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Tá certo que eu nunca fui muito de aparecer em fotografias, mas esta à direita merece ser preservada, tanto por seu valor histórico pessoal quanto pelo marco temporal que praticamente salta aos olhos quando se olha para ela.

Obviamente, um dos três aí ao lado sou eu. Os outros dois são amigos do peito que também tiveram coragem de encarar a Engenharia Elétrica como curso superior. Um deles continua bastante próximo e o outro, dizem, está latifundiando em alguma pradaria de soja em Primavera do Leste!

Fatos inegáveis: na época da foto, nossa rotina consistia em ter aulas pela manhã, almoçar no RU, passar a tarde toda enfurnados numa biblioteca, jantar no RU, olhar as meninas da arquitetura passando pela escadaria do bloco de Elétrica antes da aula das seis (geralmente o ponto alto do dia) e então assistir às aulas da noite.

Ninguém fazia idéia alguma do que estaria fazendo no futuro. E quem é que faz, cursando o 5º semestre de faculdade? Eu ainda tinha aspirações de ser escritor, sonhava acordado com muita coisa e, bem, fazia o meu papel de nerd à perfeição, se bem que esse aspecto não mudou muito de lá pra cá.

A fotografia foi tirada num laboratório próximo ao prédio da reitoria da UFMT – única vez em que eu botei os pés no lugar – na mesma época em que nossos olhos se abriam para a realidade do que estávamos fazendo, graças à interferência de um professor excêntrico e quase sempre irredutível em seus métodos e opiniões.

“Oh, jovem!!!”