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Comentários sobre a Vida do Cinéfilo em São Paulo

Passei três dias da semana passada na cidade de São Paulo, coração comercial e cultural do Brasil. Entre outras coisas que me dispus a fazer no período, aproveitei a chance para conferir filmes que estão sumariamente fora do circuito de cinema de Cuiabá, uma capital que exatamente neste momento se afoga numa cortina de fumaça de dar medo. Sério.

Abaixo, imagens capturadas no celular em alguns lugares por onde passei:

Flashes de São Paulo - SET 2009
1. Vista da avenida 9 de Julho, no 14º andar do Hotel Formule 1
2. Dentro da linha vermelha do metrô, em direção a Itaquera
3. Vista da Avenida Paulista, em noite bastante fria
4. Saguão de embarque inferior do Aeroporto de Congonhas, no histórico último dia com liberação para escalas e conexões (30-SET)

Minha perambulação pelas salas de cinema mais próximas me levou a algumas constatações interessantes:

  1. Há algo muito errado nos preços das sessões, principalmente em shopping centers. Por uma entrada inteira no Unibanco Arteplex, por exemplo, paga-se R$ 18,00. No mesmo dia, comprei dois filmes no mesmo shopping por R$ 22,98. Quando, até há relativamente bem pouco tempo atrás, poderia-se pensar que um filme na minha coleção custaria menos que o preço de uma sessão de cinema + a pipoca?
  2. Os dois filmes comprados foram Confidence - O Golpe Perfeito (James Foley, 2003) e BloodRayne (Uwe Boll, 2005). Ninguém pode contestar nada sobre o primeiro, mas já espero pedradas dos leitores quanto ao segundo... Explico: ainda não pude comprovar a tão alardeada ruindade e inaptidão de Herr Boll na direção de um filme. Puxa, convenhamos, num trabalho que tem gente como sir Ben Kingsley, Geraldine Chaplin, Udo Kier, Michael Madsen, Michelle Rodriguez e Billy Zane, como é que a situação pode ser assim tão ruim? Tenho que admitir, contudo, que o que me motivou mesmo a levar o DVD para casa foi Kristanna Loken, que nunca mais vi desde o ótimo Exterminador do Futuro III - A Rebelião das Máquinas. E saibam que, para dar um pouco mais de emoção à coisa, vou fazer uma sessão dupla de BloodRayne e Alone in the Dark.
  3. Há uma vantagem no preço tão salgado das sessões de cinema: o nível dos espectadores é filtrado num padrão alto. O resultado é gente educada, que não conversa durante a sessão e é capaz de dialogar sobre os filmes que estão assistindo com um mínimo de discernimento. Ah, então agora estou sendo elitista? Experimente ir ao Cinemais do 3 Américas na quarta-feira. Mas depois não diga que eu não avisei.
  4. Pouco antes de entrar na sala para ver Nação Fast Food, a Hérika me diz ao telefone: "Você está no shopping Frei Caneca?". E eu respondo: "Claro, o cinema é um dos melhores da cidade!". E ela: "Mas você sabe qual é a fama desse shopping? Não é à toa que ele tem esse nome!". Aí eu olho para o meu lado esquerdo, para o lado direito e para o pessoal sentado nas mesas do café, e entendo o que ela quer dizer...
  5. E como é que um shopping do tamanho do Ibirapuera não tem uma sala de cinema sequer?

Ah, e parabéns pra Pri. Se não me engano, ela faz 25 anos hoje! É, o tempo passa e o tempo "avoa"!

Texto postado por Kollision em 4 de Outubro de 2007