Cinema

O Homem de Aço

O Homem de Aço
Título original: Man of Steel
Ano: 2013
País: Canadá, Estados Unidos, Inglaterra
Duração: 143 min.
Gênero: Ficção científica
Diretor: Zack Snyder (Batman Vs. Superman - A Origem da Justiça, Liga da Justiça)
Trilha Sonora: Hans Zimmer (O Cavaleiro Solitário [2013], O Último Amor de Mr. Morgan, 12 Anos de Escravidão)
Elenco: Henry Cavill, Michael Shannon, Amy Adams, Russell Crowe, Kevin Costner, Diane Lane, Ayelet Zurer, Laurence Fishburne, Antje Traue, Harry Lennix, Richard Schiff, Christopher Meloni, Richard Cetrone, Christina Wren
Avaliação: 7/10

Visto no cinema em 31-JUL-2013, Quarta-feira, sala Cinemark 6 do Shopping Goiabeiras

O Homem de Aço, de Zack Snyder, é a segunda grande leitura cinematográfica para o mais icônico super-heroi criado nas HQs. A primeira delas, conduzida por Richard Donner em 1976, é um clássico do gênero e do cinema, e daí já dá para se ter uma ideia da responsabilidade de Snyder e sua equipe. Separados por um intervalo de quase quarenta anos, os dois filmes partem do mesmo molde e utilizam recursos diferentes para contar uma história de origem. O planeta Krypton está com os dias contados, e Jor-El (Russell Crowe) não vê outra alternativa para a sobrevivência do filho recém-nascido senão enviá-lo num módulo de fuga para a Terra. Em nosso planeta, o garoto é adotado por um casal de fazendeiros (Kevin Costner e Diane Lane) e desenvolve incríveis superpoderes, adotando uma vida adulta nômade enquanto busca uma razão para a própria existência. A chegada de uma delegação kryptoniana liderada pelo general Zod (Michael Shannon) é o que faz com que ele se revele ao mundo. O problema é que Zod deseja criar uma nova Krypton na Terra.

O filme acerta em muitas coisas, mas principalmente na atmosfera de ficção científica que torna tudo ao redor do Super-Homem mais fácil de ser digerido. O design de produção capricha na tecnologia kryptoniana, faz bonito em caracterizar sua cultura e seu poderio bélico e cria uma personalidade multifacetada para o general Zod, talvez um personagem mais interessante que o próprio protagonista. Henry Cavill tem a envergadura física necessária para o papel de Clark Kent/Superman, e faz o dever de casa com competência. Na galeria de coadjuvantes, Amy Smart vive uma Lois Lane que começa bem (intrometida como sempre) e termina mal (intrometida de forma errada). Não havia necessidade alguma de dar qualquer importância aos demais personagens do Clarim Diário, mas o filme o faz mesmo assim (no caso de Laurence Fishburne como o editor Perry White).

O nível de destruição de propriedade pública faz jus aos poderes envolvidos e transforma Nova Yor... quer dizer, Metrópolis, num cenário quase apocalíptico. Em matéria de ação, o clímax só peca ao dar muita importância à missão do Super-Homem do outro lado do planeta, banalizando em parte a solução dada ao conflito e privando o filme de um contraste dramático mais acentuado. Ou seja, não espere reviver a mesma emoção criada pelas tramas hoje simplistas de Superman - O Filme ou do soberbo Superman II. Dada a tarefa impossível de pelo menos igualar a trilha sonora de John Williams, percebe-se que Hans Zimmer não se esforçou em nada em seu trabalho - sua música sem pegada não ajuda em nada. As comparações poderiam se estender estender por uma quantidade bem maior de parágrafos, então paro num pequeno detalhe que os mais velhos notarão com facilidade: apesar de não serem parecidos, as feições de Henry Cavill em alguns breves momentos lembram claramente as feições de Christopher Reeve. O que as facilidades da tecnologia moderna não proporcionam, não é mesmo?

A sequêcia do filme está no cross-over Batman Vs. Superman - A Origem da Justiça.