Freddy Krueger, o assassino de crianças que foi queimado vivo pelos adultos de Springwood e retornou para atormentar os filhos de seus algozes em pesadelos. Jason Voorhees, o psicopata dado como morto por afogamento no acampamento Crystal Lake, que adquiriu invencibilidade paranormal e chacina adolescentes incautos nos arredores do local de sua declarada morte. Dois "monstros", no melhor sentido da palavra, do cinema de horror, ícones que são mundialmente conhecidos por toda a comunidade cinéfila, mesmo por aquela parte que não simpatiza com o gênero. Este é o filme que coloca ambos frente a frente, num projeto que foi idealizado muito antes de sua realização, e que passou pelas mãos de inúmeros diretores antes de ser capitaneado por Ronny Yu, de A Noiva de Chucky.
É óbvio que o objetivo principal do filme é revigorar as séries de cada um, que já não vêm bem das pernas financeiramente há algum tempo. Porém, para os verdadeiros fãs, Freddy vs. Jason dispensa comentários. O prólogo já diz a que veio, mostrando o plano do debilitado Freddy Krueger para voltar à ativa: fazer com que Jason cometa assassinatos na rua Elm, e assim levantar suspeitas sobre seu retorno, fortalecendo-o o suficiente para que ele possa voltar a matar os adolescentes em seus pesadelos. Krueger invade os sonhos de Jason, fazendo-se passar por sua falecida mãe, e passa a controlar o psicopata. No entanto, quando Jason sai de seu controle, matando desenfreadamente aquelas que deveriam ser suas vítimas, o bicho pega, e pega feio. Entre os dois estão um grupelho de adolescentes liderado por Monica Keena (Dawson's Creek) e pelo fraquinho Jason Ritter, filho do comediante John Ritter.
As características e o universo de cada um são devidamente preservadas neste filme-confronto. O humor ácido de Freddy faz um contraponto à crueza de Jason, que continua o mesmo homicida de sempre, aqui adotando um facão como sua arma oficial. Garotas nuas tomando banho no lago, moleques sonolentos correndo desesperados na caldeira úmida e quente de Freddy, os ganchos musicais que fizeram sucesso na série de cada personagem... Enfim, está tudo lá. O roteiro atropela a lógica em muitos momentos, mas é evidente que a lógica nunca foi o forte de nenhuma das séries, pelo menos em seus últimos episódios.
Independente de lógica ou não, o confronto entre os dois realmente vale a pena ser visto. As cenas de luta entre Jason e Freddy são as melhores coisas do filme. Não poderia ser diferente, sendo os dois a razão de ser da película. A violência e o nível de "gore" honra os melhores momentos dos dois personagens, e com certeza fará a alegria dos fãs. E dos não-fãs também, por que não?
O DVD disponibilizado pela Playarte é duplo. No primeiro, além do filme, há os trailers de Olhos Famintos 2, Pânico na Floresta e do pacote em DVD dos três primeiros A Hora do Pesadelo. O segundo disco apresenta 15 minutos de cenas excluídas, entre elas um final alternativo à la A Hora do Pesadelo, e 6 documentários diferentes sobre a produção, com duração de 7 a 30 minutos. Uma das pérolas dos extras é ouvir o diretor Ronny Yu declarando que sua inspiração para a luta entre Freddy e Jason foi o filme Rocky!
Texto postado por Kollision em 17/Junho/2004