Revisto em DVD em 28-AGO-2009, Sexta-feira
Há uma semana atrás, durante um vôo da Emirates, resolvi dar uma chance à programação do avião e assistir O Máskara só por causa daquela cena em que Jim Carrey está ajeitando o vaso para largar um barro e é surpreendido por Milo pulando do lado de fora da cadeia. Sim, eu sei, é um detalhe nerd, mas geralmente são detalhes nerds como este que motivam muita gente a rever filmes de vez em quando. Mas alguma coisa estava errada, pois a cena não apareceu. E nem aquela que mostra a ida de Carrey ao escritor, ou a palhaçada que o Máskara faz com os delinquentes no beco. Que diabos poderia ter causado os cortes? Tempo de duração não é, e censura... Sei lá, o avião saiu de Dubai e os Emirados Árabes são um país muçulmano. Camisinha à mostra em cena, um vaso sanitário com papel higiênico na borda?
Como eu não me contentei com uma sessão mutilada, resolvi relaxar assistindo ao filme de novo enquanto me recuperava da diferença de fuso no conforto de casa. Hoje parece irrelevante, mas O Máskara foi, em conjunto com Débi & Lóide, o filme que projetou Jim Carrey ao estrelato. É uma comédia anárquica baseada livremente numa HQ homônima, pesadamente influenciada pelos desenhos da turma do Pernalonga e sem qualquer vontade de ser séria. Carrey é Stanley Ipkiss, um cara legal que só dá bola fora até o dia em que uma máscara mitológica cai em suas mãos. Ao colocá-la ele se transforma numa versão maluca de si mesmo, com os super-poderes mais inacreditáveis já vistos. As traquinagens do Máskara coincidem com a paixão de Stanley por uma cantora de boate (Cameron Diaz, estreando no cinema) e os planos maquiavélicos de um bandido do submundo (Peter Greene).
Já vi gente dizendo que não vê graça alguma no filme. É verdade, O Máskara não é uma fonte de gargalhadas em profusão. O que o diferencia do resto das comédias fantásticas são as cenas totalmente fora do comum, o senso anárquico que as acompanha e as inúmeras gags e referências cinematográficas. Além de Carrey, que nasceu para fazer o personagem-título, quem mais brilham no filme são o cachorro Milo e a então novata Cameron Diaz, deslumbrante como nunca mais a vi em filme algum depois deste. Inexplicavelmente, de lá pra cá a moça secou e ficou com cara de ameixa, mas aqui ela integra com honras o panteão das atrizes mais gatas a serem imortalizadas em celulóide. Só ela já seria motivo suficiente para justificar a sessão, mas O Máskara é um bom filme!
Na seção de extras do DVD da Playarte há biografias do diretor e do elenco principal, artigo em texto sobre o filme, duas cenas excluídas, trailer e também os trailers de Seven - Os Sete Crimes Capitais, 15 Minutos e O Corpo.