Atenção papais e mamães que assistiram a Apocalypto e ficaram com receio de que seus filhos também fossem vê-lo e ficassem expostos à violência orquestrada pelo Sr. Mel Gibson. Eis que chega a versão light, intitulada 10.000 A.C. e orquestrada por Roland Emmerich, que curiosamente dirigira Gibson em O Patriota. A história dos dois filmes é praticamente idêntica: tribo malvada rapta e escraviza a tribo boazinha, e um herói relutante se erguerá contra os malvados para resgatar seus entes queridos. A diferença crucial é que a obra de Emmerich é uma colagem historicamente indecente de várias épocas, que se aproveita gratuitamente do punch no nome 10.000 A.C. para se vender. É quase como uma Sessão da Tarde em sua temática heróica, clichezenta e rasa, não fossem os efeitos especiais acachapantes que dão vida a mamutes, tigres dentes-de-sabre e avestruzes carnívoras com a mesma naturalidade com que compõem cenários grandiosos de pirâmides sendo construídas no deserto. A pergunta crucial neste caso é: se é para gastar tanto dinheiro, por que não fazer algo com um mínimo de inovação?
No mais, talvez desligando o deconfiômetro histórico a palhaçada até passe como uma aventura descerebrada.
Visto no cinema em 14-ABR-2008, Segunda-feira, sala 7 do Multiplex Pantanal