Visto no cinema em 4-MAR-2014, Terça-feira, sala Cinemark 6 do Shopping Campo Grande
É óbvio que colocar o brasileiro José Padilha no comando dessa refilmagem foi uma das melhores estratégias possíveis para dar credibilidade a um trabalho praticamente herético para os fãs do filme original, uma ópera de violência futurista que se tornou um clássico. No frigir dos ovos, sai a verve crua de Paul Verhoeven e entra a necessidade dos estúdios exibirem o novo longa para plateias PG-13. A nova versão do justiceiro do futuro surge quando o policial Alex Murphy (Joel Kinnaman) sofre um atentado a bomba e é desmembrado, ficando entre a vida e a morte. É a oportunidade perfeita para um magnata bélico (Michael Keaton) colocar um homem dentro de uma máquina e divulgá-lo como a mais nova esperança da polícia. Há muito mais interesses por trás disto, é claro, e mesmo com todas as variáveis políticas e econômicas o cientista responsável pelo processo (Gary Oldman) não hesita em levar adiante sua pesquisa. Será o novo Robocop capaz de se livrar da programação de seus mestres em busca da verdade? A competência de Padilha na direção transparece do início ao fim do filme, em especial na caracterização dos robôs que dão origem ao debate entre homem e máquina a cargo da segurança pública. A ação é dosada com parcimônia mas funciona, só decepciona um pouco a falta de um antagonista que esteja à altura do novo heroi enlatado.