Cinema

A Morte Passou por Perto

A Morte Passou Por Perto
Título original: Killer's Kiss
Ano: 1955
País: Estados Unidos
Duração: 67 min.
Gênero: Policial
Diretor: Stanley Kubrick (Spartacus, O Iluminado, Nascido para Matar)
Trilha Sonora: Gerald Fried (O Grande Golpe, Glória Feita de Sangue)
Elenco: Frank Silvera, Jamie Smith, Irene Kane, Ruth Sobotka, Jerry Janet, Mike Dana, Felice Orlandi, Shaun O'Brien, Barbara Brand, David Vaughan, Alec Rubin, Ralph Roberts, Phil Stevenson, Arthur Feldman, Bill Funaro, Skippy Adelman
Distribuidora do DVD: Cinemagia
Avaliação: 7

Este film noir foi o segundo longa-metragem de Stanley Kubrick, precedido pelo desconhecido e ignorado (inclusive pelo próprio) Fear and Desire. Como o primeiro filme, este foi marcado pela escassez de recursos do cineasta em começo de carreira, o que o obrigou a praticamente assumir todos os aspectos técnicos da produção, como fotografia, edição e direção. Mesmo com todas as dificuldades e a quase total falta de recursos, ainda assim o filme foi terminado e distribuído mundialmente, um feito para a época.

Curto e bem fotografado em preto-e-branco pelo iniciante Kubrick, A Morte Passou por Perto tem a estrutura clássica do filme policial. O personagem principal aqui é Davey, um boxeador decadente que se vê numa grande enrascada. Percebe-se logo que ele pode vir a sair dela ileso, pois a história é contada em flashback pelo próprio. O gatilho da trama é sua vizinha, uma bela e misteriosa mulher que aos poucos fará sua vida correr risco de morte nas mãos de um gângster que a quer para si.

A história é fluida, e prende a atenção pela forma intimista como é contada, pelo ponto de vista do personagem principal. No entanto, alguns problemas aparecem na edição de algumas cenas (o diretor tinha 26 anos quando fez o filme), e uma passagem em particular acaba infelizmente ferindo a narrativa de forma muito evidente (Davey olhando as pessoas em seu apartamento pela janela do outro prédio e ouvindo toda a conversa, como se tivesse uma super-audição). Ainda assim, o mérito do filme não é diminuído. Estes detalhes pequenos não chegam a sacrificar o resultado final da obra, que é muito interessante e vale a pena ser vista.

O espectador mais atento poderá notar aspectos latentes no filme que remetem a futuras obras do mestre Kubrick. Travellings, narrativa fragmentada em capítulos e cenários singulares que, mesmo em preto-e-branco, passam a impressão de possuírem cores berrantes e marcantes.

A Cinemagia, distribuidora do DVD, incluiu no disco o trailer original do filme, fotos da produção e alguns artigos com conteúdo interessante. O porém é que a visualização desses artigos é um pouco irritante, com a tela se movendo sozinha e obrigando o espectador a fazer verdadeiros milagres de sincronização com o controle remoto.

Texto postado por Kollision em 18/Junho/2004