Estou ficando preocupado com o rumo que o mercado de cinema comercial está tomando, especialmente em minha cidade.
É fato comum que, na roça (leia-se: cidades do interior), são predominantes as sessões de filmes dublados, com raras exceções que chegam graças a algumas sobras do circuito das capitais. O problema é que, agora, as capitais parecem estar adotando a medida de priorizar também os filmes dublados.
Tomem estas últimas semanas, por exemplo. Sei que estamos no meio da temporada do verão norte-americano, mas as coisas nunca foram tão ruins para quem quer correr dos blockbusters. São filmes pra crianças, desenhos, filmes imbecis, desenhos, filmes inassistíveis, desenhos, e quase todas as comédias estréiam somente com cópias dubladas. O Grande Dave: dublado. Zohan - O Agente Bom de Corte: dublado. Provavelmete, estes filmes estão longe de serem obras-primas. Mas eu não recusaria um novo do Eddie Murphy ou um novo do Adam Sandler para fugir das Múmias da vida. Na maioria das vezes, alguns filmes se dividem entre cópias legendadas e dubladas, com estas últimas tomando espaço de outros filmes que poderiam estar sendo exibidos com o áudio original.
[ Nota: se você está em Cuiabá, saiba que as salas 5 a 8 do Cinemais 3 Américas podem ser tudo, menos salas de cinema ]
Algo muito errado está acontecendo com os filmes de terror, por exemplo, que praticamente sumiram da programação. Encarnação do Demônio, que já está sendo consagrado como um dos melhores dos últimos tempos no cinema brasileiro, segue sem previsão de lançamento por aqui.
Do jeito que a coisa está indo vamos acabar ficando como a Alemanha, onde praticamente 100% dos filmes são exibidos em cópias dubladas.
E depois reclamam que eu só assisto filme velho...
Texto postado por Kollision em 24 de Agosto de 2008