Cinema
Star Wars Episódio VI - O Retorno dos Jedi
Ano: 1983
País: Estados Unidos
Duração: 136 min.
Gênero: Ficção Científica
Diretor: Richard Marquand
Trilha Sonora: John Williams (O Rio do Desespero, SpaceCamp - Aventura no Espaço, Império do Sol)
Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Billy Dee Williams, Ian McDiarmid, Anthony Daniels, Peter Mayhew, Sebastian Shaw, Frank Oz, James Earl Jones, David Prowse, Alec Guinness, Kenny Baker, Michael Pennington, Kenneth Colley, Michael Carter, Denis Lawson, Warwick Davis, Jeremy Bulloch, Femi Taylor
Distribuidora do DVD: Fox
Avaliação:
Revisto em DVD em 20-DEZ-2015, Domingo
Ao mesmo tempo em que eu ainda acredito que o O Retorno dos Jedi é o melhor filme de todas as trilogias de Star Wars, o distanciamento temporal e o prévio conhecimento da história me fizeram perceber algumas coisas às quais nunca tinha dado muita importância. O filme é o mais emocionante porque traz alguns dos momentos mais esperados da saga clássica, como o embate entre Luke Skywalker, Darth Vader e o Imperador (que foi o senador Palpatine no passado). Temos também a resolução para a tensão entre o triângulo formado por Luke, Leia e Han Solo e, finalmente, spoiler - clique aqui se quiser lê-lo as emocionantes (ou tristes, depende do ponto de vista) mortes de Yoda e de Darth Vader . Por outro lado, os Ewoks são uma anomalia que poderia sim ter sido substituída pelos Wookies, enquanto o zoológico de Jabba poderia ter passado sem a intromissão abusiva de George Lucas. No entanto, o que mais me deixa impressionado no que se refere à mitologia da série é a babação de ovo de um punhado de gente em relação à figura do mercenário Boba Fett, um imbecil que não abre a boca em nenhum dos momentos em que aparece de relance, tanto aqui quanto em O Império Contra-ataca, e morre de forma absolutamente estúpida na sequência inicial do filme. Obviamente estou me atendo ao universo cinematográfico, sem entrar nos méritos de tudo o que surgiu em outras mídias após O Retorno dos Jedi.
A saga de Luke Skywalker e do restante da galáxia continua em Star Wars Episódio VII - O Despertar da Força, lançado 32 anos depois de O Retorno dos Jedi.
Texto postado por Kollision em 4/Junho/2005
O final de Star Wars Episódio V - O Império Contra-ataca foi marcado pelo duelo entre Luke Skywalker e Darth Vader, mas não colocou um ponto final na saga, deixando o destino do mercenário Han Solo em suspenso. Dar continuidade às emoções suscitadas por este filme e encerrar a trilogia com chave de ouro era preocupação primordial do criador George Lucas, que contratou um diretor diferente para levar a cabo seu plano. Apesar de várias fontes alegarem que o relacionamento entre Lucas e o diretor Richard Marquand não era lá dos melhores, ficou evidente que o esforço de ambos terminou por conceber o melhor filme da trilogia original.
A aventura começa no planeta de Jabba the Hut, o alienígena gordo que usa o corpo congelado do desafeto Han Solo (Harrison Ford) como troféu em seu antro. Luke Skywaker (Mark Hamill) não hesita em empregar seu recém-adquirido status de cavaleiro jedi num mirabolante plano para libertar o amigo. Ajudados pela princesa Leia (Carrie Fisher), Lando Clarissian (Billy Dee Williams), o wookie Chewbacca (Peter Mayhew) e os andróides C3PO e R2-D2, Luke e Han se aliam ao resto das forças rebeldes para um último ataque contra a nova Estrela da Morte do Império Galáctico. Enquanto uma frente de combate liderada por Lando ataca a mortífera base espacial, Luke e seus amigos partem para o planeta Endor com a missão de desativar o gerador do campo de força do Império. No entanto, Darth Vader (David Prowse) e o Imperador Darth Sidious (Ian McDiarmid) têm planos secretos para atrair o jedi Luke para o lado negro da Força.
Richard Marquand foi extremamente feliz ao comandar os três ou quatro atos de O Retorno dos Jedi, o episódio da trilogia original que também possui a melhor seqüência inicial. Carregado de suspense e tensão, o espetacular resgate de Han Solo não espera nem um pouco para colocar a adrenalina da platéia lá em cima. A descrença do mercenário e dos demais amigos de Luke Skywalker em suas habilidades jedi só torna o resgate ainda mais sensacional, pois finalmente o que se vê na tela é um jedi em plena ação heróica, o que não era vislumbrado desde a terrível traição de Anakin Skywalker no Episódio III. A despedida de Yoda é extremamente triste, e o fardo assumido por Luke a partir de então é pesadíssimo, quase palpável, principalmente quando ele se posta diante de Darth Vader e do maligno Imperador enquanto os planos da aliança rebelde vão por água abaixo.
Alegar que a presença da tribo dos Ewoks diminui a essência de O Retorno dos Jedi soa simplesmente infundado e preconceituoso. Particularmente, prefiro os ursos de pelúcia que andam aos desengonçados orelhudos Gungans mostrados em A Ameaça Fantasma. Vale lembrar que os Ewoks ganharam até mesmo desenho animado na TV e dois filmes próprios, sendo Caravana da Coragem, dirigido por um tal de John Korty em 1984, o menos desconhecido.
Outro fator que marca este episódio como um dos melhores da série são os efeitos especiais, que nitidamente dão um salto qualitativo em relação às duas produções anteriores. Isto pode ser percebido com facilidade na seqüência do ataque final à Estrela da Morte, mesmo não sendo possível saber se houve ali um trabalho mais minucioso da equipe de restauração digital do filme em sua nova edição. A restauração, inclusive, causou certa polêmica devido a alterações um pouco intrusivas, como a inclusão de novas imagens de planetas em comemoração (sim, você ouvirá novamente algo que remete à voz de Jar Jar Binks) e a substituição da imagem do ator que faz o idoso Anakin Skywalker pela do neófito Hayden Christensen, numa das cenas finais do longa. Felizmente, nada disso afeta a estrutura narrativa e emocional do filme, um triunfo em todos os aspectos. Ao final, fica difícil não entender porque Star Wars é um fenômeno moderno, uma excepcional representação da eterna luta do bem contra o mal que, de tão rica em metáforas universais que misturam diferentes culturas, credos e religiões, foi capaz de transcender a barreira das telas de cinema e entrou para a cultura universal de nosso tempo.
O material de divulgação do Episódio VI pode ser encontrado no DVD bônus que acompanha a caixa da trilogia original. Há praticamente todos os trailers, teasers e spots de TV existentes, além de várias curiosidades sobre a produção no extenso making-of da trilogia. É possível conferir também pôsteres da época e uma galeria de fotos bem bacana. Como bônus, esse DVD especial tem ainda uma prévia do Episódio III (que ainda não tinha estreado na época do lançamento do DVD), o making-of do jogo baseado no filme e o trailer do jogo Star Wars Battlefront.