre os dois e a sua participação num time de agentes de elite reunidos pelo major William Stryker (Danny Huston, em papel que fôra de Brian Cox em X-Men 2). Como enchimento narrativo temos as presenças de personagens conhecidos como Wade Wilson/Deadpool (Ryan Reynolds), Gambit (Taylor Kitsch), Blob (Kevin Durand) e um jovem Ciclope (Tim Pocock). Todos eles estão bem representados, mas alguns mereciam um pouco mais de tempo em cena. Liev Schreiber, por sinal, está excelente como Dentes-de-Sabre, se equiparando muito bem e até mesmo roubando a cena de Hugh Jackman por breves instantes. Inexplicável mesmo é a escolha imbecil de algumas figuras mutantes sem qualquer relevância, como o Chris Bradley (quem?) feito pelo eterno hobbit Dominic Monaghan. A passagem que mostra a fuga de Wolverine do programa Arma X é mutilada de forma vergonhosa, mas a maior polêmica fica para o final, que deturpa um dos personagens mais bacanas das revistas e arrisca demais no nível de absurdo. Inserir uma ponte para ligar o filme com o primeiro longa feito por Bryan Singer pelo menos coloca a história nos trilhos, mas não dá para evitar o gostinho de decepção deixado por este X-Men Origens - Wolverine, o primeiro trabalho com os mutantes que fica abaixo do anterior em matéria de qualidade.