Visto em DVD em 4-FEV-2011, Sexta-feira
Encerrando a "trilogia das cores", Kieslowski brinda a plateia com a mais sutil e ainda assim mais contundente das três histórias. Valentine (Irène Jacob) é uma modelo que vive em Genebra, distante do namorado neurótico e ciumento, que está em viagem na Inglaterra. Por um acaso do destino, certo dia ela conhece um juiz aposentado (Jean-Louis Trintignant), senhor ranzinza e amargo que passa seus dias a espionar os vizinhos. E o que inicialmente começa como aversão transforma-se em algo mais. Além disso, há ainda uma terceira pessoa que insiste em cruzar o caminho de Valentine, sem que ela jamais chegue a se dar conta do que está acontecendo ao seu redor. A Fraternidade é Vermelha é o melhor da trilogia, e é por este filme que ela deve ser terminada (os dois primeiros podem ser assistidos em qualquer ordem). É incrível como somos levados a nos importar pelos personagens, pessoas fascinantes cada qual a seu modo. Irène Jacob é com certeza uma das mais belas atrizes que já vi num filme, além de extremamente talentosa - ou talvez seja culpa da câmera de Kieslowski, que aqui está totalmente abençoada. A história ensina muito sobre tolerância, arrependimento e amizade verdadeira, com um desfecho que pega o espectador pelo estômago. Que esse trabalho (o último da carreira de Kieslowski) tenha perdido a palma de ouro em Cannes para Pulp Fiction é simplesmente uma lástima.
O únicos extras do DVD são biografias curtas de Krzysztof Kieslowski e Irène Jacob.