Cinema

2012

2012
Título original: 2012
Ano: 2009
País: Estados Unidos
Duração: 159 min.
Gênero: Ficção Científica
Diretor: Roland Emmerich (Anônimo, O Ataque [2013], Independence Day - O Ressurgimento)
Trilha Sonora: Harald Kloser (Alien Vs. Predador), Thomas Wanker (Marlene)
Elenco: John Cusack, Chiwetel Ejiofor, Amanda Peet, Oliver Platt, Thomas McCarthy, Danny Glover, Woody Harrelson, Zlatko Buric, Beatrice Rosen, Thandie Newton, Johann Urb, Stephen McHattie, Jimi Mistry, Liam James, Morgan Lily, John Billingsley
Distribuidora do Blu-ray: Sony Pictures
Avaliação: 8/10

Revisto em Blu-ray em 6-JAN-2012, Sexta-feira

A mais triste constatação sobre 2012 é que o filme perderá a validade no ano de 2013. Acho que teria sido interessante se Emmerich tivesse desvinculado completamente seu roteiro dos mitos relacionados ao fim do mundo, simplesmente intitulando seu trabalho como O Dia Depois de Amanhã 2. Tenho certeza absoluta que os detratores não seriam tão árduos com sua obra, um colosso de filme-catástrofe com tudo o que o cinema de entretenimento tem de mais contundente: impossibilidades, pieguices, exageros e a indefectível superação do ser humano diante de adversidades humanamente intransponíveis. Não retiro nadinha do que escrevi na primeira vez em que assisti ao filme no cinema. Sim, 2012 é excessivamente ingênuo em sua visão de como as grandes nações se uniriam diante da de uma catástrofe iminente. A elipse e os subterfúgios baratos que unem os arcos dos personagens de Chiwetel Ejiofor e John Cusack são quase vergonhosos em seu excesso de poesia. Se há uma coisa que eu gostaria que tivesse acontecido na história é que mais gente tivesse morrido, e só. Enaltecer o conceito de humanidade entre os homens poderia ter sido feito de muitas outras formas, mas não tenho do que reclamar em matéria de diversão sem compromisso. Nesse ponto, 2012 é fantástico.

A edição em blu-ray vem com uma faixa de comentários em áudio conjunta de Roland Emmerich e Harald Kloser, um recurso extra de comentários chamado picture in picture onde várias pessoas envolvidas falam sobre o filme, pouco mais de uma hora de material de making-of que discorre sobre vários aspectos da produção, um calendário maia interativo, cinco cenas excluídas e um final alternativo. Tudo em formato HD e devidamente legendado em português.

Visto no cinema em 15-DEZ-2009, Terça-feira, sala 1 do Multiplex Pantanal

Pegando carona em lendas e especulações mitológicas, Roland Emmerich as mistura com umas patacoadas científicas absurdas e retorna com a ideia de que o mundo vai acabar em Dezembro do ano de 2012. A catástrofe é alardeada por um geólogo norte-americano (Chiwetel Ejiofor), e os líderes mundiais têm então dois anos para se prepararem. Às vésperas do desastre, a história passa a se concentrar na luta da família do escritor fracassado Jackson (John Cusack) em sua tentativa desesperada de sobreviver à destruição. Isso é tudo o que basta saber para desfrutar o que é provavelmente o mais ambicioso (tecnicamente falando) filme-catástrofe que eu já vi - com direito a todos os absurdos físicos esperados, diálogos que nem sempre soam plausíveis e efeitos especiais de cair o queixo. 2012 agrada em cheio a quem curte escapismo sem amarras de lógica, contando com uma aura épica, muitos momentos de suspense e um ou dois discursos que tentam enaltecer o espírito humano em meio à selvageria que tal tema pode suscitar. Com exceção do cara apático que faz o papel do novo marido de Amanda Peet (Thomas McCarthy), o elenco faz o dever de casa e ajuda a história a se desenvolver com um mínimo de dignidade. É difícil imaginar o que poderia suplantar o escopo visto em 2012, e já que Emmerich declarou que este é seu último filme-catástrofe os descontentes podem ficar tranquilos por um bom tempo enquanto continuam sua busca doentia por profundidade dramática em longas de ficção científica cujo único propósito é entreter sem compromisso.