Eis que Freddy Krueger chega ao seu terceiro filme, ainda fazendo sucesso e cada vez mais com o status de cult que hoje possui. Neste o diretor do primeiro filme, Wes Craven, volta como produtor executivo, o que garante ao menos um espetáculo superior à fraquíssima parte 2, lançada dois anos antes.
Passaram-se seis anos dos eventos do primeiro filme. A jovem Kristen (Patricia Arquette) sofre cada vez mais com seus estranhos pesadelos, dominados por um sujeito terrivelmente queimado com um chapéu sujo e navalhas nas mãos. Após cortar o próprio pulso durante um destes pesadelos, ela é enviada a uma clínica psiquiátrica e junta-se a outros jovens que apresentam os mesmo distúrbios que ela. Nas mãos do psiquiatra local (Craig Wasson), tudo parece perdido. Somente com a chegada da recém-formada Nancy (Heather Langenkamp), a sobrevivente do primeiro filme que sofreu na pele o que os adolescentes estão passando na clínica, a seqüência de mortes misteriosas dos jovens tem uma chance de chegar ao fim.
O que faltou à primeira continuação está presente nesta seqüência, que retoma a mitologia criada no primeiro filme e a amplia, de forma não extraordinária mas pelo menos coerente. Liderados por Nancy e pela jovem Kristen, as novas vítimas de Freddy unem-se para enfrentá-lo em seu território, os sonhos, o que confere ao filme um aspecto aventuresco que de certa forma afasta-o um pouco do terror propriamente dito. Como conseqüência, não há muito suspense. Há, sim, algumas belas tomadas de maquiagem, porém alguns efeitos especiais são hoje claramente toscos e primitivos. A história, que começa bem, se enrola um pouco no final. É neste filme que é apresentada a figura da freira misteriosa que revela um pouco sobre o passado de Freddy (o filho bastardo de mais de cem maníacos, que prenderam e estupraram uma moça no passado).
Talvez por inexperiência do diretor estreante Chuck Russell, as atuações do elenco vão de fraco a regular. Wasson, que já atuou sob a batuta de Brian De Palma (em Dublê de Corpo), parece completamente perdido em cena, e Heather Langenkamp de algum modo não consegue igualar sua primeira performance. John Saxon reprisa o papel do pai de Nancy e um jovem Laurence Fishburne (Matrix) faz um dos internos da clínica. Robert Englund, na pele de Freddy, deixa transparecer aqui o lado sarcástico do vilão, que passaria a ser sua característica predominante nos filmes subsequentes da série.
O filme foi seguido por A Hora do Pesadelo 4 - O Mestre dos Sonhos.
Como extras, o disco repete o trailer do DVD de Freddy vs. Jason e a biografia de Wes Craven (agora produtor), acrescentando biografias curtas do diretor Chuck Russell e do maquiador Kevin Yagher.
Texto postado por Kollision em 13/Agosto/2004