Nunca gostei muito de comemorar meu aniversário. Isso é fato. Nos piores casos, chegava até mesmo a ficar depressivo com a data, que nada mais é do que um milestone que lhe diz que você está ainda mais velho que no ano anterior. Não gosto de envelhecer, não gosto de saber que ainda há tanta coisa que quero fazer e aprender, e para as quais eu com certeza não terei o tempo necessário... Teria eu a síndrome de Peter Pan?
Nos aniversários, as pessoas aproximam-se de você e o cumprimentam pela data. "Felicidades, muitos anos de vida, parabéns, sucesso..." E eu com um semblante que com certeza não conseguiria descrever aqui, replicando "obrigado, obrigado"... Entendam, eu não estou me queixando de nada, pois é sempre bom saber que há pessoas que, de alguma forma, se importam comigo e demonstram isso na data do meu aniversário. É só que a data, como eu já disse, não me inspira a ficar alegre. Quem é que fica alegre sabendo que seu corpo e seus neurônios estão definhando a cada ano que passa e que seu tempo nesta realidade está cada vez mais curto? Há aqueles que vêm e alegam que "nãããão... você deve comemorar o ano que passou, orar por sucesso e aproveitar a experiência adquirida". Sinto muito, mas eu não sou esse tipo de pessoa. Eu queria descobrir a fórmula da imortalidade e da juventude eterna. Não me importo da barriguinha estar cada vez mais ameaçadora e dos cabelos cederem cada vez mais espaço a uma careca geneticamente antecipada. Isso nada representa diante do fato de que somos vulneráveis e finitos. Alegre eu ficaria se pudesse retroceder o relógio do tempo e retornar permanentemente aos meus 20 anos.
O aniversário também é uma data que nos obriga a fazer uma auto-avaliação, mesmo que de forma inconsciente, de como está nossa vida neste fatídico momento. Como chegamos aqui e para onde vamos. O que estaremos fazendo daqui a um, cinco, dez anos... A verdade é que, hoje, não quero pensar sobre isso. Vou deixar para depois, quando puder relaxar numa rede bem confortável!
Mas bah! Também não sou retrógrado a ponto de ficar me lamuriando e execrando a data, não é mesmo? Os presentes são muito bem-vindos, obrigado. Tanto os presentes concretos como as mensagens que recebi de todos. Refiro-me também às mensagens do Orkut, coisa que eu tinha relegado ao esquecimento já há bastante tempo. O troço só vivia dando erro, é por isso eu tinha abandonado. Geralmente eu só entrava quando alguém me pedia para olhar alguma coisa. E foi numa destas ocasiões que me surpreendi com os posts da galera em meu scrapbook.
Vou contar um segredo: na semana passada eu estava desanimado com este site. Estava sem ânimo para escrever sobre os filmes que tinha visto ou sobre qualquer outra coisa, e tinha decidido reduzir minhas dissertações a no máximo 5 linhas por post. Já faz mais de três semanas que venho colocando um link de comentários em cada página que escrevo e, como esperado, obtive apenas uma mensagem de feedback (ainda por cima escrita em minha presença). Parece faltar-me algo que os verdadeiros blogs parecem possuir, aqueles que provocam nas pessoas a vontade genuína de expressarem suas opiniões sobre o que quer que seus autores escrevam. Admito que não tenho tempo para visitar as páginas das pessoas com as quais mantenho ao menos um mínimo contato, então acho que tudo deve começar por aí, não é? Vamos ver, vou tentar ser mais assíduo e presente em meus passeios virtuais.
Voltando ao assunto do desânimo, a única coisa que tenho a dizer é que... bem, consegui recarregar as baterias e me animar de novo. Pode parecer besteira, mas o fim-de-semana e os recados de todos no Orkut ajudaram a reacender a chama que mantém vivo esse emaranhado de parágrafos às vezes desconexos que constituem meu alter-ego virtual. Registro um obrigado do coração a todos (Jarbas, Júlio, Rodolfo, Welligton, Carol, Rachel, Angelina, Gabriel, Átila, Elaine, Leonardo, Christiano, Wolney, Paula, Eduardo, Samy e Júlio). Sou um relaxado em se tratando de Orkut, e humildemente peço desculpas a todos aqueles que porventura tenham tentado entrar em contato comigo por lá e eu não tenha sequer demonstrado sinal de vida.
E porque tudo isso acontece no mundo das pessoas, mando também um beijo muito especial para a Hérika!
Texto postado por Kollision em 28/Junho/2005