Cinema

Piranha [1978]

Piranha [1978]
Título original: Piranha
Ano: 1978
País: Estados Unidos
Duração: 94 min.
Gênero: Suspense
Diretor: Joe Dante (Grito de Horror, No Limite da Realidade, Gremlins)
Trilha Sonora: Pino Donaggio (Vestida para Matar, Monella - A Travessa)
Elenco: Bradford Dillman, Heather Menzies, Kevin McCarthy, Barbara Steele, Keenan Wynn, Dick Miller, Belinda Balaski, Melody Thomas Scott, Paul Bartel, Bruce Gordon, Barry Brown, Shannon Collins, Shawn Nelson, Richard Deacon, Janie Squire, Roger Richman
Distribuidora do DVD: Cinemagia
Avaliação: 6

Cria maldita lançada na esteira de incontáveis imitações do hoje clássico Tubarão (Steven Spielberg, 1975), Piranha traz a marca registrada do papa dos filmes de baixo orçamento Roger Corman, um dos produtores da película. Esta homenagem cópia-carbono é tida ainda hoje como um dos melhores clones da obra de Spielberg, sendo um dos primeiros trabalhos profissionais de Joe Dante como diretor.

Garota metida a detetive (Heather Menzies) é enviada para investigar o estranho desaparecimento de dois jovens em região inóspita, sem saber que eles foram devorados por um cardume de piranhas mutantes desenvolvidas secretamente pelo exército como arma de guerra. Ela rapidamente consegue a ajuda de um habitante local (Bradford Dillman), mas em sua ignorância acaba causando a escapada das piranhas para um lago e um rio povoado por crianças e veranistas incautos. Correndo contra o tempo, os dois tentam desesperadamente retirar as pessoas da água, enquanto uma pesquisadora do exército (Barbara Steele) chega para tentar controlar a situação.

O charme deste filme não advém de nenhum subterfúgio inovador de suspense ou alguma técnica mirabolante de efeitos especiais. Estes, por sinal, são bem toscos quando utilizados, e na maioria das vezes são mais capazes de render risos do que calafrios. Piranha é, em realidade, permeado daquela atmosfera característica de longas da década de 70, da fotografia neutra às roupas usadas pelos adolescentes em férias, tão típica de filmes como Almôndegas (Ivan reitman, 1979). Há uma pequena dose de humor, nada que seja tão substancial assim. O inimigo quase invisível, por assim dizer, alastra-se rapidamente e abre espaço para ataques assassinos cujo nível de gore aumenta proporcionalmente. A eterna rainha do horror Barbara Steele marca grata presença, e Joe Dante usa sua tão conhecida figura para abrilhantar a última cena do filme com estilo. Após isso, fica difícil não afirmar que Piranha pretendia ser uma paródia, ainda que em alguns momentos séria, da obra que o inspirou.

Bradford Dillman e Heather Menzies formam uma dupla padrão de protagonistas, apesar de Menzies se mostrar um pouco irritante em determinados trechos do filme, que no final das contas não pode ser rotulado como cópia de Tubarão apenas. O compositor Pino Donaggio parecia estar com um pouco de preguiça, reaproveitando e reutilizando o mesmo recurso que usara em Carrie, a Estranha (Brian De Palma, 1976) para as seqüências de ataque maciço das piranhas ao mundaréu de gente dentro d'água, alternando duas notas perturbadoras enquanto as bichinhas fazem a festa com carne humana. Sim, o efeito e a sensação de macabro suscitados continuam excelentes, ainda mais com as ótimas tomadas das vítimas em desespero, cortesia do competente trabalho de maquiagem do filme.

É possível visualizar na seção de extras uma coletânea comentada de cenas de bastidores com 10 min. de duração, 6 min. de cenas cortadas, trailer, biografias do elenco, do diretor e do produtor Roger Corman e textos sobre o filme.

Texto postado por Kollision em 31/Julho/2005