Revisto em Blu-Ray em 31-OUT-2009, Sábado
Ao colocar Nicolas Cage no papel de um pai cientista, amoroso e descrente, será que Alex Proyas consegue a credibilidade que seu longa precisa? Ou esta credibilidade independe daquele que já foi considerado um astro mas, até este filme, vinha engatilhando uma série de trabalhos francamente inexpressivos?
Cage não é detalhe em Presságio, mas não carrega o filme nas costas. O que faz este longa excepcional funcionar em vários níveis é a história, dramaticamente apocalíptica e sem qualquer preocupação em arrebatar pelo barulho, pelos efeitos, pela grandiosidade do conceito de fim ou de destruição.
O único momento em que Proyas pisa na bola é na cena-chave que envolve o garoto Chandler Canterbury. O moleque poderia ter entregue algo melhor. Mesmo assim, Presságio é um filmaço que merece fazer parte de qualquer coleção que se preze. Da sua e da minha.
Os extras do blu-Ray consistem de uma faixa de comentários de Alex Proyas (sem legendas em português), um making-of de 12 minutos e um especial de pouco mais de 15 minutos sobre os mitos relacionados ao tema principal do filme (que não posso dizer qual é).
Visto no cinema em 16-ABR-2009, Quinta-feira, sala 2 do Multiplex Pantanal
Eu creio já ter mencionado anteriormente que filmes inclassificáveis tendem a ser os melhores. Presságio é um destes, e chega tanto para colocar um pouco de rumo na carreira titubeante de Nicolas Cage como para atestar a habilidade do diretor Alex Proyas, sumido desde que havia feito Eu, Robô em 2004.
Cage é o pai viúvo de um garoto (Chandler Canterbury) que um dia recebe na escola um presente inusitado: o "desenho" que uma menina fez há 50 anos como parte de uma celebração escolar realizada com as crianças da época. Circunstâncias levam-no a interpretar o desenho, que consiste de uma série de números que, aparentemente, profetizam todos os grandes desastres ocorridos desde a década de 50. Contar mais que isso é verdadeira sacanagem, acreditem em mim. Uma das coisas que me fez gostar ainda mais do filme foi a campanha de divulgação, já que o trailer em nada denuncia o que aguarda o espectador. A história gravita em torno do drama de pai e filho, mas oscila com maestria entre o horror, a ação, o suspense e a ficção científica. Além de conter um punhado de cenas impressionantes, Presságio toca em temas universais com uma eficiência marcante, caracterizando-se como um filme ateu e ao mesmo tempo cristão, o que por si só já é um grande motivo para elogios. O final é polêmico, do jeito que eu gosto, as únicas ressalvas sendo uma ou duas decisões nebulosas do roteiro que não chegam a tirar o brilho da obra. Que é facilmente subestimável, mas é fantástica e definitivamente digna de uma conferida.