Visto no cinema em 24-MAI-2007, Quinta-feira, sala 3 do Multiplex Pantanal
Maria Antonieta, conforme a visão da diretora Sofia Coppola, possui um quê de frugalidade que se dilui ao longo das duas horas de duração do filme na rotina de um rei e de uma rainha completamente despreparados para governar uma das maiores nações do mundo. Tanto a austríaca Maria Antonieta (Kirsten Dunst) quanto o rei Luís XVI (Jason Schwartzman) são retratados como dois adolescentes sem qualquer noção de responsabilidade. Sua ignorância é fator decisivo na origem da Revolução Francesa, que terminaria por engolir e acabar com a monarquia em alguns dos últimos episódios de barbárie medieval registrados na história moderna. Coppola deixa tanto a barbárie quanto a pobreza de fora de seu filme, um produto lapidado para a personalidade fútil da jovem rainha e embalado por músicas modernas que, incrivelmente, ajudam a melhorar seu ritmo. A boa interpretação de Kirsten Dunst acentua as disparidades de um regime quase surreal em sua cegueira política e econômica, uma vez que nenhum resquício do sofrimento do povo francês é colocado em cena.
Em tempo: Maria Antonieta ainda sofreria mais três anos após a cena que encerra o filme, antes de ser decapitada pelo novo estado emergente.