Cinema
A Nova Transa da Pantera Cor-de-rosa
Ano: 1976
País: Estados Unidos, Inglaterra
Duração: 103 min.
Gênero: Comédia
Diretor: Blake Edwards (A Vingança da Pantera Cor-de-rosa, Minhas Duas Mulheres)
Trilha Sonora: Henry Mancini (Bonequinha de Luxo, A Volta da Pantera Cor-de-rosa)
Elenco: Peter Sellers, Herbert Lom, Lesley-Anne Down, Burt Kwouk, Colin Blakely, Leonard Rossiter, André Maranne, Byron Kane, Dick Crockett, Richard Vernon, Briony McRoberts, Michael Robbins, Omar Sharif, Deep Roy
Distribuidora do DVD: MGM
Avaliação:
Quinto filme oficial da amada série cômica estrelada por Peter Sellers, dando seguimento ao sucesso comercial de O Retorno da Pantera Cor-de-rosa (realizado no ano anterior e infelizmente ausente da coleção de DVDs lançada pela MGM). Como se pode notar, tanto diretor quanto elenco estão muito mais à vontade neste trabalho, e percebe-se facilmente que a animosidade entre Sellers e Blake Edwards surgida durante a realização de Um Tiro no Escuro, que causou um hiato de mais de 10 anos e fez com que um outro diretor e um outro astro assumissem o controle do terceiro filme (Inspetor Clouseau, dirigido por Bud Yorkin em 1968 e estrelado por Alan Arkin), foi devidamente relegada ao esquecimento.
Colocando-se quase no mesmo nível dos primeiros episódios, mas representando uma melhoria em relação ao anterior, este longa traz aquela que talvez seja a melhor de todas as trihas sonoras compostas por Henry Mancini para os filmes da Pantera Cor-de-rosa. Esta, por sinal, nem dá as caras no filme inteiro, o que indica que a tal "pantera" deixa de ser somente o nome da famosa jóia causadora de todo o conflito da primeira e da quarta partes da série para se tornar também um sinônimo para o próprio inspetor Clouseau. Nada mais apropriado, sendo o então já estabelecido Pink Panther devidamente mantido em todos os demais títulos lançados após este.
Na trama de A Nova Transa, encontramos o ex-inspetor-chefe de polícia Charles Dreyfus (Herbert Lom) no manicômio, prestes a sair depois de cumprir três anos de terapia por ter enlouquecido devido ao seu tempestuoso relacionamento com o inacreditavelmente incompetente detetive Jacques Clouseau (Peter Sellers). Agora alçado à posição de inspetor-chefe no lugar de Dreyfus, Clouseau visita-o no manicômio e faz com que seu ex-patrão tenha uma recaída. Em desespero, Dreyfus foge do sanatório e inicia um plano mundial destinado a eliminar Clouseau de uma vez por todas, que envolve libertar e contratar os maiores assassinos ao redor do mundo, além de seqüestrar um importante cientista e forçá-lo a construir a "arma do juízo final", usada para chantagear os líderes do mundo a lhe entregarem Clouseau, vivo ou morto.
Deixando a conexão com a realidade um pouco de lado, o roteiro do filme foi concebido com um exagero proposital que coloca o personagem de Herbert Lom praticamente no mesmo nível de Jacques Clouseau em matéria de participação cênica. Mas não é por isso que o filme resulta num material essencialmente fraco, do qual Blake Edwards extrai o máximo de situações cômicas possíveis. O estilo de humor se aproxima bastante da estética dos desenhos animados, e várias passagens acabaram lembrando cartoons em movimento. Dentro do universo peculiar de patetices do inspetor Clouseau, o momento mais engraçado deste filme aparece na cena em que ele se disfarça de dentista e arranca o dente errado de Dreyfus, com os dois palermas de derramando em gargalhadas pelo efeito do gás hilariante. Passagens como esta ajudam a relevar o desenvolvimento sem pé nem cabeça do plano de Dreyfus, e o fato de Clouseau não ter nenhum rumo definido durante toda a história. Que, como de praxe, traz mais uma beldade às fileiras da série: Lesley Anne-Down, como a espiã russa que se apaixona por Clouseau na penumbra do quarto de hotel, sem saber que ele é na realidade o assassino feito por Omar Sharif.
Infelizmente, o DVD da MGM só tem como extra o trailer de cinema do filme.
Texto postado por Kollision em 13/Maio/2006