Num dia bastante frio para os padrões aos quais estou habitualmente acostumado, desembarquei em São Paulo acompanhado de minha linda namorada para ir ao Claro Q É Rock, o festival que trazia, entre outras atrações nacionais e internacionais, a banda Fantômas, cria tardia de Mike Patton, o frontman da melhor banda de todos os tempos na opinião deste humilde escriba.
Até hoje sinto-me eternamente prejudicado e infeliz por nunca ter visto o Faith No More tocar ao vivo. Fã que não vive em grandes centros é fã subdesenvolvido, que sobrevive de CDs riscados e revistas de segunda linha (no início dos anos 90 a Internet não era tão onipresente). Quando a oportunidade de ver um ídolo dessa magnitude ao vivo surge a gente faz qualquer loucura, até mesmo sair do ninho no período mais turbulento do ano, profissionalmente falando.
Quanto ao Fantômas... Sempre tive a curiosidade de saber como era a coisa ao vivo. Se toda aquela loucura dos discos podia ser mesmo reproduzida com fidelidade sobre um palco. O fato é que, durante os menos de 45 minutos em que Mike Patton "regeu" a pequena orquestra formada pelos outros três alucinados de banda, tive a mais absoluta certeza de que a maluquice e a loucura eram até mesmo superiores à idéia que se tem ouvindo os trechos mais alucinados de Suspended Animation (o último disco). É anti-comercial, é contra o bom senso, é empolgante e desapontador ao mesmo tempo. Empolgante porque é algo único, inclassificável, completamente independente de formato, fruto de quatro cabeças talentosas a serviço de algo em que acreditam (os caras devem acreditar para já terem gravado cinco álbuns e viajarem tão longe para chocar platéias e deliciar os fãs). Desapontador porque, por mais que eu goste de tudo o que Patton faz, eu ainda tenho um pé fincado na estrutura. Bem, talvez ele apareça de novo por aqui com o Tomahawk, quem sabe...
E puxa... Eles não tocaram Rosemary's Baby, a que eu mais queria ouvir!
Os outros shows? Good Charlotte fez a festa, principalmente das adolescentes. Eu também curto a banda, adoro o último CD dos caras. Flaming Lips desapontou, teve que apelar pra cover do Black Sabbath pra não fechar a apresentação em tenebrosa vergonha. Nação Zumbi é lixo, mas aquela mulher maluca e o carinha do 10Zero4 mandaram muito bem nas cópias de Rage Against the Machine. E Iggy Pop é mesmo uma figura "calanguenta" e de boca suja que honra a alcunha de um dos criadores do punk rock! Não vi Nine Inch Nails, fica pra próxima.
Mais um filminho. Este foi um exercício elaborado em cima da hora, que inconscientemente viria a me ajudar em meu próximo curta. Filmado na correria e sob pressão, tem um final indecente de mal-feito. [ O filme foi adicionado ao YouTube em 3-FEV-2007 ] Opiniões, críticas, xingamentos, por favor, cliquem aqui.
Últimos filmes vistos:
Crash - No Limite (2005) - Visto no cinema em 22-NOV, Terça-feira, sala 5 do Multiplex Pantanal
Filmaço que entra direto para a lista dos melhores do ano, sem dúvida.
Tudo Acontece em Elizabethtown (2005) - Visto no cinema em 23-NOV, Quarta-feira, sala 3 do Multiplex Pantanal
Cameron Crowe ameaça uma recuperação mas fica a meio caminho de apresentar algo que mereça atenção maior.
Texto postado por Kollision em 30/Novembro/2005