Pois bem, vamos agora registrar o estado atual da minha coleção de shmups do Dreamcast, console lançado pela Sega em 1998 que competiu, durante algum tempo, com o Playstation 2. Não vou entrar no assunto sobre a enorme injustiça envolvida na morte do Dreamcast, já que na minha opinião tudo sempre foi culpa da própria Sega.
Com relação a shmups, é sabido que muita gente considera o 128 bits da Sega, senão o console perfeito para o gênero, aquele que mais chegou perto disso. Logo que comecei a colecionar, minha busca por jogos de nave começou meio no escuro, e com o Dreamcast não foi diferente. E é por isso que, com orgulho, hoje considero a minha coleção de shmups para o Dreamcast COMPLETA.
Como vocês podem perceber pelas fotos, a esmagadora maioria dos jogos de nave lançados para este console é de orientação vertical. Por que será? Fato é que os jogos de scroll vertical se sobressaíram em relação aos demais após o fim da fase clássica do gênero, que coincidiu com o ocaso da era dos vídeo-games de 16 bits. Mas a diferença no caso do Dreamcast é esmagadora, e no início me deixou um pouco desconfortável porque o meu sub-gênero favorito é o dos jogos horizontais. Sei lá quando Dux finalmente vai ver a luz do dia, pois os atrasos na data de lançamento já se tornaram rotina na vida de quem aguarda ansiosamente pelo jogo...
Outra coisa a se notar, e esta é uma tendência que até hoje ainda não foi mudada, é que a maioria dos shmups simplesmente não é lançada no ocidente, o que nos obriga a escolher uma de duas alternativas: comprar um console original japonês ou destravar o console ocidental. Apesar do medo inicial, optei pela segunda alternativa e fiz tudo na raça. E até hoje estou muito satisfeito com o resultado, obrigado!
O primeiro jogo que comprei foi Giga Wing. Foi minha introdução ao estilo bullet hell, e também minha arena de aprendizado sobre as convenções existentes entre a comunidade mais hardcore. Lembro-me que me senti ótimo quando consegui terminar todas as sete fases com um só crédito, mas logo depois retirei-o da minha lista de vitórias porque eu não tinha obedecido a regra dos ajustes default, alterando o número inicial de vidas e de bombas. É por isso que eu quero, qualquer dia desses, voltar ao jogo e terminar o que comecei.
De lá para cá, os títulos que joguei pra valer foram Mars Matrix (esse sim, eu terminei na raça), Zero Gunner 2 (definitivamente o melhor jogo que a Psikyo fez), Border Down, Ikaruga e Radirgy. Sim, eu sei que joguei poucos deles. Mas acreditem, a biblioteca de shmups do Dreamcast pode não ser tão grande, mas é material suficiente para você se dedicar por muito, muito tempo, especialmente se você for um mero mortal que precisa ralar muito para ver o final de um jogo, como eu. A qualidade dos jogos, de um modo geral, é um testamento vivo da excelência com que a Sega produziu seu console, pois todos os títulos lançados são bem acabados, bonitos, fluidos, e suas versões multi-plataforma (Ikaruga e Radirgy, por exemplo) são consideradas as melhores pela maioria dos jogadores.
De todos estes jogos, as melhores barganhas foram conseguidas com o duo Radirgy/Karous e com as edições especiais de Trigger Heart Exelica e Under Defeat, que consegui comprar ou trocar com colecionadores por um preço mais razoável que o normal. Praticamente todos os outros foram obtidos via ebay, NCSX ou Play-Asia, e minha melhor barganha nesta categoria creio ter sido Ikaruga.
E agora, o que resta para o futuro da minha coleção de Dreamcast?
Aceito sugestões para rail shooters (jogos à la Rez, Rainbow Cotton e After Burner) ou compilações que desconheço.
Texto postado por Kollision em 21 de Abril de 2009