Visto em DVD em 9-JAN-2011, Domingo
Dando prosseguimento à série de filmes que busca espelhar os ideais políticos da França, a história de A Igualdade é Branca foca na trajetória do imigrante polonês Karol (Zbigniew Zamachowski), que se vê na rua da amargura quando sua esposa francesa (Julie Delpy) pede o divórcio e ele fica impossibilitado de retornar ao seu país. Sem ter nem onde dormir, o homem passa a mendigar nos túneis do metrô parisiense até o dia em que conhece um conterrâneo (Janusz Gajos) que o ajuda a se reerguer a duras penas. Só que Karol nunca deixou de amar a esposa, e esse vínculo com o passado eventualmente retorna para assombrá-lo. O drama apresentado por Kieslowski tem início e fim cruel e diametralmente estruturados, com um protagonista que se converte numa espécie de herói às avessas perante a sociedade e perante o público. Em vários momentos Karol demonstra que não é inocente, mas mesmo assim é praticamente impossível não se comover com sua luta para readquirir a dignidade - nesse sentido, a interpretação de Zbigniew Zamachowski é nada menos que magistral. Tal qual o anterior A Liberdade é Azul, a cenografia de A Igualdade é Branca é fortemente calcada numa cor específica. Mas não é apenas a neve que passa uma sensação de torpor emocional. Esta transparece nos personagens, nos diálogos e nas situações, algumas de uma sensibilidade que valoriza e não raro transcende o tema. Um excelente filme, sem sombra de dúvida.
O únicos extras do DVD são biografias curtas de Krzysztof Kieslowski e Julie Delpy.